Síndrome de Down: especialistas destacam o atendimento oferecido às famílias que procuram suporte profissional

Síndrome de Down: especialistas destacam o atendimento oferecido às famílias que procuram suporte profissional

21/03/2022 Off Por Roberta Vilanova

Francidalva com sua filha Sâmia

Uma vez por semana, Francidalva sai do município de Marituba, na Região Metropolitana de Belém, com a filha Sâmia, de um ano e seis meses, para fazer tratamento no Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), na capital.

“Graças a Deus ela está evoluindo bem. Aqui ela faz atendimento multidisciplinar com fonoaudiólogo, psicólogo e terapeuta ocupacional. Já tem quase um ano. Eu gosto muito daqui”, disse Francidalva da Costa.

A mãe lembra que começou a procurar atendimento especializado para a filha assim que soube que a menina tinha Síndrome de Down. A evolução do desenvolvimento da Sâmia é um exemplo da importância da estimulação precoce para que as crianças possam adquirir e aprimorar habilidades.

No Dia Internacional da Síndrome de Down, comemorado neste 21 de março, especialistas das redes estadual de saúde e de educação do Pará destacam o atendimento oferecido às famílias que procuram suporte profissional.

O CIIR atende hoje, cerca de 30 crianças e adolescentes com síndrome de down. O atendimento acontece com equipe multiprofissional composta de fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicólogos, fisioterapeutas, musicoterapeutas, psicopedagogos e profissionais de educação física, acontecendo desde a estimulação precoce, o que é determinante para a aquisição e desenvolvimento de capacidades e habilidades que perpassam em diversos aspectos, como desenvolvimento motor, comunicação e cognição.

“O nosso olhar para as pessoas com síndrome de down é global. Cada usuário é único, por isso ao final de cada avaliação/reavaliação, construímos um Projeto Terapêutico Singular e alinhamos as expectativas da família/usuário em relação ao processo de reabilitação e começamos a trabalhar para alcançar estes objetivos. Esse cuidado torna a reabilitação mais efetiva,” explica Thayana Lucena, coordenadora do Centro Especializado em Reabilitação, tipo 4 – CIIR.

Educação  – A matrícula de Aissa Siqueira, de nove anos, na Escola Estadual de Ensino Fundamental São João Batista, em Belém, é outro exemplo de ensino, motivação e transformação por meio do conhecimento e da aprendizagem. A mãe, Rosangela Siqueira, diz que não abre mão de levar a filha para a escola porque acredita no potencial da menina.

“Nesse dia eu só tenho que pedir que Deus abençoe as mães que têm filhos assim. Só o sorriso deles nos faz ter forças para continuar. Minha filha teve câncer e eu não desisti dela. Cada luta que a gente passa juntas, eu vou aprendendo e fico muito feliz em ver que ela está se desenvolvendo pelo meu esforço de mãe,” comemora Rosangela Siqueira.

Segundo a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), cerca de 4 mil alunos identificados com síndrome de Down estão matriculados na rede estadual de ensino no Pará. Os estudantes têm suporte técnico em 300 salas de recursos multifuncionais, além de mais de 20 unidades de atendimento públicas e conveniadas especializadas em todo o estado.

As atividades multidisciplinares de estímulo ao desenvolvimento dos alunos são oferecidas no contraturno escolar e aplicadas de acordo com a necessidade individual dos estudantes.

“Nós temos nos empenhado na ampliação desses serviços, na qualificação profissional e nas melhorias de acesso e permanência dos alunos na rede. Porque sabemos que quanto mais estímulos eles recebem, mais a gente têm respostas no desenvolvimento deles. Quando você oferece autonomia para que eles alcancem outros patamares, a tendência é colhermos resultados positivos, rompendo barreiras de preconceito na sociedade”, enfatizou Felipe Linhares, coordenador da coordenadoria de educação especial da Seduc.

Síndrome de Down  – A Síndrome de Down é uma alteração genética gerada pela presença de uma terceira cópia do cromossomo 21 em todas as células do organismo (trissomia), o que ocorre no momento da concepção.

É importante destacar que a síndrome de Down não é uma doença e, sim, uma condição genética, mas que está associada a algumas questões de saúde que devem ser observadas desde o nascimento do bebê, como cardiopatia congênitas, alterações oftalmológicas, auditivas, do sistema digestório, endocrinológica, do aparelho locomotor, neurológicas, hematológicas e ortodônticas.

O desenvolvimento dos indivíduos está diretamente relacionado aos estímulos e aos incentivos que recebem, sobretudo nos primeiros anos de vida, por isso a importância de procurar suporte profissional.

Texto: Denise Soares (Secom)

Foto: Divulgação