Hospital Abelardo Santos previne sobre os perigos da automedicação

Hospital Abelardo Santos previne sobre os perigos da automedicação

05/05/2022 Off Por Roberta Vilanova

Uso indiscriminado de medicamentos pode causar danos para a saúde como intoxicações e alergias

No Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos, comemorado nesta quinta-feira (5), o Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), no distrito de Icoaraci, em Belém, fez um alerta aos usuários do ambulatório da unidade sobre os perigos da automedicação e do uso indiscriminado de medicamentos.  A prática, infelizmente comum entre os brasileiros, pode trazer diversos riscos à saúde. Segundo dados do Conselho Federal de Medicina, 77% da população brasileira faz o uso de medicação sem qualquer orientação ou prescrição médica.

A iniciativa feita no ambulatório da unidade apostou no lúdico e em orientações profissionais para reforçar sobre a importância de usar medicações somente com prescrições médicas. Em palestra e encenações, os colaboradores do setor de Farmácia do Abelardo Santos também reforçaram a importância de seguir o período estimado de tratamento, horários, armazenamento e, ainda, a forma de descarte correto de medicamentos vencidos.

Atenta às explicações, a auxiliar de manutenção Renata Vasconcelos, de 32 anos, que acompanhava seu pai, José Vasconcelos, em uma consulta com clínico geral, afirmou estar assustada com os riscos que corre. “Acho que não é apenas eu, todo mundo acaba tomando um remédio antes de ir ao médico. Algo cultural e, até mesmo inconsequente, que pode nos custar caro depois”, disse.

Outro usuário que também não esconde que usa remédios por indicação de conhecidos, é Natanael Oliveira, de 42 anos. O porteiro afirma que nunca teve problemas, porém, vai tomar mais cuidado. “O que pode fazer bem para uma pessoa, pode não fazer para outra. Mas, nem sempre a gente tem acesso ao médico. Agora, mesmo que eu não passe por uma consulta, irei tirar as dúvidas com um farmacêutico”, prometeu.

De acordo com Luiza Graim, Farmacêutica Clínica do HRAS, a automedicação é mais comum do que se imagina. “O mau hábito que vem sendo amplamente praticado entre a população brasileira ao longo dos anos, sendo caracterizado pelo uso de medicamentos por conta própria, muitas vezes, indicado por pessoas que não possuem conhecimento técnico para isso, como familiares, amigos, vizinhos ou profissionais que não possuem habilitação”, disse a profissional.

Dados – Conforme os dados mais recentes da  pesquisa do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), em 2019, cerca de 40% dos pacientes fazem autodiagnóstico pela Internet e, consequentemente, também se automedicam. Essa tendência foi observada principalmente nos jovens de 16 a 34 anos, indivíduos com ensino superior e nas classes A e B.

“Ao procurar um medicamento em um site de busca para aliviar uma simples dor de cabeça, por exemplo, pode até melhorar o sintoma no momento, porém pode acabar ocultando o problema principal como um problema de visão até um acidente vascular cerebral (AVC), ou seja, variando de um problema relativamente simples até uma doença mais grave. Desta forma é muito importante conscientizar a população sobre medidas que podem melhorar a eficácia do tratamento domiciliar”, destacou a farmacêutica do HRAS.

Consequências – Entre os principais desacordos que as pessoas cometem ao se automedicar é a confusão com as características do remédio, como: nomes e embalagens semelhantes, a dosagem, além da ingestão de substâncias após o vencimento; o mau armazenamento da medicação causando a ineficácia das substâncias e a ingestão acidental por crianças.

“Os medicamentos possuem como função prevenir, curar, diagnosticar ou diminuir os sintomas de uma determinada doença. No entanto, a automedicação pode ocasionar, o atraso no diagnóstico correto, reações alérgicas, dependência, agravamento do distúrbio e o perigo da intoxicação evidente que, em muitos casos, podem ser letais”, enfatizou Luiza Graim.

Pós alta médica – Um diferencial do Hospital Abelardo Santos é o serviço de Farmácia Clínica. Os farmacêuticos se tornam parte do acolhimento multiprofissional, junto à assistência social, fonoaudiologia, psicologia, nutricionista, enfermagem e dos médicos. Com esta adesão, os profissionais da farmácia analisam as prescrições, visualizam e previnem os casos de interações medicamentosas, percorrem os leitos clínicos da unidade fazendo orientação aos pacientes e aos seus familiares, quanto à forma correta na administração destes medicamentos.

Neste projeto, são duas farmacêuticas atuando no momento da alta do paciente todos os dias, nos leitos das especialidades de Clínica Médica, Vascular, Urologia e Nefrologia e recentemente estamos iniciando na UTI adulto e pediátrica. Os profissionais orientam, além do uso dos medicamentos que foram prescritos, a forma de consegui-los gratuitamente, se estes estiverem dentro dos programas do Sistema Único de Saúde (SUS).

A coordenadora farmacêutica do HRAS, Telma Araújo, destaca os benefícios do sistema usado na instituição. “Com a farmácia clínica, os farmacêuticos orientam pessoalmente, na beira leito, de forma clara e simples, as informações corretas ao uso de cada medicação contida na receita médica. Além disso, este profissional irá esclarecer possíveis dúvidas que os usuários possam ter relacionadas aos horários e quantidade, por exemplo”, defendeu.

Iniciativa – O diretor executivo do Abelardo Santos, Marcos Silveira, destacou que a farmácia clínica proporciona uma assistência efetiva, direta e humanizada, de maneira que o paciente passa a ser assistido com mais qualidade e segurança. “Essa é a nossa contribuição para a redução dos índices de automedicação, prevenir erros de medicação, disseminado informação aos nossos usuários na beira do leito e aos que vêm ao hospital para uma consulta médica, como foi o caso desta ação promovida pelo Grupo de Trabalho da Humanização”, destacou.

O HRAS é um Hospital Público, referência do Governo do Estado em alta complexidade. A instituição é administrada pelo Instituto Mais Saúde em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).

Texto: Roberta Paraense/HRAS