Governo do Pará fortalece rede de acolhimento à pessoa com Transtorno do Espectro Autista

Referências em atenção especializada, acompanhamento e apoio a pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e familiares, os Núcleos de Atendimento ao Transtorno do Espectro Autista (Natea), entregues pelo governo do Estado, reúnem serviços de saúde, educação e cidadania em uma rede de acolhimento cada vez mais fortalecida no Pará. Os municípios de Belém, Tucuruí, Capanema, Santo Antônio do Tauá e Marabá já contam com Nateas, e as próximas entregas previstas serão em Santarém, Altamira e Breves.

O Natea, projeto idealizado pela Coordenação Estadual de Políticas para o Autismo (Cepa), vinculada à Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), realiza atendimentos integralizados, multiprofissionais e humanizados, baseados em evidências científicas, com serviços de terapia ocupacional, psicologia, fonoaudiologia, educação física, assistência social, enfermagem e psicoterapia, entre outras especialidades.

“Buscamos, cada vez mais, a descentralização desses atendimentos no Estado, entendendo que muitas pessoas do interior do Pará enfrentam dificuldades para o deslocamento até uma unidade na busca de diagnósticos e intervenções. Por isso, fortalecemos parcerias com prefeituras, e também entre secretarias estaduais para aproximar os serviços da população”, ressalta a psicóloga técnica da Cepa, Bianca Silva.

O supervisor técnico do Natea do CIIR, Williams Silva, explica que são realizados monitoramentos mensais das metas terapêuticas de cada um dos usuários. “Identificamos os avanços em cada usuário sobre habilidades básicas para aprender, em muitos casos, desde sentar, esperar, ter tolerância, até habilidades um pouco mais complexas, que seriam habilidades sociais, por meio das quais eles vão desenvolver autorregulação, automonitoramento, desenvolver também habilidades de interação com os pares, funcionais e de identificação de emoções”, informa.

O Natea utiliza a Terapia ABA (Análise do Comportamento Aplicada), uma abordagem cientificamente validada para o desenvolvimento de pessoas com TEA, visando ensinar habilidades sociais, de comunicação e autonomia, e reduzir comportamentos desafiadores. Em 2024, foram realizados, em média, mais de 17 mil atendimentos mensais em todo o Estado, superando 200 mil ao longo do ano.

Marabá – Em abril deste ano, o governo do Estado entregou um Natea em Marabá, no sudeste paraense, que integra a estrutura da Policlínica dos Carajás. A iniciativa beneficia populações de 17 municípios da região.

O diretor executivo da unidade, Joabe Lopes, considera o Núcleo um avanço importante para a rede de cuidados infantis em Marabá e no entorno. “É um espaço de acolhimento e estímulo, pensado para oferecer um acompanhamento integral aos portadores de autismo e suas famílias. Nosso compromisso é garantir um cuidado humanizado, com profissionais qualificados e uma estrutura que favorece o desenvolvimento e a inclusão, fortalecendo os vínculos e ampliando as oportunidades de cada pessoa com TEA e suas famílias”, destaca o diretor.

Mãe de Juan Emanuel, 4 anos, Janaína Ferreira se emociona ao falar sobre o impacto do acompanhamento do filho em um núcleo especializado. “O espaço trouxe mais que consultas; trouxe esperança. O Natea nos acolheu de verdade. O Juan foi recebido com carinho, passou pelas primeiras consultas, e eu senti o cuidado em cada detalhe. Aqui, encontramos profissionais que escutam, orientam e fazem a diferença na nossa caminhada”, assegura.

Legislação – A atual gestão estadual instituiu a Lei nº 9.061/2020, criando em 2020 a Coordenação de Políticas para o Autismo (Cepa). Desde então, seis eixos principais são trabalhados pela Coordenação, com ênfase nas pessoas com TEA: saúde; educação; assistência social; cultura, esporte e lazer; trabalho e legislação.

Os usuários têm acesso aos Nateas por meio de encaminhamento das Unidades Básicas de Saúde (UBS), via Central de Regulação do Estado. O pedido é analisado, conforme o perfil da pessoa, pelo Sistema Estadual de Regulação do Sistema Único de Saúde (SER).

Texto:  Giovanna Abreu (SECOM)