“Espaços Inclusivos” entrega sua primeira edição na Uremia, na capital

“Espaços Inclusivos” entrega sua primeira edição na Uremia, na capital

31/05/2022 Off Por Roberta Vilanova

Objetivo é adequar ambientes públicos e capacitar profissionais de saúde para o atendimento de pessoas com autismo e outras deficiências

Espaços novos, salas com paredes coloridas e brinquedos espalhados no jardim e nas salas da Unidade de Referência Especializada Materno Infantil e Adolescente (Uremia). A novidade faz parte do projeto de reconstrução da unidade, que foi entregue na última segunda-feira (30) aos usuários e profissionais que trabalham no local. A obra foi executada pela Secretaria Estadual de Saúde pública do Pará (Sespa), por meio da Coordenação Estadual de Políticas para o Autismo (Cepa).

O objetivo do projeto “Espaços Inclusivos” é adequar ambientes e capacitar profissionais de saúde para o atendimento de pessoas com autismo e outras deficiências. No mês de junho, a equipe da Uremia receberá capacitação sobre temas transversais do autismo, juntamente com a disponibilização de um guia de orientação para uso dos espaços, elaborado com práticas baseadas em evidências científicas.

Quem convive com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) terá um atendimento com mais adequações, pois o Programa de Estimulação Precoce (PEP) assegura que os acompanhamentos do psicólogo e do terapeuta ocupacional sejam realizados separadamente nas novas salas que foram ampliadas na unidade de saúde.

Coordenação de Políticas para o Autismo comemora mais essa conquista

Segundo a coordenadora estadual de políticas para o autismo da Sespa, Nayara Barbalho, a entrega do espaço é um primeiro piloto para o projeto “Espaços Inclusivos”, que deve tornar acessível e reconstruir espaços de unidades de saúde já existentes, além de capacitar os profissionais para utilizar esses novos ambientes baseados em práticas com evidências científicas.

“O projeto traz dignidade para estas pessoas, melhora a estrutura do atendimento, qualifica os profissionais. Estamos ampliando o leque de opções terapêuticas para estas pessoas”, explicou Nayara. Mudanças – Na entrada principal da unidade de saúde foram implantadas rampas de acesso para pessoas com deficiência física e/ ou mobilidade reduzida terem acesso ao local.

Crianças experimentam o jardim sensorial

O auditório do Programa de Saúde do Adolescente (PROSAD), que estava inutilizado, foi reestruturado e se tornou uma sala multifuncional, podendo agora receber desde palestras até grupos para atividades corporais. O jardim principal da Unidade foi adaptado com iluminação, rampas de acessibilidade e pinturas no chão que remetem a jogos, como amarelinhas. O jardim sensorial suspenso, com altura de 50 centímetros táteis, visuais, olfativos, gustativos, olfativos a partir de uso de seixo, argila, bambu, cascalho de pinus, mudas de alecrim, manjericão e flor do tipo Maria Sem Vergonha/Beijo de Frade. O projeto demonstra que é possível criar espaços com algumas adequações e que forneçam maior acessibilidade e ambiência aos serviços de saúde.

Para o diretor da unidade, Alan Franco, quem ganha com a obra são os usuários que frequentam o local e os profissionais que trabalham na Uremia.

“Estruturamos vários locais que estavam deteriorados com novas pinturas, salas que estavam inutilizadas ganharam novas funções, estamos ampliando um programa específico para atender pessoas com autismo, criamos um canteiro sensorial. Com isso, todo mundo saí ganhando, já que começa a aumentar o fluxo de atendimento na unidade de saúde, que tem mais de 50 anos”, enfatizou.

Enquanto esperava a consulta, a pequena Susana Chagas, de 8 anos, aproveitou o espaço para se divertir pulando amarelinha. Ela disse que estava gostando muito do novo espaço com brinquedos.

Evento contous com a presença do secretário de Saúde, Rômulo Rodovalho

Participaram do evento a vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Autismo da Ordem dos Advogados do Brasil-Seção Pará (OAB), Flávia Marçal; e secretário da Sespa, Rômulo Rodovalho, que destacou a importância da obra no espaço, pontuando principalmente a ampliação do atendimento a pessoas com autismo. Para ele, são estruturas essenciais para que se tenha qualidade no atendimento não só de pessoas com autismo, mas para o público em geral que frequenta a unidade de saúde.

“Nesse projeto foram contemplados dois grandes nichos essenciais na construção da política para pessoas com autismo, que é a intervenção precoce e o atendimento dos jovens adultos. Isso mostra que é possível, com uma adaptação dos espaços, levar atendimento especializado, sempre baseado em evidências cientificas”, declarou.

Texto: Tatiane Freitas/Sespa

Fotos: José Pantoja/Sespa