Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo é referência em tratamento para crianças e adolescentes

Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo é referência em tratamento para crianças e adolescentes

14/02/2022 Off Por Roberta Vilanova

Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo (HOIOL)

Nesta terça, 15 de fevereiro, é comemorado o Dia Internacional de Luta Contra o Câncer Infantil, data importante para conscientizar o público em geral e profissionais de saúde acerca da ocorrência da doença em crianças e adolescentes. Segundo dados do Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, referência no tema, há 427 pacientes em tratamento. Desses, 73 estão internados e outros fazem quimioterapia ou recebem os serviços ambulatoriais.

Frequência – De acordo com os registros do complexo hospitalar, os tumores mais frequentes na infância e na adolescência são as leucemias (que afetam os glóbulos brancos), os que atingem o Sistema Nervoso Central (SNC) e os linfomas (sistema linfático). Também acometem crianças e adolescentes o neuroblastoma, tumor de células do sistema nervoso periférico, tumor de Wilms (tipo de tumor renal), retinoblastoma (afeta a retina, fundo do olho), tumor germinativo (das células que originam os ovários e os testículos), osteossarcoma (tumor ósseo) e sarcomas (tumores de partes moles).

O tratamento do câncer infantojuvenil é feito de acordo com o tipo e o estágio da doença, que avalia o grau de disseminação. As opções para o tratamento podem incluir cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Alguns tipos podem ser tratados com altas doses de quimioterapia seguidas de um transplante de células-tronco, e até mesmo a radioterapia.

A oncologista pediátrica Renata Barra ressalta a importância dos pais e responsáveis ficarem atentos aos sintomas e sinais das principais neoplasias na infância, que são muito inespecíficos, além de destacar a importância do dia para a conscientização dessa realidade.

“Esse dia é importante porque chamamos a atenção de toda a sociedade para a bandeira a qual levantamos constantemente, que é a do diagnóstico precoce, pois quanto mais conhecimento a população tiver sobre o câncer infantojuvenil, mais vidas de crianças e adolescentes serão preservadas”, avalia.

De olho – Sinais clínicos e sintomas persistentes como febre prolongada sem causa definida, dor de cabeça acompanhada de vômitos matinais, perda de peso significativa, palidez, dor nas pernas que não melhora com analgésicos, hematomas e sangramentos, devem servir de alerta para que pais e responsáveis possam procurar um serviço de saúde. Outros sinais de alerta são o aparecimento de caroços no corpo que não diminuem, mas aumentam de tamanho. A presença de manchas avermelhadas, roxas, sangramentos no nariz e na gengiva e convulsão também são sintomas possíveis para um quadro de câncer.

“É importante que pais e responsáveis dispensem uma atenção especial e redobrada à saúde das crianças, levando-as regularmente ao pediatra, sempre observar qualquer anormalidade no corpo ou comportamento da criança, além de cuidar da alimentação delas, para que seja nutritiva e saudável, isso pode ajudar a evitar outros problemas de saúde”, alerta a médica.

Quando a doença é diagnosticada precocemente, reduz-se a mortalidade e as sequelas decorrentes de um tratamento que, muitas vezes, é agressivo. Para que o diagnóstico precoce seja possível em meio a tantos desafios, é imprescindível chamar a atenção de toda a sociedade para o câncer infantojuvenil e suas causas.  “Desse modo, é bem importante serem articuladas e desenvolvidas estratégias de sensibilização não somente dos profissionais do segmento da saúde de atenção primária, como dos professores, cuidadores, pais, avós, tios e responsáveis”, pontua Renata Barra

Esperança – Cleitiane Saraiva é mãe da pequena Evilla Ferreira Luz, 7 anos, que está em tratamento contra a Leucemia Linfóide Aguda (LLA) no Octávio Lobo. Elas são de Redenção, mas atualmente estão morando em Belém por causa do tratamento.

Cleitiane conta que a filha está reagindo bem ao tratamento e faz campanhas de doação de sangue, e doação de alimentos para as casas de apoio que acolhem crianças que vem de outros municípios. Neste ano, a Evilla é uma das novas alunas da Classe Hospitalar que funciona no Hospital Oncológico, mas lembra que foi difícil aceitar o diagnóstico.

“Passamos por dois hospitais em nossa cidade, ficamos internadas cinco dias em um e cinco no outro. Os médicos já suspeitavam de leucemia, mas eu não queria acreditar e sempre tive a esperança de que não era. A Evilla fez o mielograma (que é o exame avaliação da medula óssea), mas o resultado só sai com 20 dias, mas não podíamos esperar e fomos encaminhadas para o Oncológico Infantil.

Já em Belém, novamente o exame confirmou a Leucemia Linfóide Aguda (LLA), e foram 50 dias internadas, fazendo as quimioterapias e tomando as medicações necessárias. “A Evilla sempre foi muito comunicativa, além de ser muito forte e madura para a idade dela. Minha filha é muito ativa e tudo para ela é uma diversão, até quando ela passou cinco meses de cadeira de rodas, nunca deixou de pensar que aquilo só era uma fase ruim e que logo tudo iria passar”, relembra a mãe.

Confiante em dias melhores – Hoje longe das cadeiras de rodas, ela não para e sempre desfila pelos corredores e dança, além de ser muito carinhosa e amorosa com todos. “Acredito que isso tem ajudado muito no tratamento, porque ela não vê esses dias ruins como uma luta e, sim, como uma diversão. Até mesmo na hora dos procedimentos, Evilla sempre faz piadas e faz todo mundo rir e chega a esquecer que está no hospital porque ela se sente em casa.

A menina está feliz e ansiosa porque vai ser a nova aluna da Classe Hospitalar, que funciona no Oncológico Infantil Octávio Lobo. “Ela me disse que mesmo que a escolinha seja no hospital, para ela é muito bom, porque tem coleguinhas de luta contra o câncer. A minha filha sempre foi muito interessada pelos estudos e já sabe ler e escrever muitas coisas”, orgulha-se Cleitiane.

Texto: Carol Menezes/Secom