
Movimento é inclusão: Policlínica de Tucuruí usa atividade física como aliada no tratamento
14/08/2025Quando o corpo aprende a se mover, a vida ganha ritmo. Na Policlínica Lago de Tucuruí, a atividade física é mais que exercício — é ferramenta essencial para o desenvolvimento de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Localizada no sudeste do Pará, a unidade do Governo do Pará, gerenciada pelo Instituto de Saúde e Social da Amazônia (ISSAA), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), oferece atendimento com educadores físicos, 100% gratuito, humano e focado nas necessidades individuais de cada paciente.
No Núcleo de Atendimento ao Transtorno do Espectro Autista (Natea), educadores físicos conduzem sessões planejadas para muito além do fortalecimento muscular. Cada movimento é pensado para organizar o corpo, estimular a fala, melhorar a atenção e abrir portas para a interação social, promovendo um desenvolvimento global e integrador.
Para o tratamento, o movimento é sinônimo de inclusão, progresso e esperança. A educadora física, Erlane Cardoso, observa que antes de falar ou escrever, toda criança precisa desenvolver habilidades motoras básicas, como equilíbrio, força e coordenação.

Educadora física, Erlane Cardoso: “Antes de falar ou escrever, a criança precisa desenvolver habilidades motoras básicas, como equilíbrio, força e coordenação”.
No autismo, é comum encontrarmos dificuldades nessas áreas. A atividade física adaptada ajuda a trabalhar tudo isso de forma lúdica e estruturada. Ao mesmo tempo em que fortalecemos o corpo, damos ferramentas para que a criança participe mais da vida em sociedade”, explica.
Além dos ganhos motores, as aulas criam oportunidades para seguir regras, compartilhar espaços e interagir. “Cada brincadeira planejada é uma chance de aprender a esperar, dividir e se comunicar”, completa a profissional.
A prática regular também contribui para reduzir ansiedade, agressividade e crises sensoriais. Durante as atividades, a liberação de neurotransmissores como endorfinas e serotonina favorece o bem-estar e ajuda na autorregulação emocional.
Atendimento individualizado
Atualmente, cerca de 40 crianças participam dessas atividades todos os meses no Natea de Tucuruí, somando aproximadamente 160 sessões individualizadas. Todo o trabalho é realizado em conjunto com terapeutas ocupacionais, psicólogos, fonoaudiólogos e médicos. “Essa configuração possibilita uma intervenção mais direcionada, respeitando o tempo, o perfil neuropsicomotor, sensorial e comportamental de cada usuário”, disse a profissional.
Cada criança tem um Plano Terapêutico Singular (PTS), elaborado a partir de avaliação multiprofissional, que serve como guia para definir objetivos e acompanhar progressos.
O modelo individual permite a aplicação de estratégias baseadas em evidências, com maior controle de variáveis ambientais, favorecendo o estabelecimento de vínculo terapêutico e a responsividade do paciente às propostas. Além disso, essa abordagem promove maior precisão na coleta de dados, no monitoramento contínuo das metas estabelecidas no PTS”, reforçou a educadora física.
Como participar
O serviço de atividade física adaptada é oferecido exclusivamente aos usuários atendidos pelo Natea. Para ter acesso, as famílias passam pelo fluxo de regulação interna da unidade, que inclui avaliação e diagnóstico antes do início do acompanhamento multidisciplinar.
Serviço:
A Policlínica Lago de Tucuruí é uma unidade pública do Governo do Pará, com atendimentos totalmente gratuitos.
Endereço: Avenida Raimundo Veridiano Cardoso, nº 1008, bairro Santa Mônica, Tucuruí – PA.
Horário de atendimento: de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h.
Gestão: Instituto de Saúde e Social da Amazônia (ISSAA), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).
Texto de Roberta Paraense