Poli Metropolitana alerta sobre os cuidados com a asma nos quadros da Covid-19

Poli Metropolitana alerta sobre os cuidados com a asma nos quadros da Covid-19

21/06/2021 Off Por Roberta Vilanova

Cerca de 40% dos pacientes de pneumologia chegam com sintomas de asma

Criado para conscientizar a sociedade a respeito dos seus sintomas e modos de prevenção, o Dia Nacional do Controle da Asma, no Brasil, é lembrado nesta segunda-feira (21), como um alerta à população sobre a gravidade desta doença crônica. Como estratégia do Governo do Estado para o atendimento a especialidades médicas, não médicas e cirúrgicas, entre elas, a pneumologia, a Policlínica Metropolitana, em Belém, vem ofertando o serviço completo aos usuários asmáticos que recebem na unidade, desde o atendimento ambulatorial até os exames pulmonares para detectar e tratar da melhor forma a enfermidade.

Diante à pandemia do novo coronavírus, diversas dúvidas giram em torno da asma quanto à sua potencialidade para agravar os quadros da Covid-19. A pneumologista Luciana Lúcio, que faz atendimento na Poli Metropolitana, alerta: “A asma controlada não é um agravante frente à Covid-19. No entanto, percebeu-se que a doença, quando não tratada e o paciente descompensado, corre risco de progredir para casos graves da Covid, com a necessidade de fazer o uso de oxigênio”, frisa.

Cerca de 40% dos pacientes atendidos para a especialidade de pneumologia da Poli Metropolitana chegam aos consultórios com sintomas de asma. Na maior parte dos casos, os usuários já foram diagnosticados na infância, porém, a médica afirma que os cuidados com a doença devem ser redobrados em período pandêmico. “A asma, geralmente, se manifesta no início da vida, porém, temos casos em que ela se desenvolve ao longo do tempo. É fundamental que a população procure sempre um médico com o surgimento dos sintomas para iniciar precocemente o tratamento, e, assim, no caso de ter a Covid-19, a doença estar controlada”, acrescenta Luciana Lúcio.

O eletricista Carlos Alberto, de 54 anos, faz atendimento na unidade e está satisfeito com tratamento. “Tenho asma desde a infância. Sempre foi muito complicado levar uma vida igual a das outras pessoas. Fico cansado rapidamente, minha fala é ofegante, mas paro e volto a fazer o tratamento”, lembra. Com a pandemia da Covid- 19, ele se manteve isolado o máximo possível. “Meu maior medo é ser infectado com o coronavírus. Ainda não tive. Parei o tratamento da asma e agora estou voltando a fazer aqui na Policlínica. Fui bem atendido por toda a equipe. Percebi um cuidado e uma preocupação com os pacientes desde a médica, até o porteiro”, parabeniza.

Para o secretário de Estado de Saúde Pública, Romulo Rodovalho, a data é de extrema importância para salvar vidas, com a iniciação de um tratamento precoce. “O Dia Nacional de Controle da Asma é um alerta a toda população. A doença crônica pode afetar crianças, adultos e idosos, comprometendo suas atividades diárias. A doença silenciosa é, não tratada, na sua forma grave, uma das comorbidades para o novo coronavírus. No estado, a Policlínica Metropolitana, recebe os pacientes com problemas respiratórios, identifica-os, faz uma série de exames de imagens e de laboratórios, e por isso, é referência na média complexidade da rede estadual”, observa.

A Poli Metropolitana tem capacidade de oferecer 700 consultas mensais para pneumologia

Capacidade – A Poli Metropolitana tem capacidade de oferecer 700 consultas mensais para pneumologia. Contudo, no mês passado, 54% das vagas foram preenchidas. A diretora executiva da Policlínica Metropolitana, Liliam Gomes, explica que a unidade está de portas abertas para atender aos seus usuários. “Os pacientes com sintomas respiratóriosbpodem se dirigir até a unidade de saúde mais próxima de sua casa para ser regulado à Policlínica”, detalha.

A gestora acrescenta ainda que, além das consultas com especialistas, a unidade também oferta uma série de exames diagnósticos para identificar e tratar de melhor forma da doença. “Os exames mais demandados pela pneumologia, para a melhor precisão do quadro do paciente asmático, são o raio-X do tórax, a tomografia do tórax, e ainda o carro-chefe para o diagnóstico de asma, que é o exame de prova de função pulmonar, conhecido também como espirometria ou teste do sopro. O teste visa entender melhor o funcionamento, o desempenho e as limitações do pulmão, detectando uma série de distúrbios respiratórios”, esclarece a diretora Liliam Gomes.

Orientações – Segundo o Ministério da Saúde (MS), a doença afeta mais de 6 milhões de brasileiros e leva a óbito cerca de 3 a 5 pessoas diariamente no país. Com a Covid-19, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) publicaram uma nota técnica com orientações e alerta sobre o mal, em fevereiro de 2021.

O documento aponta que nos estudos mais recentes, a prevalência de asma em pacientes com suspeita de Covid-19 foi similar à da população sem a doença. De acordo com dados disponíveis até o momento, não existe evidência de que os pacientes com asma têm um risco maior de infecção pelo SARS-CoV-2. Contudo, os asmáticos graves, especialmente com o uso recente de corticoide oral, parecem ter piores desfechos, incluindo maior risco de morte intra-hospitalar pelo novo coronavírus.

Sobre a asma –A asma é uma das doenças respiratórias crônicas mais comuns no brasileiro, caracterizada pela inflamação e o estreitamento dos brônquios, que impede a passagem de ar, tornando a respiração difícil.

Sintomas

As principais características são dificuldade de respirar e respiração curta e rápida. Os sintomas pioram à noite e nas primeiras horas da manhã ou em resposta à prática de exercícios físicos, à exposição a alérgenos, à poluição ambiental e a mudanças climáticas.

Como diferenciar os sintomas?
O sintoma mais grave do coronavírus é a falta de ar, indicativo de necessidade de ajuda médica. Por ser também um sintoma da asma, pode gerar confusão no paciente. Nesses casos, é necessário observar outros sinais, tais como como febre, cefaleia e dores pelo corpo, que não costumam ocorrer na crise de asma, e tentar lembrar se as crises anteriores foram semelhantes. (Fonte: Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT)

Texto: Roberta Paraense/Poli Metropolina