Abelardo Santos terá programação alusiva ao aleitamento materno até o fim do mês

Abelardo Santos terá programação alusiva ao aleitamento materno até o fim do mês

05/08/2021 Off Por Roberta Vilanova

As primeiras orientações são no sentido de colocar o bebê em estímulo no seio materno

“Aqui tenho recebido bastante ajuda porque acredito ter ainda pouco leite para elas e fico com medo de não conseguir amamentá-las de forma correta”, detalha Jéssica Caroline Sanches, de 28 anos, mãe das gêmeas Maitê e Micaelly, que nasceram no Hospital Regional Dr. Abelardo Santos – HRAS, localizado no distrito de Icoaraci, em Belém, no último sábado (31).

Quem vê a cena de afeto da moradora do bairro do Tenoné, ao amamentar as filhas, com um sorriso no rosto, transmitindo tranquilidade, não imagina os desafios do aleitamento, tratado como natural e intuitivo, algo que nem sempre funciona. “Pensava que fosse ser simples, mas tenho sentido dificuldades com a maiorzinha porque ela demorou a pegar o peito e ainda sim, tenho pouco leite. Dói!”, ressaltou Jéssica.

Com o apoio da equipe multiprofissional do HRAS, a mãe, aos poucos, começa essa fase tão importante entre ela e as bebês. “Cada dia me sinto mais confiante, como elas nasceram de sete meses, tive de ficar mais tempo no Hospital, e aqui, a equipe tem me ajudado muito, ensinado cada movimento a ser tomado para a amamentação”, descreveu.

Apoio – Ao constatar o alto índice de mães com dificuldades de amamentar seus filhos, este ano, durante as ações alusivas ao Agosto Dourado – mês voltado às campanhas de aleitamento materno – o Hospital Abelardo Santos, contará com uma grade de programação voltada à comunidade interna e externa da unidade com o intuito de desmistificar tabus que rondam esse período da vida de uma mãe.

“Hoje temos 40 leitos no atendimento neonatal, e 50% das mulheres apresentam algum tipo de barreiras na amamentação”, observou a supervisora do Complexo Neonatal e UTI Pediátrica do HRAS, Leyla Lopes.

Diante aos entraves, o Abelardo Santos dispõe de uma equipe formada de fonoaudiólogos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e nutricionistas que, no leito, fazem um acompanhamento específico para essas mulheres. “É conversando com esta mãe para que ela fique o mais tranquila possível de forma que não haja impactos negativos na produção de leite. Sempre a fono e a nutricionista estão supervisionando a amamentação, sua eficácia e o interesse da mãe no processo”, acrescentou a especialista.

Ao perceber indícios de dificuldades, a equipe intervém com questionamentos. “A gestação foi tranquila? Já teve quantas gestações? É o primeiro filho? A partir dessas perguntas, passamos a explicar para a mãe como se dá amamentação, a importância do aleitamento materno, o sugar e suas repercussões benéficas para o desenvolvimento crânio facial, bem como muscular implicando no processo posteriormente da mastigação e fala”, reforçou Leyla.

As primeiras orientações são no sentido de colocar o bebê em estímulo no seio materno: geralmente é deixado somente no colo (canguru), contato pele a pele para iniciar o vínculo mãe e bebê. Assim, a mãe começa a superar alguns dos medos, como segurar o filho no colo e amamentar.

Emoções – “Pra mim, é muito importante ter leite no peito porque senti muita dificuldade quando tive meu primeiro filho e infelizmente, não consegui amamentá-lo. Tive que introduzir outro leite. Agora fico bastante a fim de conseguir amamentar ela”, diz, emocionada, Kethlen Nunes, de 19 anos, que ganhou a pequena Kailane no HRAS, no último dia 27.

Para a psicóloga Amanda Werneck, as principais causas que impedem a mãe de amamentar seu filho são “a desinformação e falta de rede de apoio”, disse. “Amamentar não é fácil pra ninguém. Existem muitos mitos em torno da amamentação. Mas, a verdade é que ela é uma rica prevenção contra depressão pós-parto por ajudar na reorganização hormonal da mulher”, enfatizou a profissional.

Programação – Em 2021, a programação Agosto Dourado vai contar com a inauguração de espaços voltados à amamentação, uma grade de palestras e workshop com profissionais da saúde e também, testemunhos de quem passou por situações adversas na amamentação.

“Nosso objetivo é fortalecer, cada vez mais, a rede de apoio que damos às mães que ganham filhos no HRAS. Essas mães têm de saber que elas não estão sozinhas. E com o objetivo de ressaltar a importância do aleitamento materno e ainda, de ajudar, no sentido de informações e de ensinamentos de técnicas, vamos oferecer uma programação educativa e didática”, adiantou.

Encerrando o mês de agosto, a unidade também fará o primeiro ‘Hora do Mamaço HRAS’. A ação será estendida às mães do distrito de Icoaraci. Durante o evento, serão feitas orientações de nutricionistas, fonoaudiólogos, pediatras e enfermeiros sobre o assunto.

Texto: Roberta Paraense/HRAS

Foto: Divulgação