Governo investe na assistência nefrológica no Pará

Governo investe na assistência nefrológica no Pará

10/03/2022 Off Por Roberta Vilanova

Moradora de Itaituba, Sâmia Araújo realiza sessões de hemodiálise no Hospital Regional do Tapajós

O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), deve criar e ampliar ainda este ano o atendimento de hemodiálise em pontos estratégicos do estado. Os serviços devem ser ampliados na Policlínica de Tucuruí e de Caetés, no Hospital Regional Santa Rosa, em Abaetetuba, no Hospital Regional do Tapajós, em Itaituba e no Hospital Geral de Tailândia.

“A ampliação desse serviço vai permitir atender cada vez mais pessoas e possibilitar que não haja o deslocamento da população para locais muito distantes em busca de atendimento. Os locais em que este serviço será ampliado são considerados estratégicos, pois possuem um grande número de pessoas nas regiões próximas que necessitam dessa assistência”, afirma o secretário de Saúde do Estado, Rômulo Rodovalho.

Atualmente no Pará, existem 13 (treze) polos de atendimento em serviço de alta complexidade em Nefrologia sob gestão estadual, com oferta de serviço de Hemodiálise Ambulatorial, sediados nos municípios de Altamira, Belém, Bragança, Breves, Itaituba, Marabá, Marituba, Redenção, Santarém e Ulianópolis. Entre as unidades estão o Hospital Regional Público do Araguaia, Hospital Regional Público Dr. Abelardo Santos, em Icoaraci, e o Hospital Regional Público da Transamazônica, em Altamira.
Do período de janeiro a dezembro de 2021, foram 34.280 sessões de hemodiálise realizadas no estado do Pará. No total, essas unidades operam com 276 equipamentos que realizam o atendimento de pacientes com insuficiência renal aguda ou crônica graves.

“Os pacientes portadores de Doença Renal Crônica em tratamento conservador em ambulatório (Unidades de Referência Especializadas – UREs) e com indicação de hemodiálise ambulatorial são orientados pelo médico nefrologista a procurar a Secretaria Municipal de Saúde de residência munidos de documentos pessoais, exames complementares e laudo médico encaminhando o paciente para o ingresso no programa de Terapia Renal Substitutiva (TRS). Os municípios encaminham a solicitação de vaga de hemodiálise ambulatorial ao serviço mais próximo, preferencialmente dentro de sua Região de Saúde, de acordo com a disponibilidade de vagas”, explica a Camylla Rocha, coordenadora da Central Estadual de Regulação.

De 2019 até o momento, a atenção dada a essa especialidade já vem ocorrendo com a inauguração de dois novos centros em Itaituba e Breves. No Hospital Regional Público do Marajó, em Breves, unidade que atende os municípios do 8º Centro Regional de Saúde, a média de sessões de hemodiálise realizadas mensalmente é de 242 atendimentos, com 21 pacientes inscritos em programa de hemodiálise ambulatorial, que realizam as sessões em três turnos. Os pacientes são acompanhados por uma equipe multiprofissional composta por médicos nefrologistas, cirurgiões vasculares, enfermeiros, técnicos de enfermagem, assistente social, nutricionista, fisioterapeuta e psicóloga.

A oferta do serviço onde reside trouxe mais conforto à idosa Maria Zeneide Corrêa

Comodidade – O serviço de hemodiálise na região trouxe qualidade de vida para quem não precisa mais se deslocar até Belém para realizar as sessões. Maria Zeneide Corrêa, 67 anos, doméstica, realizou hemodiálise por cerca de dois anos na capital paraense, foi encaminhada, via Central Estadual de Regulação, para o tratamento de hemodiálise Ambulatorial no HRPM, em Breves, que é sua cidade natal.

“Fiz tratamento em Belém por cerca de dois anos. Assim que o centro do HRPM foi inaugurado em Breves, onde tenho residência, fui transferida aqui pro Regional, em junho do ano passado. Graças a Deus melhorou muito. Desde então, fico perto da minha família, dos meus amigos. Estou muito satisfeita porque transformou minha vida. Só tenho que agradecer muito a Deus e toda a equipe que cuida de mim”, afirmou.

A dona de casa Sâmia Barbosa Araújo Souza, de 41 anos, realiza as sessões de hemodiálise no Hospital Regional do Tapajós, em Itaituba, e está se habituando com a nova rotina, que agora conta com três sessões semanais. Ela foi diagnosticada com lúpus, uma doença autoimune em que as células do sistema imunológico saem de controle e passam a atacar as estruturas saudáveis do próprio organismo da pessoa.

“Antes eu praticava exercícios físicos, seguia uma vida tranquila. Em novembro passado, o médico me informou que o lúpus evoluiu para um estágio de nefrite lúpica, na qual meus rins foram afetados, e logo tive que dar início às sessões, que começaram em janeiro desse ano aqui no hospital regional. Hoje, eu fico mais em casa. Desde que iniciei o tratamento, não saio para lugares públicos, não me sinto preparada ainda, talvez quando o mudar o modo de tratamento do cateter para a fístula, eu me sinta mais à vontade em sair. Mas sou muito grata por fazer o tratamento aqui no Hospital Regional de Itaituba”, declarou.

Texto: Caroliny Pinho/Sespa
Fotos: Divulgação