Sespa orienta sobre sintomas da meningite e formas de prevenção

Sespa orienta sobre sintomas da meningite e formas de prevenção

27/02/2025 Off Por Mozart Lira

 

A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) alerta a população sobre possíveis sintomas da meningite, como dor de cabeça, febre, vômitos associados a quadros de cansaço intenso, irritação, rigidez de nuca ou convulsão.

“É bom conhecer os sintomas da doença e adotar medidas preventivas, como recorrer logo à vacina. Orientamos que todos fiquem atentos às recomendações para proteger a saúde da comunidade”, recomenda a secretária de Estado de Saúde Pública, Ivete Vaz.

A meningite é uma inflamação das membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal, podendo ser de causas infecciosas, como bactérias, vírus, fungos, protozoários e helmintos, e de causas não infecciosas.

Os principais sinais e sintomas são febre, dor de cabeça intensa, náuseas, vômitos, dor e enrijecimento da nuca, e manchas pelo corpo. Em crianças menores de um ano de idade pode haver choro intenso, irritabilidade e inchaço das fontanelas (moleiras).

O sinal mais característico dessa doença, a rigidez da nuca, ocorre por causa do inchaço e da inflamação das membranas que recobrem o cérebro. Assim, a pessoa deve procurar imediatamente uma unidade de saúde e relatar seu estado de saúde.

A transmissão ocorre de pessoa para pessoa, por via aérea (fala, tosse e espirro) e os riscos de contágio aumentam, neste período de chuvas intensas, porque as pessoas ficam mais tempo em ambientes fechados.

Prevenção – Em nota técnica, a Sespa alega que a vacinação é a principal medida de prevenção contra a doença bacteriana, com as vacinas meningocócicas conjugadas C e ACWY, além dos demais imunobiolóicos a serem administrados no primeiro ano de vida, tais quais: vacina BCG, Pneumocócica 10 e pentavalente.

Embora a vacina contra o sorogrupo B não seja disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é fundamental que os cidadãos mantenham o calendário vacinal atualizado com as vacinas oferecidas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Outras formas de proteção são lavar as mãos com água e sabão ou álcool em gel para evitar disseminação de vírus e bactérias; evitar locais com aglomeração de pessoas; deixar os ambientes ventilados, se possível ensolarados, principalmente, salas de aula, locais de trabalho e transporte coletivo; não compartilhar objetos de uso pessoal, alimentos, bebidas, pratos, copos e talheres.

A doença é de notificação obrigatória imediata, que deve ser feita em até 24 horas para as vigilâncias municipais e estaduais, sendo responsabilidade dos serviços de saúde, públicos ou privados, e profissionais de saúde, notificarem todo caso suspeito. É fundamental o acompanhamento semanal dos casos suspeitos de meningite, a fim de se realizar a detecção precoce de possíveis casos e ou surtos, assim como alterações do padrão epidemiológico dos casos.

Outras orientações importantes para os serviços de saúde são: encaminhar precocemente o paciente de caso suspeito para avaliação médica e posterior exame para confirmação de diagnóstico.

Tratamento – Não existe tratamento específico para as meningites virais. Os medicamentos para combater febre e dor são úteis para aliviar os sintomas.

Meningites bacterianas são tratadas com antibióticos aplicados diretamente na veia do paciente e sua administração deve começar o mais rápido possível para evitar complicações e sequelas.

Meningites causadas por fungos ou pelo bacilo da tuberculose exigem tratamento prolongado à base de antibióticos e quimioterápicos por via oral ou endovenosa.

Cenário – As meningites são consideradas um grave problema de saúde pública pela sua magnitude, potencial de transmissão, patogenicidade e relevância social, estando presente em várias regiões do mundo, com um registro anual de mais de um milhão de casos só de meningite bacteriana, cuja letalidade pode chegar a 70% se o indivíduo não receber o tratamento adequado.

No Brasil, a meningite é uma doença endêmica, ou seja, casos podem ser registrados o ano inteiro, sendo mais comum a ocorrência das meningites bacterianas no inverno e das virais, no verão.

Frente a um possível caso de meningite, o médico solicita a coleta de amostras de sangue e líquido cefalorraquidiano (líquor), para diagnosticar e detectar o agente infeccioso. Essa identificação específica é importante para o profissional saber exatamente como se deve tratar a infecção.

Todos os exames laboratoriais para diagnóstico de meningite estão disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e são solicitados pela equipe médica ou de vigilância epidemiológica durante o acompanhamento do caso.

A Sespa aponta que não há necessidade de fechamento da unidade escolar nem de alteração na rotina do local, em caso de suspeita ou confirmação de meningite, pois o acompanhamento do cenário deve ser feito pela equipe de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde do município.

Diante do caso, as orientações e medidas tomadas incluem a manutenção das rotinas de higienização e limpeza do ambiente escolar, além da verificação da situação vacinal dos demais estudantes.

A Sespa informa que seguem em andamento apoio para a detecção, manejo, monitoramento e comunicação junto aos municípios, que executam ações de vigilância epidemiológica.

A Sespa informa que, este ano, até o dia 25 de fevereiro, 26 casos de meningite meningocócica foram confirmados no Pará. Desse total, 19 pertencem ao sorogrupo B, 02 do sorogrupo C e 05 aguardam resultados.