Dia Nacional de Combate ao Câncer de Próstata reforça importância do diagnóstico
17/11/2025
Coordenadora estadual de Oncologia da Sespa, Patrícia Martins: “o diagnóstico precoce é essencial para melhores resultados”
No Dia Nacional de Combate ao Câncer de Próstata, lembrado nesta segunda-feira (17), o Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), reforça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença que mais acomete homens no território estadual, quando excluídos os tumores de pele não melanoma. Somente em 2025, até agosto, 232 novos casos foram diagnosticados nos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) no Pará. Em 2024, foram registrados 585 casos, segundo o Painel de Oncologia do DataSUS.
De acordo com estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA, 2022), o Brasil deve registrar 71.730 novos casos de câncer de próstata por ano no triênio 2023–2025, o que mantém o câncer de próstata como o tipo mais incidente em homens e o segundo em mortalidade, atrás apenas do câncer de pulmão no cenário mundial.
Para a coordenadora estadual de Oncologia da Sespa, Patrícia Martins, o cenário reforça a necessidade de ampliar a informação e estimular os homens a procurarem o serviço de saúde. “O diagnóstico precoce é essencial para garantir melhores resultados no tratamento. Quando identificado nas fases iniciais, o câncer de próstata pode ultrapassar 90% de chances de cura. Por isso, é fundamental que os homens estejam atentos aos sinais e busquem avaliação individualizada, especialmente aqueles com fatores de risco”, destaca.
Prevenção, sinais de alerta e exames disponíveis no SUS
A próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino localizada abaixo da bexiga, responsável, junto às vesículas seminais, pela produção do esperma. Nas fases iniciais, o câncer de próstata costuma ser silencioso e não apresenta sintomas. Quando sinais começam a surgir, como dificuldade para urinar, aumento da frequência urinária, dor ao urinar, sangue na urina ou no sêmen e dores ósseas, cerca de 95% dos tumores já estão em estágio avançado, dificultando a cura.
Os principais fatores de risco incluem idade avançada, histórico familiar, obesidade e maior prevalência entre homens negros. Por isso, segundo o Ministério da Saúde, homens assintomáticos devem conversar com um profissional de saúde para avaliar riscos e benefícios dos exames, em uma abordagem de decisão compartilhada.
A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) orienta que:
-Homens a partir de 50 anos procurem avaliação especializada;
-Homens a partir de 45 anos iniciem investigação se forem negros ou tiverem parentes de primeiro grau com câncer de próstata.
Na rede pública, a investigação de casos suspeitos inclui:
-Exame clínico, como o toque retal;
-Exame laboratorial PSA (Antígeno Prostático Específico);
-Encaminhamento ao urologista quando há alterações;
-Biópsia em casos que exigem confirmação diagnóstica.
A coordenadora Patrícia Martins reforça que a porta de entrada é sempre a Atenção Básica. “Qualquer unidade da rede pública pode iniciar a investigação e encaminhar o paciente para avaliação especializada. O importante é que o homem não espere os sintomas surgirem e busque orientação de forma preventiva”, explica.
Além das avaliações médicas, hábitos saudáveis também reduzem o risco de câncer: prática regular de atividade física, alimentação equilibrada, combate ao sedentarismo, controle do peso, redução do consumo de álcool e abandono do tabagismo — diretrizes reforçadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Onde encontrar atendimento e tratamento no Pará
O Governo do Pará, por meio da Sespa, também atua com ações educativas em instituições públicas para ampliar a conscientização masculina sobre prevenção e diagnóstico precoce. O encaminhamento para consulta de primeira vez e avaliação especializada segue o Protocolo de Acesso de Média e Alta Complexidade em Oncologia, disponível no portal da Sespa.
O tratamento oncológico de alta complexidade para câncer de próstata pelo SUS está disponível nas seguintes unidades:
-Hospital Ophir Loyola (HOL)
-Hospital Universitário João de Barros Barreto
-Hospital Regional de Castanhal
-Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA)
-Hospital Regional de Tucuruí
Esses serviços oferecem diagnóstico, cirurgia, radioterapia, quimioterapia, vigilância ativa e acompanhamento especializado conforme o estágio e a agressividade do tumor.
Segundo Patrícia Martins, o Pará avança continuamente no fortalecimento da rede. “Estamos ampliando o acesso, atualizando protocolos e fortalecendo a integração entre Atenção Básica e média e alta complexidade. A informação correta salva vidas, e nossa missão é garantir que os homens tenham acesso ao cuidado completo e oportuno”, afirma.
Texto: Giullianne Dias/Sespa
Foto: Divulgação



