Dia mundial de luta contra o câncer alerta sobre a importância da prevenção e do autocuidado

Dia mundial de luta contra o câncer alerta sobre a importância da prevenção e do autocuidado

08/04/2022 Off Por Mozart Lira

Exame de mamografia: essencial para o rastreamento de possível câncer de mama. Fotos de José Pantoja (Ascom/Sespa)

No Dia Mundial de Combate ao Câncer, lembrado neste 08 de abril, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) reafirma o seu compromisso de intensificar ações de prevenção e ampliar o acesso dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) aos serviços de diagnóstico e tratamento da doença em todas as regiões do Pará.

A data, criada no ano 2000, numa iniciativa da União Internacional para o Controle do Câncer (UICC) com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS), tem o objetivo de conscientizar a população mundial sobre os cuidados de prevenção desta que é a segunda doença que mais mata pessoas em todo o mundo e evitar, dessa forma, 7,6 milhões de mortes anualmente em decorrência da doença, maioria na faixa etária de 30 a 69 anos.

De acordo com dados ainda parciais do Painel da Oncologia, do Departamento de Informática do SUS (DataSUS), em 2021, o Pará registrou 596 casos de câncer de mama, 377 casos de câncer de colo do útero, 249 de câncer de próstata e 339 de câncer de estômago.

Para reduzir esses números, além de desenvolver campanhas educativas tais como Março Lilás, Outubro Rosa e Novembro Azul, que alertam para a prevenção e diagnóstico precoce dos cânceres de colo do útero, de mama e próstata respectivamente.

Nesse contexto, a Sespa vem ampliando a oferta de serviços para detecção precoce do câncer de colo de útero, disponibilizando 40 Serviços de Referência para Diagnóstico e Tratamento de Câncer de colo de útero e mama nos 13 Centros Regionais de Saúde (CRSs).

Patrícia Martins, coordenadora de Oncologia da Sespa

Além disso, a Sespa vem fortalecendo e melhorando o acesso aos serviços de média complexidade para a realização de diagnósticos precoces dos cânceres mais prevalentes, com oferta de consultas e exames especializados, incluindo biópsias. “Houve também a criação da linha de cuidado em oncologia e do protocolo de acesso de média e alta complexidade em oncologia para diagnóstico e tratamento precoce em tempo oportuno”, destaca Patrícia Martins, coordenadora estadual de Oncologia da Sespa.

A Sespa ressalta ainda que os exames preventivos são atribuição da Atenção Básica, ou seja, responsabilidade dos municípios.

Outra ação importante é o combate ao tabagismo, um dos principais fatores de risco do câncer. Além do atendimento oferecido pelo Centro de Tratamento do Fumante, na Unidade de Referência Especializada Presidente Vargas, a Sespa alerta que tratamentos para deixar de fumar também são disponibilizadas pelos municípios por meio de estratégias das Unidades Básicas de Saúde.

Nesse sentido, alguns resultados positivos são observados, como o percentual de adultos maiores de 18 anos fumantes ativos, que caiu de 15,0%, em 2006, para 7,9% em 2020, conforme pesquisa da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde.

 

Sinais

Alguns indivíduos estão geneticamente predispostos a desenvolver um tipo particular de câncer, independente da ação do ambiente. Em adultos, mudanças nos estilos de vida ajudam a reduzir as chances de desenvolvimento da doença, mesmo em pessoas que nascem com propensão genética.

Patrícia Martins afirma que a maioria dos cânceres estão associados a exposições ambientais e ao estilo de vida. “Evitar maus hábitos como alimentação inadequada, o sedentarismo, uso de tabaco e abuso no consumo de álcool, ajudam a diminuir a mortalidade pela doença”, explica, acrescentando que além desses fatores, infecções crônicas por vírus, como a hepatite B e o HPV, sobrepeso e obesidade, radiação e exposição a substâncias químicas são outras causas do aumento da doença.

“Se a pessoa tem histórico de câncer na família, deve passar por avaliação e exames periodicamente. Ao apresentar alguma suspeita, a recomendação é que seja encaminhada a um oncologista para fazer o diagnóstico correto e rápido. Assim são maiores as chances do tratamento dar certo e de diminuir possíveis complicações que aparecem mesmo depois do tumor ter sido tratado”, orienta.

No que tange ao diagnóstico e tratamento do câncer, a Sespa tem trabalhado para descentralizar o atendimento em todas as regiões do Pará. Atualmente, o atendimento dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) inicia nas unidades da Atenção Primária de Saúde, com a oferta de serviços nos municípios e, podendo, conforme necessidade, ser encaminhados para tratamento com cirurgia, radioterapia ou quimioterapia no Hospital Ophir Loyola (HOL) – que ganhou reforço com mais 22 médicos aprovados em processo seletivo este mês, Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo e nas Unidades de Alta Complexidade em Oncologia do Hospital Universitário João de Barros Barreto, Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA) e Hospital Regional de Tucuruí (HRT).