Atendimento pediátrico em hospitais de referência visa à redução da mortalidade infantil

Atendimento pediátrico em hospitais de referência visa à redução da mortalidade infantil

06/08/2021 Off Por Roberta Vilanova

Hospitais estaduais de referência em atendimento pediátrico ganham, cada vez mais, importância também em função de investimentos do governo do Estado, com o objetivo de reduzir a mortalidade infantil por doenças cardíacas congênitas e melhorar o atendimento por meio do controle de qualidade.

A Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna vem aperfeiçoando tanto o atendimento hospitalar pediátrico quanto as cirurgias cardíacas congênitas. A instituição participa de um projeto internacional, pelo qual recebe relatórios anuais quanto ao seu desempenho dentro do universo hospitalar com trocas de experiências. O objetivo é melhorar a qualidade de atendimento, e assim reduzir a mortalidade infantil.

Entre os investimentos destacam-se a aquisição de um novo equipamento de hemodinâmica; a formação de profissionais em cursos específicos na área de pediatria, cardiologia e cuidados intensivos, como utilização da técnica de Oxigenação por Membrana Extracorpórea (ECMO), e a revitalização da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica.

Marco Travessa, cirurgião cardiovascular do HC e coordenador do projeto colaborativo de Melhoria da Qualidade Internacional desde 2018, explica que, “basicamente, é uma colaboração internacional em que os hospitais participantes alimentam um banco de dados, sigiloso, gerenciado pelo Boston Children’s Hospital, o melhor hospital pediátrico dos Estados Unidos e ligado à Universidade de Harvard. Eles gerenciam as informações que enviamos, e utilizam isso como uma ferramenta de indicadores da cirurgia cardíaca pediátrica nos vários hospitais no mundo”.

Os indicadores informam que o Hospital de Clínicas está na média, e o empenho é voltado a melhorar os resultados. “Em 2019 tivemos uma visita positiva da auditoria para validar nossos resultados, que foram considerados confiáveis”, informa o cirurgião.

Referência – Já o Hospital Regional Dr. Abelardo Santos, no distrito de Icoaraci, em Belém, é referência no atendimento de urgências pediátricas, além de ter suporte de sobreaviso em endoscopia, para retirada de corpo estranho. Marcos Silveira, diretor executivo da unidade, relata que só em julho o pronto-socorro do HRAS registrou mais de 3,6 mil atendimentos – um quantitativo superior em 34% ao volume de atendimento do mês anterior.

“Dentro deste cenário, 60% das queixas de pacientes que buscaram atendimento em nossa unidade foram de doenças de natureza virais, como as gastroenterites e as gripes”, complementa Marcos Silveira.

A dona de casa Antônia Ednalva, residente no município de Mãe do Rio (na região Nordeste), é mãe do paciente Jonhathan, que passou por procedimento cirúrgico no Hospital de Clínicas. “Eu só tenho a parabenizar e agradecer ao Governo do Pará, à equipe médica acolhedora, que trabalha com muito amor pela vida dos nossos pequenos. Meu filho precisava desta cirurgia. Na minha cidade não tinha. No HC fomos muito bem recebidos”, ressalta.

Santa Casa – Com 169 médicos pediatras, a Santa Casa de Misericórdia do Pará, sediada em Belém, é uma das maiores maternidades públicas do País, com mais de 370 anos de funcionamento. Os pediatras atuam na área de obstetrícia, UTI, Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) e ambulatorial. Oferecendo residência médica em pediatria, 177 médicos já se tornaram especialistas na instituição. Atualmente, 28 médicos fazem residência em pediatria.

O secretário de Estado de Saúde Pública, Rômulo Rodovalho, avalia positivamente a atuação dos hospitais no atendimento pediátrico. “O Governo do Pará, através da Sespa (Secretaria de Estado de Saúde Pública), tem trabalhado para garantir atendimento de qualidade para todos os paraenses. Melhorar o atendimento pediátrico é um exemplo positivo do nosso empenho. Nossos hospitais de referência pediátrica estão em constante evolução, investindo no aperfeiçoamento quanto ao atendimento hospitalar pediátrico, a fim de reduzir a mortalidade infantil”, reforça o titular da Sespa.

Texto: Carol Menezes/Secom