Sespa alerta para a prevenção do câncer infantil

Sespa alerta para a prevenção do câncer infantil

15/02/2022 Off Por Mozart Lira

O Dia Internacional de Luta contra o Câncer Infantil, lembrado em todo o mundo em 15 de fevereiro, reacende o debate para os mecanismos de prevenção à doença, bem como seus sinais e sintomas.

Nesse sentido, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) alerta que uma alimentação saudável faz toda a diferença no desenvolvimento de uma criança para a fase adulta e ajuda também a prevenir o câncer que, por se tratar de uma doença silenciosa, os sintomas podem ser confundidos com outras que são comuns na infância.

Por isso, consultas ao pediatra são essenciais porque pode identificar os primeiros sinais de câncer e encaminhar a criança para investigação diagnóstica e tratamento especializado.

Entre os sintomas que podem ser alarmantes, estão palidez, hematomas ou sangramento, dor óssea; caroços ou inchaços, principalmente aqueles indolores e sem febre; perda de peso inexplicada, tosse persistente, sudorese noturna e falta de ar; alterações nos olhos, como estrabismo; inchaço abdominal; dores de cabeça persistentes ou graves, vômitos pela manhã com piora ao longo do dia; dor em membros e inchaço sem traumas.

Segundo a coordenadora estadual do Programa de Oncologia da Sespa, Patrícia Martins, o diagnóstico precoce aumenta as chances de cura. “Quanto mais cedo se descobre a doença, o tratamento torna-se menos agressivo para a criança”, esclarece.

No Pará, os tumores mais frequentes na infância e na adolescência são as leucemias (que afetam os glóbulos brancos), os que atingem o sistema nervoso central e os linfomas (sistema linfático).

Segundo dados do Painel Oncologia, do Ministério da Saúde, 466 casos de câncer na faixa dos 0 a 19 anos foram diagnosticados no Pará em 2020, dos quais 190 de leucemia linfóide e 27 de doença de Hodgkin. No ano seguinte, foram 320 casos, com a leucemia linfóide liderando as ocorrências com 146 novos pacientes e, na sequência, a doença de Hodgkin com 13 casos.

No que tange ao diagnóstico e tratamento do câncer, a Sespa tem trabalhado para descentralizar o atendimento em todas as regiões do Pará. Atualmente, o atendimento dos usuários na faixa dos 0 a 19 anos de idade no Sistema Único de Saúde (SUS) inicia nas unidades da Atenção Primária de Saúde, com a oferta de serviços nos municípios e, podendo, conforme necessidade, ser encaminhados para tratamento com cirurgia, radioterapia ou quimioterapia no Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo (HOIOL), em Belém, e no  Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém.

Mesmo com os recursos disponíveis no Sistema Único de Saúde para o tratamento do câncer infantil, o ideal é evitar que se chegue a esse estágio por meio da alimentação balanceada e livre de conservantes, que podem ser percebidos desde a gestação da criança.

Em nota técnica, a Coordenação Estadual de Nutrição da Sespa esclarece que a “promoção da alimentação adequada e saudável é muito importante para a prevenção do câncer e de outras doenças crônicas em todas as fases da vida”.

Em critérios técnicos, a Sespa recomenda o aleitamento materno exclusivo para crianças com até seis meses de idade e, após esse período, poderá continuar recebendo leite materno até o 2º ano de vida, com a alimentação sendo complementada aos poucos, em três refeições ao dia (papa de fruta no meio da manhã e da tarde, e papa salgada no almoço) e assim evoluindo até chegar aos 12 meses, quando a criança deve continuar a ser amamentada e receber três refeições principais (café da manhã, almoço e jantar) e dois lanches (frutas).

Essa refeição já pode ser igual à da família, porém, não deverá conter alimentos industrializados, principalmente os ultras processados; gordurosos, com excesso de sal; açucarados e nem preparações ou produtos que contenham açúcar à criança até 2 anos de idade, como sucos, refrigerante e outras bebidas açucaradas.

Segundo a coordenadora de Nutrição da Sespa, Walquíria Moraes, outra dica muito importante é prestar atenção aos sinais de fome e saciedade da criança, evitando que seja ofertado mais alimentos do que o necessário. A criança nunca deve ser forçada a comer e para isso, devemos saber quais alimentos ela está rejeitando e modificar o modo de preparo que está sendo ofertado. O exemplo dos pais à mesa, também, é muito importante nesse momento de construção de bons hábitos alimentares.

Nesse foco, a Coordenação Estadual de Nutrição desenvolve ações educativas e projetos visando à promoção de hábitos saudáveis e na prevenção do câncer e outras doenças crônicas junto à sociedade, como é o caso do projeto “Práticas de Educação em Saúde, Alimentar e Nutricional em um Hospital Oncológico Infantil”, que é desenvolvido em parceria com o Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo e tem como objetivo a promoção da saúde por meio da alimentação saudável junto aos pacientes em tratamento que frequentam a classe hospitalar do hospital oncológico infantil.

O Dia Internacional de Luta contra o Câncer Infantil foi criado há 20 anos pela Childhood Cancer International com o o objetivo de conscientizar a população sobre a doença e expressar apoio às crianças e adolescentes e suas famílias.