Profissionais do HGT alertam usuárias sobre importância da prevenção de câncer do colo uterino

Profissionais do HGT alertam usuárias sobre importância da prevenção de câncer do colo uterino

21/03/2022 Off Por Roberta Vilanova

Estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA) é que 720 novos casos sejam registrados no Pará em 2022

O Hospital Geral de Tailândia (HGT), localizado na mesorregião do nordeste paraense, aderiu à campanha que alerta para importância da prevenção ao câncer do colo de útero, o “Março Lilás”, garantindo assistência à população feminina que procura os serviços da unidade.

Segundo dados da Secretaria de Saúde Pública (Sespa), de 2017 a 2020, foram registrados 2.264 casos pelas secretarias municipais, correspondendo a uma média anual de 566 confirmações. Já em 2021, 245 novos registros foram contabilizados. Para este ano, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima 720 novos casos registrados no Pará.

Ainda de acordo com a Sespa, os serviços de prevenção ao câncer obedecem a um fluxo de atendimento que se inicia na Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da residência da usuária do Sistema Único de Saúde (SUS). Na UBS, um médico clínico generalista, diante de um diagnóstico suspeito, pode encaminhar a usuária ao centro de referência adequado para a definição do quadro clínico, mediante exames e biópsias.

Caso o diagnóstico indique tratamento oncológico, a paciente com câncer de colo do útero pode ser encaminhada para um dos quatro hospitais estaduais de alta complexidade e referência em câncer disponíveis no Pará, como o Ophir Loyola e Hospital Universitário Barros Barreto, em Belém; o Hospital Regional do Baixo Amazonas, em Santarém, e a Unacon, do Hospital Regional de Tucuruí.

À espera na recepção para realizar um exame de ultrassom no HGT, a usuária Maria Ramos, de 57 anos, avalia que o assunto é pertinente. “É um caso de saúde pública. Sempre venho ao HGT fazer exames, cuidar da minha saúde. Quando estou por aqui, sempre a unidade hospitalar procura abordar esse tipo de campanha para alertar as mulheres. É excelente o trabalho de conscientização do hospital, já que muitas não têm acesso à informação, pois moram em zonas rurais”, disse.

Médico Domingos Costa esclarece que o câncer de colo uterino é uma doença de evolução lenta

Atendimento- Nesse cenário, dando suporte às usuárias, mesmo sendo de baixa e média complexidade, em 2021, o HGT realizou 2.167 ultrassons endovaginais e mais 1.337 consultas ginecológicas. Na sequência, nos dois primeiros meses de 2022, a unidade hospitalar já registrou 291 consultas ginecológicas, além de 341 ultrassons endovaginais.

De acordo com o médico Domingos Costa, ginecologista e obstetra, “a evolução da doença é lenta. A história natural do câncer do colo uterino é descrita como uma afecção, inicialmente, de caráter benigno que sofre transformações intraepiteliais progressivas, em duração média de 10 a 20 anos, e pode evoluir para um carcinoma invasor”, explicou.

Por levar muitos anos para se desenvolver, é considerado raro em mulheres até 30 anos e sua incidência aumenta progressivamente até o pico na faixa etária de 45 a 50 anos de idade. Sua incidência resulta da exposição das mulheres a fatores de risco e da eficiência dos programas de rastreamento.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), em 99,7% dos casos, o HPV (papilomavírus humano) está relacionado ao câncer do colo do útero. O médico Domingos Costa esclarece que além dos aspectos relacionados à infecção pelo HPV, o tabagismo, a multiplicidade de parceiros sexuais, o uso de contraceptivos orais, múltiplos partos, baixa ingestão de vitaminas, iniciação sexual precoce e a coinfecção por agentes infecciosos como o HIV e Chamydia trachomatis se constituem outros fatores de risco para o desenvolvimento dessa patologia.

O Ministério da Saúde recomenda o início do rastreamento para o câncer do colo uterino aos 25 anos de idade e que já iniciaram a atividade sexual.

Costa explica que o intervalo entre os exames deve ser de três anos, após dois exames negativos, com intervalo anual. Os exames devem seguir até os 64 anos e serem interrompidos quando, após esta idade, as mulheres tiverem pelo menos dois exames negativos consecutivos nos últimos cinco anos.

“O diagnóstico precoce realizado por meio do exame preventivo, denominado de exame de Papanicolau ou citopatológico, associado ao tratamento das lesões precursoras são fundamentais para prevenção e redução da mortalidade por este tipo de câncer”, completou o ginecologista.

Estrutura – O HGT possui 51 leitos e dispõe ainda de uma Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) com nove leitos, sendo seis adultos e três pediátricos. Os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) têm acesso aos serviços oferecidos pelo HGT por meio da Central de Regulação Municipal. As urgências e emergências têm livre demanda, geralmente encaminhadas pelo Samu, Corpo de Bombeiros Militar e Polícia Rodoviária.

Serviço: O HGT é um órgão do Governo do Estado, administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (SESPA), e está localizado na Av. Florianópolis, s/n, Bairro Novo. Mais informações pelo fone (91) 3752-3121.

Texto: Pallmer Barros/Ascom HGT

Fotos: Divulgação