Hospital da Transamazônica realiza 10ª edição do Encontro de Prematuros em Altamira

Hospital da Transamazônica realiza 10ª edição do Encontro de Prematuros em Altamira

27/11/2025 Off Por ASCOM

Bebês fortes e saudáveis protagonizam histórias de superação das mães e profissionais de saúde no Encontro de Prematuros

Exemplos superação, agradecimento e muita gargalhada marcaram a 10ª edição do Encontro de Prematuros do Hospital Regional Público da Transamazônica (HRPT), realizado na última terça-feira, 25 de novembro, em Altamira, sudoeste paraense. Mais de 20 crianças, que um dia entraram às pressas direto para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), tiveram suas histórias contadas pelas mães, como a cirurgiã dentista Ivana Né que define a filha, Melinda, como um milagre da fé e da ciência.

Era 2022, o mundo se recuperava da maior pandemia do último século, e Ivana se viu presa no hospital por outro motivo. É que Melinda nasceu com apenas 6 meses de vida e impressionantes 890 gramas. Classificada como bebê em situação de extrema prematuridade, as chances de vida eram próximas zero, mas a mãe encontrou no Hospital da Transamazônica o suporte necessário, mesmo para um caso tão delicado e de alto risco. “Foi difícil, mas o hospital foi de grande ajuda. Deus colocou o hospital e esses profissionais aqui”. A mãe da menina, hoje forte e com 3 anos e meio de idade, conta que o afeto superou os muros do hospital. “Dizem que, em momentos de muita dificuldade, pessoas maravilhosas aparecem nas nossas vidas, e a gente criou amizade com muitos da equipe que visitam minha filha em casa”.

A dentista Ivana Né com a filha Melinda, uma garotinha alegre e saudável, que nasceu prematura

A história de Melinda, compartilhada durante o encontro de terça-feira, é bem parecida com a de Eliza, que também nasceu com seis meses e pesando menos de um quilo. Foram 60 dias de luta e medo, mas sem perder a confiança nas equipes, compartilha a mãe, Luana Abreu, que mesmo morando em Santarém, fez questão de atravessar a Transamazônica como forma de agradecimento. “Eu fiquei muito feliz por eles lembrarem da gente e ter esse carinho e afeto. Tem muita gente que não reconhece, mas ter esse carinho por eles é gratificante”. Essa relação para além das paredes pode ter dois motivos. Primeiro, é impossível não se apegar a um bebê tão frágil. Depois, tem o tempo de convivência com as mães, que são as pessoas que mais sofrem durante o processo e criam vínculos com os profissionais como forma de encontrar conforto.

Desde a primeira edição, há uma década, o Encontro dos Prematuros do HRPT tem como missão, a partir de exemplos reais, mostrar para a comunidade e para a imprensa como estão os bebês que chegaram debilitados ao hospital e saíram recuperados. Mas, acima de tudo, o evento, que sempre ocorre na campanha Novembro Roxo, compartilha as histórias como forma de reforçar a importância da rede pública de saúde como instrumento que salva desde o nascimento, e chamar a atenção para assuntos como o pré-natal, procedimento indispensável para uma gravidez saldável, a partir do qual uma série que problemas podem ser identificados, inclusive aqueles que apontam para a possibilidade de parto prematuro.

O enfermeiro Cleiton Araújo acompanha diariamente os bebês que passam pelas UTIs Infantil, Neonatal e Pediátrica, hoje coordenadas por ele. Cada experiência, é como se fosse a primeira, nunca dá para encarar com normalidade, confidencia. “É satisfatório a gente ver esse reencontro desses pacientes, como eles cresceram e se desenvolveram”. O alívio, explica o coordenador, só chega quando o bebê recebe alta e vai para casa. “Quando a gente consegue evidenciar que esses pacientes estão tendo bom desenvolvimento e com uma baixas consequências e sequelas no período de internação no ambiente hospitalar, a gente também vê a qualidade do serviço prestado pelas equipes do hospital”, completa Cleiton Araújo.

Para comemorar a 10ª edição, o Encontro dos Prematuros do Hospital Regional da Transamazônica entregou o certificado “Melhor Mãe do Mundo”. Referência no atendimento a crianças, especialmente recém-nascidos, prematuros e extremamente prematuros, o HRPT, reconhecido com selos nacionais de excelência hospitalar, principal porta de entrada para uma população de meio milhão de pessoas, em nove municípios, premiou genitoras como Jamily Lopes.

Aos 31 anos, Jamily Lopes fez um discurso de agradecimento a médicos, enfermeiros, técnicos, nutricionistas, psicólogos, fonoaudiólogos e equipe de apoio. Graças a esses profissionais, reflete a jovem, hoje é possível carregar o maior presente que podia ter ganhado: Ítan, 10 meses, primeiro filho. “Eu defendo o hospital, defendo os funcionários porque tenho um carinho enorme por este hospital, desde a limpeza, por todos. Ter vindo para cá, com essa equipe, foi muito importante e mais leve. Eu não tinha família aqui, as meninas [enfermeiras e técnicas] se tornaram a minha família naquele momento”.

Textoe fotos: Rômulo D’Castro/HRPT