
Seminário virtual debate panorama da malária no Estado
26/11/2024Nesta quarta-feira, 27, a partir das 9 horas, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) convoca médicos e enfermeiros da região metropolitana de Belém para o segundo Webinário para atualização do estabelecimento do Manejo Clínico de Malária. A transmissão ocorrerá pelo canal de transmissões do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Pará (Cosems/PA) no Youtube. Outra forma de acesso será pelo QR Code do cartão virtual disponível nas redes sociais da Sespa.
A iniciativa de mais essa capacitação é do Departamento de Controle de Endemias, por meio do Programa Estadual de Controle da Malária, com objetivo de aperfeiçoar as capacidades técnicas dos médicos e enfermeiros de unidades básicas e de hospitais para a vigilância da doença e padronizar procedimentos no atendimento a pacientes com sintomas suspeitos, visando a oferta de ações e serviços de saúde com qualidade e em tempo oportuno com foco na agenda da COP 30, que será realizada em Belém em novembro de 2025.
Outro exemplo de capacitação ocorreu no decorrer deste mês, quando a Sespa realizou, em Santarém, o Encontro de Avaliação do Programa de Controle da Malária dos municípios vinculados ao 9º Centro Regional de Saúde (9º CRS). O evento contou com a participação de aproximadamente 100 pessoas, entre diretores da Sespa, secretários municipais de Saúde, coordenadores municipais da área de endemias e técnicos do 9º Centro Regional de Saúde (CRS), além de representantes Cosems, Ministério da Saúde e da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).
“Foi uma ocasião em que cientistas da área do diagnóstico, tratamento, entomologia e controle vetorial para eliminação da malária estiveram reunidos”, relembra a coordenadora estadual de Controle da Malária, Paoola Vieira, ao ressaltar que o cenário da doença no Pará é de estabilidade. Dados atualizados até o dia 30 de outubro deste ano, indicam que já foram confirmados 19.422 casos de malária este ano no Pará, correspondendo a uma redução de 1% se comparado ao mesmo período de 2023.
Ações da Sespa
Como ocorreu ao longo de 2024, a Sespa continuará intensificando as ações de forma complementar para garantir o controle e reduzir a carga da doença. Porém, é importante dar sustentabilidade a essas ações e manter a vigilância, assim como também sensibilizar a gestão local.
De janeiro a outubro deste ano, 7.550 mosquiteiros impregnados com inseticida de longa duração (MILD) já foram distribuídos pela Sespa só este ano aos 7º, 8º e 9º Centros Regionais de Saúde, com base em critérios como casos notificados por localidade, número de prédios e da população afetada.
No que tange ao uso de inseticidas para combate ao mosquito, Paoola Vieira explicou que existem dois tipos de borrifação: a intradomiciliar, na qual são borrifadas as paredes internas das residências e onde o inseticida persiste atuante por até quatro meses, sendo assim a mais eficaz.
“A outra é a nebulização espacial extradomiciliar, que é indicada como última estratégia de controle, e quando há estudo prévio do comportamento desse vetor na área. Ela só deve ser utilizada quando há alta densidade de mosquitos na área externa da casa, que, na maioria das vezes, ocorre em período noturno”, concluiu.
Para também combater a doença, a Sespa também distribuiu 975.174 comprimidos de medicamentos antimaláricos nos dez primeiros meses de 2024 aos 13 Centros Regionais de Saúde, a fim de atender as Secretarias Municipais de Saúde conforme as demandas. Outra medida nesse período foi a distribuição de 39.650 testes rápidos divididos entre o 1º, 3º, 7º, 8º, 9º, 10º e 13º Centro Regional de Saúde do Estado do Pará.
Prosseguem também este ano o assessoramento técnico nas ações de investigação e controle de casos, com capacitações realizadas pela Sespa, com apoio do Laboratório Central do Estado (Lacen) em diversos municípios e dezenas de participações de técnicos da Coordenação de Malária em capacitações sobre a doença, em articulação com os demais entes federativos.
Sintomas e tratamento
A malária é causada por um parasito transmitido pela picada da fêmea do mosquito Anopheles, que se infecta ao picar uma pessoa doente. Os principais sintomas são dor de cabeça, febre alta, calafrios, tremores e sudorese. Outros sintomas que podem aparecer inicialmente são náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite.
O diagnóstico pode ser feito por meio de gota espessa ou teste rápido. A gota espessa é obtida com amostra de sangue colhida diretamente por punção digital.
A malária tem cura e o tratamento é eficaz, simples e gratuito. Entretanto se não for diagnosticada e tratada de forma oportuna e adequada, pode evoluir para as suas formas graves. Daí a importância de a pessoa, que tenha viajado, nos últimos 15 dias, para uma área endêmica de malária, procurar imediatamente o serviço de saúde assim que apresentar algum desses sintomas.
O tratamento é feito de acordo com o peso do paciente e espécie parasitária, podendo ser por P. vivax, P. falciparum ou mista. Com resultado positivo para malária, o paciente recebe os medicamentos e inicia imediatamente o tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). É importante que o paciente complete o tratamento mesmo já estando sem sintomas, para que alcance totalmente a cura.
As principais medidas preventivas são instalar telas em portas e janelas da casa se possível; evitar construir casas perto de matas e igarapés, pois são locais onde o mosquito vive e se reproduz e usar mosquiteiros e repelentes.
Serviço: O segundo Webinário para atualização do estabelecimento do Manejo Clínico de Malária será transmitido pelo link (https://www.youtube.com/@cosems-patransmissoes7120).