Quase 30% dos partos realizados no Hospital Geral de Tailândia são de usuárias adolescentes

Quase 30% dos partos realizados no Hospital Geral de Tailândia são de usuárias adolescentes

11/02/2022 Off Por Roberta Vilanova

Hospital Geral de Tailândia (HGT)

Cerca de 27% dos partos efetivados no Hospital Geral de Tailândia (HGT) são de usuárias adolescentes. No mês voltado à prevenção da gravidez na adolescência, fevereiro, o Ministério da Saúde (MS) alerta que, em 2020, a cada mil brasileiras entre 15 a 19 anos; 53 tornam-se mães. Enquanto isso no mundo, são 41, conforme relatório lançado pelo Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa). A média da América Latina é de 62 meninas, a cada mil, que engravidam nesta faixa etária.

Os dados reforçam a necessidade de tratar a gravidez na adolescência como uma questão de saúde pública. Referência em várias especialidades, entre elas, Obstetrícia e Ginecologia, além da oferta de serviço de Maternidade, em livre demanda, o HGT, localizado na mesorregião do Nordeste paraense, registrou entre janeiro de 2021 até janeiro de 2022, a realização de 1.743 partos.

Desses, 461 realizados em crianças e adolescentes entre 10 a 19 anos, ou seja, são exatamente 26,44% de meninas sendo mães jovens. A constatação é da Central de Parto Normal (CPN) da unidade hospitalar que considera esses dados preocupantes.

Ao constatar os números, a equipe do CPN verificou que ano passado foram realizados 411 partos em adolescentes, na faixa etária de 15 a 19 anos. Na sequência, 21 partos foram realizados em meninas de 10 a 14 anos. Já em janeiro deste ano, foram realizados 28 partos, entre usuárias adolescentes de 15 a 19 anos.

De acordo com o Diretor Técnico do HGT, Ananias Manoel, os dados são considerados altos, pois indicam que a cada quatro gestantes que dão à luz no HGT, uma é adolescente. Diante deste cenário, o médico faz um alerta para as adolescentes ao ressaltar os riscos da gravidez precoce. “É um período de transição da infância à vida adulta e carrega diversas e constantes mudanças e adaptações. A gestação na adolescência constitui um problema de saúde pública por causa dos riscos tanto à saúde da mãe, quanto a do bebê, entre elas, prematuridade, anemia, aborto espontâneo, eclâmpsia e depressão pós-parto. Esses dados influenciam não apenas na taxa de mortalidade materno-infantil, como também tem impacto no contexto socioeconômicos desta adolescente”, observou Ananias Manoel.

No último domingo (6), uma jovem de 14 anos entrou em trabalho de parto e teve sua primeira filha no HGT, vivenciando essa experiência de transição entre a infância e à vida adulta, cheia de responsabilidades. Acompanhada de sua mãe, Lidiane do Nascimento, 42 anos, a menor, assim que deu à luz, foi separada de sua bebê ao ser diagnosticada com a Covid-19, por isso, a jovem mãe, ainda não poderá dar mama à criança. Apesar do susto, o parto foi normal e sem outras complicações.

“A minha neta ainda não teve o aconchego da mãe. Não realizou ainda a primeira mama. Isso para mim é traumático, no entanto, é para o bem-estar das duas. A parte mais bonita em ser mãe é o amamentar, mas se Deus quiser, a minha filha vai superar tudo isso e logo estará com a sua bebê no colo”.

Situação como esta encaixa perfeitamente nas orientações do Dr Ananias Manoel, que defende a realização de ações de educação em saúde e projetos para reduzir número de gravidez entre crianças e adolescentes. “É dever dos profissionais de saúde orientarem, aconselharem e transmitirem o máximo de informações para que a adolescente não passe por gravidez sem planejamento, mas ocorrendo no momento certo para que o corpo esteja apto para tal processo”, concluiu o médico.

Residentes no município do Acará, distante mais de 180 Km de Tailândia, não é a primeira vez que mãe e filha são atendidas no HGT. “Já conhecíamos o HGT. Por isso, optei por minha neta nascer aqui, onde os profissionais são competentes. Além da minha filha, a minha sogra recebeu atendimento na Urgência/Emergência e foi muito bem assistida. Todos estão de parabéns. Só gratidão de nossa parte”.

Ação nas escolas em Tailândia – A programação de educação em saúde contará com a promoção de palestras para alertar crianças e adolescentes, sobre os riscos e consequências da gravidez precoce para alunos da rede de ensino particular, tendo em vista que, a rede de ensino público segue sem aulas presenciais. A ação está sendo coordenada pelo Grupo de Trabalho de Humanização (GTH) do HGT, ao longo deste mês.

Serviço: O HGT é um órgão do Governo do Estado, administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), estando localizado na Av. Florianópolis, s/n, Bairro Novo. Mais informações pelo fone (91) 3752-3121.

Texto: Pallmer Barros /HGT

Foto: Ascom/HGT