Sespa alerta para os impactos do fumo à saúde

Sespa alerta para os impactos do fumo à saúde

26/08/2025 Off Por Mozart Lira

Em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Fumo, 29 de agosto, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) volta a recomendar o alerta à população sobre o tabagismo como uma doença. A data também é oportuna no âmbito do Agosto Branco, uma campanha de conscientização para diagnóstico precoce do câncer de pulmão, em grande parte associado à dependência do fumo.

Nesse sentido, a Sespa disponibiliza tratamento à população fumante, por meio do Centro de Referência em Abordagem e Tratamento do Fumante (Cratf), mantido pela Sespa no térreo da Unidade de Referência Especializada (URE), na Avenida Presidente Vargas com travessa Osvaldo Cruz, centro de Belém. Em 21 anos de atividade, o Centro já atendeu mais de 6,5 mil pessoas e registra a média de 30 pacientes que procuram atendimento a cada mês.

A médica pneumologista Fátima Amine, que coordena o Centro de Referência em Abordagem e Tratamento do Fumante (CRATF)

No Cratf, o tratamento inicia com os exames que vão identificar a trajetória tabagística do paciente e prossegue com sua admissão em um grupo com outros fumantes para o início do tratamento, que consiste na abordagem cognitiva comportamental. A prescrição medicamentosa é complementar, sendo indicado para minimizar os sintomas da síndrome de abstinência. Portanto, torna-se necessário avaliação individual da necessidade ou não do uso de medicamentos, em função dos diversos tipos e graus de dependência.

Fumar é o principal fator de risco para o câncer de pulmão, responsável por mais de 90% dos casos, segundo estatísticas do Instituto Nacional do Câncer (INCA). As pesquisas do órgão também indicam que a fumaça do tabaco contém mais de 7 mil compostos e substâncias químicas e que, no mínimo, 69 delas provocam câncer.

Dados públicos do Painel Oncologia, do Ministério da Saúde, indicam que os casos de neoplasia maligna dos brônquios e pulmões estão em declínio no Pará: em 2023 foram 236 novos casos. No ano seguinte, 184 pessoas foram diagnosticadas com o problema e, em 2025, até 15 agosto, outros 39 novos casos.

A médica pneumologista Fátima Amine, que coordena o Centro de Referência em Abordagem e Tratamento do Fumante (CRATF), alerta que, além do uso direto do tabaco, a exposição ao fumo passivo e a produtos químicos tóxicos, como defensivos agrícolas e solventes, também contribuem para o risco.

Fátima também destaca que, nas últimas duas décadas, a percepção sobre o cigarro mudou em função das campanhas terem conseguido restringir a publicidade em torno da glamourização do fumo. Por outro lado, outros desafios vieram com o advento de outros dispositivos para fumar, como os cigarros eletrônicos e vapes.

“Os esforços atuais se concentram não apenas em prevenir novos casos, mas também em oferecer suporte àqueles que lutam contra a dependência”, acrescenta a especialista.

Além disso, a Secretaria dispõe de capacitação dos profissionais de saúde dos municípios para a implantação do programa de tratamento do fumante no SUS nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e o apoio na realização de campanhas educativas e de ações de abordagem para prevenir a iniciação e o estímulo à adoção de comportamentos e estilos de vida saudáveis.

“O número de pessoas que procuram os serviços antitabagismo no Estado aumentou em função das informações sobre os malefícios do tabaco através de campanhas educativas não só em datas pontuais, nas ações legislativas que garante a proibição de fumar em ambientes coletivos fechados, advertências sanitárias nos maços de cigarros, entre outras ações”, explica a coordenadora do Programa de Controle de Doenças Crônicas Não Transmissíveis/ Tabagismo da Sespa, Silvia Corrêa.

De acordo com a referência técnica do Programa Nacional do Controle do Tabagismo – PNCT, o tabagismo é considerado doença desde a última revisão do CID 10 e integra o grupo de transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de substância psicoativa e está associado às doenças crônicas não transmissíveis, como um fator de risco para o desenvolvimento de outras doenças principalmente doenças cardiovasculares, neoplasias, respiratórias crônicas, tuberculose, úlcera gastrintestinal, impotência sexual, infertilidade em mulheres e homens, osteoporose entre diversas outras.

 

Dicas para abandonar o tabaco

* Busque por apoio profissional, orientação médica e ingresse em programas de cessação do tabagismo, que oferecem suporte especializado e estratégias eficazes para deixar o cigarro

* Identifique e evite gatilhos, e reconheça os momentos, atividades ou emoções que costumam desencadear o desejo de fumar e encontre alternativas para lidar com essas situações.

* Mantenha-se ativo. A prática regular de exercícios físicos ajuda a reduzir a vontade de fumar, mas também entra como outra alternativa de prazer, melhora o humor e promove o bem-estar geral.

* Adote uma alimentação saudável, priorize alimentos ricos em nutrientes, de baixa calorias, evitando o consumo de alimentos ultra processados e ricos em açúcares e gorduras saturadas.

* Encontre suporte social, compartilhe sua jornada com amigos, familiares ou grupos de apoio, encontrando conforto e motivação na companhia de pessoas que compreendem seus desafios.

 

Serviço:

Para ter acesso ao Craft, basta procurar o centro ao lado da URE da Presidente Vargas, em Belém. Avenida Presidente Vargas, n.º 513, entre Aristides Lobo e Osvaldo Cruz. Atendimento de segunda à sexta, das 7 às 17 horas.