Pará destaca ações de saúde voltadas aos povos tradicionais durante painel do AdaptaSUS na COP30

Pará destaca ações de saúde voltadas aos povos tradicionais durante painel do AdaptaSUS na COP30

13/11/2025 Off Por ASCOM

Sespa compartilha experiências com atenção especializada para quilombolas e reforça compromisso com a equidade no SUS

O Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), participou do painel “AdaptaSUS – Adaptação do Setor Saúde com Participação Social e Diálogos Interfederativos”, realizado nesta quinta-feira (13) no Pavilhão Brasil, na Zona Verde da COP30. O evento, promovido pelo Ministério da Saúde, reuniu gestores e especialistas para debater estratégias que fortaleçam a resposta do Sistema Único de Saúde (SUS) frente aos impactos das mudanças climáticas, com ênfase na atenção aos povos tradicionais.

Representando a Sespa, a secretária adjunta de Saúde do Pará, Heloísa Guimarães, apresentou experiências do Estado na construção de políticas públicas voltadas às comunidades quilombolas, ribeirinhas e povos indígenas, destacando a importância de modelos de atenção sensíveis à realidade amazônica.

Heloísa Guimarães, secretária adjunta de Saúde do Pará, com os demais palestrantes do evento

Saúde e clima: integração entre territórios e saberes – O painel integrou a programação oficial da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), sediada em Belém, e reuniu autoridades como a secretária de Saúde do Amazonas, Nayara Maksoud; o economista-chefe do Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura, Erik Berglöf; o coordenador de Mudança do Clima e Equidade, Emerson Soares; e a presidente do Conselho Nacional de Saúde, Fernanda Magano.

A proposta do AdaptaSUS é fortalecer o setor saúde frente às emergências climáticas, por meio de 27 metas e 93 ações organizadas em quatro eixos estratégicos: Vigilância; Atenção; Promoção e Educação em Saúde; e Ciência, Tecnologia e Inovação. O plano parte da compreensão das vulnerabilidades territoriais e valoriza o diálogo entre diferentes formas de cuidado e de conhecimento.

Secretária Adjunta de Saúde, Heloisa Guimarães

Durante sua participação, Heloísa Guimarães destacou o papel da equidade na construção de um SUS adaptado à realidade amazônica. “É uma oportunidade importante para reafirmarmos a necessidade de modelos de atenção que dialoguem com a realidade amazônica, capazes de alcançar ribeirinhos, povos tradicionais e comunidades quilombolas. Iniciativas como o AdaptaSUS fortalecem esse olhar, ao reconhecer as especificidades da região e apoiar estratégias que contribuam para superar desafios históricos”, afirmou.

Reconhecimento da atenção à população quilombola – O painel foi acompanhado por cerca de 125 pessoas e contou com manifestações do público ao final da apresentação. Para a professora da Universidade Federal do Pará (UFPA), Tany Marin, o debate marca um avanço importante nas políticas públicas.

“Fiquei muito feliz que a Dra. Heloísa trouxe à mesa esse assunto tão importante, evidenciando que a Sespa está direcionando uma atenção especializada à população quilombola. Já tínhamos para os povos indígenas, e agora ver esse cuidado voltado aos quilombolas, que ocupam amplos territórios no Pará, é muito importante”, declarou.

Professor de Teatro, Caio Bentes

O professor de teatro Caio Bentes também reforçou a importância do debate. “No Pará, temos uma grande quantidade de quilombos e povos indígenas. Essas populações precisam ser escutadas, para que as políticas e ações cheguem efetivamente a quem precisa”, afirmou.

Compromisso com a equidade – A participação da Sespa no painel reafirma o compromisso do Governo do Pará com a promoção da equidade no SUS e com a construção de políticas públicas que respeitem a diversidade cultural e territorial da Amazônia.

Com iniciativas em andamento para ampliar a cobertura e a qualidade da atenção básica, especializada e em saúde coletiva junto aos povos tradicionais, a Secretaria fortalece o diálogo com as comunidades e contribui para a construção de um sistema de saúde resiliente, inclusivo e adaptado às realidades locais.

Texto: Mariela Oliveira/Sespa

Fotos: Bruno Cecim/Secom