Projeto Telemedicina Pará é retomado pela Sespa

Projeto Telemedicina Pará é retomado pela Sespa

05/08/2021 Off Por Roberta Vilanova

Solenidade presidida pelo secretário de Saúde, Rômulo Rodovalho, no auditório da Sespa

O Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), retomou o projeto Telemedicina Pará, que disponibiliza pontos de acessos a consultas especializadas. O projeto faz parte do programa “Assistência Médica Especializada na Região Norte do Brasil por meio da Telemedicina”, fruto de uma parceria do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (PROADI) com o Hospital Israelita Albert Einstein, em que são ofertadas teleconsultas em 7 especialidades médicas, tais como endocrinologia, neurologia, neurologia pediátrica, pneumologia, cardiologia, psiquiatria e reumatologia.

No Pará, o projeto piloto, coordenado pela Sespa com o apoio das Secretarias Municipais de Saúde do Estado (Cosems), ocorreu em 10 municípios selecionados a partir dos critérios elencados pelo Ministério da Saúde, que incluem o baixo Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), carência de médicos especialistas e distância de centros médicos especializados.

A entrega dos equipamentos necessários para os primeiros testes, treinamentos e início dos atendimentos ocorreu no mês de julho deste ano para os 10 municípios iniciais: Igarapé-Miri, Mocajuba, Cametá, Oeiras do Pará, Limoeiro do Ajuru, Bujaru, Rurópolis, Bom Jesus do Tocantins, Portel e Belém. Com previsão de implantação em 56 municípios, os próximos 46 terão o serviço implantado de forma gradativa seguindo o planejamento da Sespa, que havia suspendido a execução do programa em função da pandemia da Covid-19.

Na prática, o paciente passa por uma consulta na UBS, onde é identificada a necessidade de um especialista e, então, o agendamento poderá ser solicitado através do sistema do Hospital Albert Einstein. Na data e horário agendado, o paciente retorna à UBS para consulta com médico generalista presencial e o especialista da telemedicina. Para tanto, utiliza-se uma plataforma tecnológica que permite agendamento, acesso à videoconferência entre os médicos e registro de informações em prontuário eletrônico.

Potencial – Projetado para ser desenvolvido nos 7 estados da Região Norte, o projeto tem potencial para melhorar a qualidade da assistência e a satisfação do usuário, reduzir o número de transferências desnecessárias de pacientes e, consequentemente, aprimorar a alocação de recursos para melhorar a saúde geral da população. Como objetivo principal tem-se a redução da fila de espera na central de regulação do Estado e ampliação do uso da telessaúde.

Renata Morbeck, coordenadora do Albert Einstein

“A ideia é que o paciente seja atendido na presença do médico que o acompanha na atenção primária, para que tenhamos maior volume de informações a fim de conduzir o exame físico e minimizar o deslocamento desses pacientes. É algo simples, que podemos resolver logo no próprio município, evitando complicações de alguns quadros diagnósticos e que a gente pode fazer de uma forma prática diante de uma tela em consulta”, explica a coordenadora de Operações da Telemedicina do Hospital Albert Einstein, Renata Albaladejo Morbeck. Segundo ela, as expectativas pelos trabalhos no Pará são as melhores possíveis.

A cerimônia de apresentação ocorreu na última terça-feira (03), em Belém, no auditório da sede do Nível Central da Sespa, com a presença dos prefeitos e secretários de saúde de cada município, profissionais da Telemedicina do Hospital Israelita Albert Einstein e equipe da Sespa envolvida na operacionalização do projeto.

Igarapé Miri aderiu ao Telemedicina no último dia 8 de julho e até agora já realizou 38 das 113 teleconsultas feitas pelos 10 municípios já participantes. A coordenadora de Regulação da Secretaria de Saúde do município, Cláudia Pureza, elogiou a iniciativa do governo estadual. “Eu vejo essa ferramenta como uma grande oportunidade para promoção e prevenção do agravo da doença do paciente. Nossos médicos da Atenção Básica estão também usufruindo desse serviço e trocando experiências com os especialistas que atendem pela plataforma”, relatou.

Sipriano Ferraz , secretário adjunto de Políticas de Saúde

Na ocasião da apresentação do projeto, o secretário adjunto de Gestão de Políticas de Saúde, Sipriano Ferraz Júnior, disse estar confiante no sucesso do projeto, considerado essencial ao Estado em função da demanda reprimida da população por consultas médicas em especialidades. Para que esse êxito seja contínuo, pediu compromisso das Prefeituras e dos secretários municipais de Saúde para a manutenção da infraestrutura do serviço e para a gestão de metas e resultados. “Estamos também avaliando a implantação de pontos de acessos em aldeias indígenas”, anunciou.

O secretário de Saúde do Pará, Romulo Rodovalho, também comentou a iniciativa e afirma que o atendimento remoto já é uma realidade crescente no Estado. “Essa necessidade ficou ainda mais evidente para desafogar demandas eletivas que foram represadas durante a pandemia. Fico feliz pelos municípios que já estão aderindo ao projeto e que todos possam aproveitar a gama de atendimentos e a nossa disponibilidade em ajudar nas orientações oportunas e necessárias”, concluiu.

Participaram também, entre outros, da cerimônia de retomada do projeto o secretário adjunto de Gestão Administrativa da Sespa, Ariel Sampaio; a diretora técnica da Sespa, Carla Figueiredo; o secretário de Saúde de Belém, Maurício Bezerra; a secretária de Saúde de Ananindeua e representante do Cosems na ocasião, Dayane Lima; e o secretário de Saúde de Bujaru, Miguel Júnior.

Texto: Mozart Lira/Sespa
Fotos: José Pantoja/Sespa