CIIR contabiliza 100 mil usuários assistidos na área pediátrica ao longo de 2023

‘Novembro Roxo’ destaca a importância da atenção à saúde de bebês prematuros

Com a significativa marca de 111 mil atendimentos pediátricos realizados em 2023 e o objetivo de conscientizar a população para os cuidados e prevenção ao parto prematuro, nesta sexta-feira (17), Dia Mundial da Prematuridade, o Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém, adere ao “Novembro Roxo”. A campanha internacional conduzida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que traz como temática este ano “Pequenas Ações, Grande Impacto: contato pele a pele imediato para todos os bebês, em todos os lugares”, chamando a atenção para a importância da saúde emocional de bebês prematuros.

A OMS afirma, por exemplo, que o contato pele a pele com a mãe ou um cuidador, chamado de mãe “canguru”, deve começar imediatamente após o nascimento, sem separação ou período em incubadora. Esse método resulta em benefícios significativos para a saúde de mães e bebês que permanecem próximos.

De acordo com o pediatra do CIIR, Alan Contente, um parto é considerado prematuro quando o bebê nasce antes de 36 semanas e seis dias. O período ideal para a gestação gira em torno de 37 e 42 semanas. A OMS classifica a Prematuridade de acordo com o tempo em que o bebê permanece no útero, deste modo, são considerados prematuros extremos as crianças que nascem antes de 28 semanas (seis meses); muito prematuros os que nascem entre 28 e 31 semanas (sete meses); e os prematuros moderados nascem entre 32 e 36 semanas de gestação (oito meses).

“Esta é a principal causa de mortalidade infantil antes dos cinco anos de vida. As principais causas são a baixa assistência de pré-natal com menos de seis consultas; problemas hormonais, implicando na idade da gestante sendo os extremos com menos de 15 anos ou mais de 40 anos; Diabete Gestacional e Pré-Eclâmpsia, que é a pressão arterial alta na gravidez, são outros fatores de risco”, ressalta o médico.

O especialista alerta que a prevenção inicia antes mesmo da gestação com planejamento familiar, pois as mulheres que pretendem gerar um filho precisam realizar consultas periódicas para a prevenção de doenças que podem a prejudicar durante a gravidez como miomas, infecções, hipertensão e diabetes, entre outras. “Durante a gravidez, realizar corretamente o pré-natal, que busca assegurar o desenvolvimento do feto, permitindo assim, parto de um recém-nascido saudável. Gravidez é planejamento”, acrescentou.

Entre os prematuros que realizam acompanhamento no CIIR está o pequeno João Miguel Vulcão, de apenas nove meses. Segundo a mãe, Adriene Vulcão, de 22 anos, o motivo que levou ao parto prematuro foi a baixa assistência, ou seja, durante o pré-natal, mãe e bebê foram acompanhados apenas em duas consultas.

“Eu não me interessei em buscar acompanhamento. Realizei duas consultas durante toda a gestão. Não tive incentivo familiar ou esclarecimentos do assunto. Sem saber (se adquiriu problemas de saúde), aos sete meses de gestação, tive o Miguel. Também não conhecia o risco de um parto prematuro e os seus malefícios a curto e longo prazo à criança. Hoje, o meu filho tem dificuldades de crescimento e, em consequência, baixo peso, além de outros problemas de saúde”, acrescenta a moradora de Oeiras do Pará, distante cerca de 340 km de Belém.

Alan Contente pontua que mais importante ainda são as consultas rotineiras após o parto com avalição do pediatra sendo mais próximo que um bebê de período ideal de gestação (entre 37 e 42 semanas). “Importante esse acompanhamento regular. Quando é bem ‘novinho’ usamos as curvas especiais que são justamente para comparar com a idade corrigida para ir ganhando peso e altura de acordo com esta idade corrigida, sendo complementado com o consumo de vitaminas”, aconselha salientando que bebês prematuros precisam de uma suplementação com ferro a partir dos 30 dias de vida para recuperar os níveis baixos de ferritina.

Eduarda dos Santos, 6 anos, realiza acompanhamento no CIIR após nascer aos 8 meses de gestação

Riscos – Quanto mais prematuro for o bebê, mais imaturos serão seus órgãos e, em consequência, maior será o risco de complicações, tais como, a dificuldade para manter a temperatura, que é a Hipotermia (temperatura abaixo de 35°c), diagnóstico comum nestes bebês, sendo a incubadora ou berço, um auxílio que realiza a função de aquecê-lo na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). No entanto, quando o bebê está estável, pode ser feito o contato pele a pele com os pais (método canguru), incentivo da Campanha da OMS.

O pediatra Alan Contente complementa que os bebês prematuros podem apresentar o diagnóstico de doenças ligadas aos pulmões, por isso, existe a possibilidade de ficarem por um longo período dependentes de oxigênio na UTI. “Além do mais, há o risco de sequelas neurológicas, como a paralisia cerebral e atraso de desenvolvimento intelectual, e a Retinopatia da Prematuridade, diagnóstico de má formação da retina nos olhos”.

Além da pediatria, a depender do quadro clínico e faixa etária, o Centro de Reabilitação ainda disponibiliza aos pequenos usuários outras especialidades médicas, além de terapias, caso apresente diagnóstico fechado, tais como, de autismo ou paralisia cerebral, após uma avaliação global com a equipe multiprofissional.

Dados – Segundo o Ministério da Saúde (MS), no Brasil, 340 mil bebês nascem prematuros todos os anos, o equivalente a 931 por dia; ou seis prematuros a cada 10 minutos. Mais de 12% dos nascimentos no nosso país acontecem antes da gestação completar as 37 semanas, o dobro do índice em países europeus.

Estrutura – O CIIR é referência no Pará na assistência de média e alta complexidade às Pessoas com Deficiência (PcDs) visual, física, auditiva e intelectual. Os usuários podem ter acesso aos serviços do Centro por meio de encaminhamento das unidades de saúde, acolhidos pela Central de Regulação de cada município, que por sua vez, encaminha à Regulação Estadual. O pedido será analisado conforme o perfil do usuário pelo Sistema de Regulação Estadual (SER).

Serviço: O CIIR é um órgão do Governo do Pará administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O Centro funciona na rodovia Arthur Bernardes, n° 1.000, em Belém. Mais informações: (91) 4042-2157 /58 /59.

Texto: Ascom/CIIR

Foto: Divulgação