Hospital Galileu alerta: prevenir quedas em idosos evita traumas graves

Hospital Galileu alerta: prevenir quedas em idosos evita traumas graves

06/10/2025 Off Por ASCOM

As quedas em idosos vão muito além de acidentes domésticos: representam riscos sérios à saúde óssea, frequentemente resultando em fraturas que comprometem a autonomia e até a sobrevivência. Para o ortopedista Marcus Preti, do Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), na Grande Belém, compreender os fatores de risco e adotar medidas preventivas é essencial para preservar qualidade de vida e longevidade.

Segundo o especialista, os idosos tornam-se mais vulneráveis devido a condições clínicas comuns nessa fase, como labirintite, tonturas, Alzheimer e sarcopenia — a perda de massa muscular. “Quando a saúde não foi bem planejada ao longo da vida, o idoso tende a ter mais desequilíbrio. Se a massa óssea estiver frágil, com osteopenia ou osteoporose, as consequências de uma queda podem ser devastadoras, especialmente nas fraturas de fêmur, que em alguns casos são fatais”, explica Preti.

Acompanhamento e prevenção – Dentro de casa, pequenas mudanças fazem toda a diferença. O médico reforça as recomendações da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, que criou o protocolo Casa Segura para o Idoso, com medidas práticas para reduzir riscos.

“É importante retirar tapetes soltos, evitar mesinhas no meio do caminho, manter luzes suaves acesas à noite, usar calçados firmes e instalar barras de apoio nos banheiros. Quanto menos degraus houver, maior será a segurança”, orienta.

Além das adaptações no lar, o acompanhamento médico periódico é indispensável. Preti ressalta a importância de consultas regulares com geriatras, clínicos gerais e especialistas específicos, como ginecologistas e urologistas, além da avaliação ortopédica.

“Estudar a massa óssea e tratar doenças como artrose ou sarcopenia é fundamental. Somado a isso, boa alimentação, suplementação adequada e exercícios físicos para ganho muscular formam o tripé da prevenção”, afirma.

O alerta também vale quando a queda já aconteceu, mesmo que pareça leve. Segundo o ortopedista, tonturas ou desequilíbrios podem ser sinais de doenças graves, como AVC, aneurisma ou osteoporose avançada. “Nunca se deve subestimar uma queda. É preciso investigar a causa e tratar de forma integral”, adverte.

No Hospital Galileu, referência em ortopedia, o cuidado com o idoso com trauma vai além da cirurgia. A instituição possui um protocolo específico para fraturas do fêmur proximal, que envolve atendimento multiprofissional e acompanhamento contínuo, desde o pós-operatório até a reabilitação.

“O trabalho começa logo após o procedimento cirúrgico, com fisioterapia precoce, orientações de cuidados e incentivo para que o idoso retome suas atividades de forma gradual. Quanto mais cedo a recuperação inicia, menores são as complicações”, ressalta Preti.

A equipe da unidade, sob gestão do Instituto de Saúde Social e Ambiental da Amazônia (ISSAA) em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), também orienta os familiares sobre a importância da continuidade do tratamento, seja em fisioterapia ambulatorial, hidroginástica, pilates ou academia terapêutica.

“O hospital se preocupa não apenas em tratar a fratura, mas em garantir que o idoso siga seu processo de reabilitação em casa ou em outros serviços, preservando sua autonomia e reduzindo os riscos de novas quedas”, acrescenta o especialista.

Para Preti, o futuro dos idosos deve ser visto com esperança e responsabilidade compartilhada. “Eles precisam continuar ativos, dentro de suas possibilidades, sempre acompanhados pela família e profissionais. O uso de muletas, cadeiras de rodas ou de banho deve ser orientado por fisioterapeutas para garantir segurança. Com acompanhamento adequado, é possível manter autonomia e dignidade, sem se tornar totalmente dependente”, conclui.

Estrutura – O Hospital Público Estadual Galileu (HPEG) dispõe de 104 leitos de internação e é referência em cirurgias ortopédicas de alta complexidade, incluindo reconstrução e alongamento ósseo. A unidade também realiza procedimentos de traqueia e urológicos.

Texto: Roberta Paraense