Atuação dos avós tem resultado positivo na recuperação das crianças internadas na Santa Casa

Atuação dos avós tem resultado positivo na recuperação das crianças internadas na Santa Casa

26/07/2021 Off Por Roberta Vilanova

Helena e suas duas avós, dona Vera Lúcia Miranda de Castro e dona Lucilene Pantoja

A pequena Helena, primeira neta de dona Vera Lúcia Miranda de Castro, 45 anos, que mora em Igarapé-Miri, nordeste do Estado, está há mais de dois meses internada na Santa Casa do Pará. Ao receber alta da maternidade, Helena ficou poucos dias em casa, pois teve icterícia e precisou ir ao hospital tomar banho de luz. Chegando lá, começou a vomitar e foi encaminhada para o hospital de Barcarena, e depois à Santa Casa, onde detectaram uma membrana obstruindo a passagem do alimento e ocasionando vômitos, foi quando ela realizou a primeira cirurgia. Alguns dias após receber alta, voltou a vomitar e retornou à Santa Casa e os exames detectaram uma outra membrana e ela precisou ser submetida a mais uma cirurgia.

A avó, dona Vera, elogiou o atendimento humanizado que recebeu na instituição e agradeceu a toda a equipe pela melhora da neta. “Já estamos há mais de dois meses aqui, e essa é a quarta cirurgia que ela faz para que o alimento possa ir para o intestino e depois ser evacuado. Há dezessete dias ela fez a última cirurgia e o quadro dela é estável, mas já esteve muito grave mesmo, em situações de chamarem a gente para conversar e esperar o pior, pois ela estava respirando por aparelho”.

“Fico feliz de ver que a Helena está sendo acompanhada por uma equipe muito boa. Agradeço a Deus por serem pessoas que sabem conversar, pois a gente vive numa UTI onde há muitas intercorrências, num dia é o nosso bebê que não está bem e no outro é o bebê da colega do lado e isso mexe muito com a gente. Ficamos um pouco chorosos com toda essa situação, mas eles percebem e vêm conversar conosco. Aqui temos acompanhamento psicológico, e a assistência social. Todos são muito carinhosos e presentes”, relata Vera de Castro.

Ao falar da emoção de ser avó, dona Vera disse que a pequena Helena sempre recebe a visita da mãe, Lúcia Andressa Santos,19, mas são as duas avós que estão cuidando dela. “É uma benção ter duas avós cuidando dela e lhe dando todo o amor do mundo. Meu filho, Mateus Castro (24), pai da Helena, chama a tia de mãe, então ela também é avó da Helena e veio cuidar dela. Ser avó é uma coisa maravilhosa. Quando minha sogra falava que ser avó é ser mãe duas vezes eu não tinha noção, mas agora que sou avó sei que é um amor inexplicável, não tem diferença do amor de mãe, é o mesmo amor, e hoje posso comprovar que é verdade”.

Para a dona Lucilene Pantoja, 47, a outra avó da Helena, ser avó é amar duas vezes. “É um amor que não se compara, é algo que só quem sente sabe, mas não consegue explicar. A Helena tem essa sorte de ter duas avós cuidando dela, pois a gente é capaz de tudo por um neto, capaz de largar a casa com os outros filhos só para estar aqui”.

Mariana Barbosa, médica residente que atua na UTI pediátrica da Unidade Materno Infantil, faz parte da equipe multidisciplinar que cuida da Helena e conta que ela é uma criança que já fez muitas cirurgias, passou por muitas dificuldades. Para ela, o fato de a família estar sempre presente é confiante e decisivo para a recuperação do paciente. “A gente tem visto a melhora ao longo dessa internação. Sempre com muito carinho e paciência por parte da família e dos profissionais. As avós sempre estão por aqui, sempre revezando os cuidados com ela e sempre muito carinhosas, muito atenciosas e realmente isso está sendo decisivo para a recuperação dela”, destaca a médica.

Silvana Nunes Nascimento, técnica de enfermagem e avó

A mãe e os dois netos da técnica de enfermagem Silvana Nunes Nascimento, 54, moradora de Ananindeua, nasceram na Santa Casa, onde ela trabalha há oito anos. Ela falou da emoção de ser avó e poder trabalhar na maior maternidade do Estado.

“Meu primeiro neto é o Marcelo. Ele tem 12 anos e nasceu aqui na Santa Casa de parto prematuro e precisou ir para a UTI, mas graças a Deus hoje ele é sadio. Tenho também uma neta de um mês e vinte dias, a Laura, irmã caçula do Marcelo. Ela nasceu aqui sem complicações e já está em casa. Para mim, a melhor maternidade é a Santa Casa. Inclusive minha nora está grávida e, se Deus quiser, também vai ter neném aqui. Falo para todo mundo que ser avó é a melhor emoção. É um amor maior do que ser mãe. Ser avó é lindo, é um sentimento inexplicável, parece que você vê as coisas de uma outra forma e trabalhando aqui percebo a Santa Casa como uma super avó cuidando das filhas e dos netos. Muitas mães nasceram aqui, a minha mãe nasceu aqui.”

Texto e fotos: Helder Ribeiro/Santa Casa