Captação de órgãos é realizada no Hospital Metropolitano
22/06/2022O Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), unidade do Governo do Pará que atua como referência no tratamento de traumas de diversas complexidades, realizou, na tarde desta quarta-feira (22), uma nova captação de órgãos. Foram coletados fígado, rins e córneas de um paciente diagnosticado com morte encefálica, cuja família autorizou a doação.
A captação do fígado foi realizada por uma equipe de Brasília, composta por duas médicas e uma enfermeira, que percorreram mais de mil quilômetros, da Capital Federal à Ananindeua, no Pará, para a realização da intervenção. O órgão será transplantado em um paciente do Distrito Federal.
“Por mais que seja cansativo, a felicidade de saber que outra pessoa se beneficiará, terá nova chance de vida e retornará para a sociedade é o que faz valer a pena”, comenta a médica Ana Virgínia Ferreira.
O órgão foi coletado de um paciente diagnosticado com morte encefálica, após período de sensibilização dos familiares, que, necessariamente, precisam conhecer todos os processos da captação e autorizar o procedimento.
“Quem merece parabéns é a família que se dispõe a conhecer sobre a doação e aceita realizar esse ato solidário”, completa a médica. Outros tecidos, como rins e córneas, também foram coletados por profissionais da Santa Casa de Misericórdia do Pará e do Banco de Olhos do Estado do Pará, respectivamente.
“O Hospital Metropolitano possui uma Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) desde 2014, além de uma estrutura completa, necessária para essas intervenções. Oportunizar o ambiente para a captação, de forma segura e com a humanização necessária, compreende a nossa missão que é salvar vidas”, diz o diretor Hospitalar do HMUE, Thiago Zache.
Transplantes no Brasil – Dados divulgados pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) apontam que o número de doadores caiu 4,5% em 2021, na comparação com ano anterior. Em 2020, 3.330 transplantes foram realizados no país, já no ano passado, foram 3.207, redução que, apesar de parecer baixa, é significativa segundo a instituição.
“A desinformação e o preconceito ainda estão entre os principais fatores que dificultam e até impedem a captação de órgãos no país. É importante mencionar que o tratamento recebido desde a admissão do paciente no hospital, até o fechamento de protocolo de morte encefálica e sensibilização da família, é o passo principal que também impacta nessa decisão”, afirma a enfermeira da Central de Transplantes do Estado do Pará, Ionara Rodrigues.