Novo Pronto-Socorro vai criar Comissão Intra-Hospitalar de Órgãos e Tecidos

Novo Pronto-Socorro vai criar Comissão Intra-Hospitalar de Órgãos e Tecidos

10/07/2024 Off Por Roberta Vilanova

Técnicos da Central Estadual de Transplante orientaram os profissionais do Novo Pronto-Socorro sobre cada etapa de formação da Comissão Intra-Hospitalar de Órgãos e Tecidos

O Pronto-Socorro Dr. Roberto Macedo (PSRM), construído e entregue pelo Governo do Pará na Avenida Augusto Montenegro, em Belém, recebeu na manhã desta quarta-feira (10) uma equipe técnica da Central Estadual de Transplante (CET), vinculada à Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), responsável por organizar, coordenar e regular as atividades de doação e transplantes na rede estadual de saúde.

Profissionais da CET orientaram os profissionais da equipe multidisciplinar sobre a criação da Comissão Intra-Hospitalar de Órgãos e Tecidos (CIHDOTT) na nova unidade hospitalar, que terá a finalidade de organizar na instituição as rotinas e os protocolos que possibilitem o processo de doação de órgãos e tecidos para transplantes.

O médico João Augusto, integrante da CET, apresentou com detalhes os objetivos e as atribuições da CIHDOTT, orientando os profissionais sobre cada etapa de formação do grupo e atuação de cada profissional envolvido no processo de doação e transplante de órgãos e tecidos.

“É a primeira abordagem da CET para promover as atividades relacionadas ao processo de doação e transplante de órgãos e tecidos. Existem etapas administrativas e burocráticas para serem efetivadas, e após a conclusão desses processos as atividades, serão iniciadas. A CIHDOTT no hospital será responsável por acompanhar todo o processo que envolve a doação e o transplante de órgãos. Nesse primeiro momento, obviamente, o Hospital vai ser importante para acompanhar os processos dos pacientes que podem se tornar elegíveis à doação”, destacou o médico.

Para o coordenador da CET, médico Alfredo Abud, o transplante é um tratamento efetivo para muitas doenças, indicado quando todos os métodos terapêuticos falham. “Muitas pessoas dependem do transplante para continuarem vivas ou para melhorar sua qualidade de vida”, enfatizou.

Processo rigoroso – A legislação brasileira é rigorosa no controle de transplantes de órgãos e tecidos, estabelecendo pré-requisitos para credenciamento de hospitais e equipes, critérios rigorosos para diagnóstico de morte encefálica e uso de órgãos e tecidos do doador, e formas de controlar e proibir o comércio de órgãos.

Conforme Alfredo Abud, como parte da Política Nacional de Transplantes, o Ministério da Saúde determina que todos os hospitais – públicos, privados e filantrópicos – com mais de 80 leitos constituam a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos Para Transplantes, caso do Hospital Pronto-Socorro Dr. Roberto Macedo.

“A CIHDOTT identifica os potenciais doadores (óbito com morte encefálica confirmada), realiza entrevista familiar, dando a opção de doar e, em caso de doação consentida, a Central Estadual de Transplante é notificada, dando seguimento ao processo”, informou.

Profissionais que participaram do primeiro passo para ampliação da rede de doação de órgãos e transplantes no Pará

Qualidade de vida – O diretor-geral do Pronto-Socorro, Carlos Vinícius Ribeiro, disse que a CIHDOTT na unidade tem o objetivo de fortalecer as políticas estadual e nacional de transplante. Segundo ele, é importante para a unidade de saúde estar entre os hospitais com perfil preconizado pelo Ministério da Saúde.

“É de extrema importância para nós somar forças aos pacientes que precisam de um órgão a ser transplantado; que precisam de um órgão para continuarem tendo qualidade de vida. Nos últimos anos, o Brasil vem registrando um aumento no número de transplante, principalmente em 2023 e neste ano, e o Pará não pode ficar atrás desse número. Por isso, a institucionalização da CIHDOTT, junto com a Central Estadual de Transplante, é de extrema importância para que, quando tivermos pacientes com perfil de potencial doador, que esse órgão seja doado”, enfatizou o gestor.

Para o diretor Técnico da instituição, Fábio Daniel Pereira Sampaio, o trabalho que está sendo iniciado será muito relevante para o Estado. “Eu creio que, futuramente, seremos um centro fornecedor de órgãos, para ajudarmos muitas pessoas que precisam. Sabemos da importância deste trabalho, e temos informações sobre a necessidade das pessoas que lutam por um órgão para continuarem vivendo. Sabemos que, sem doação, não há transplante. Estamos aqui para ajudarmos nessa luta das pessoas pela vida”, assegurou o médico.

O Pronto-Socorro Dr. Roberto Macedo, nova referência estadual em Pediatria, está atendendo demandas nessa especialidade na Região Metropolitana de Belém, sobretudo de moradores dos bairros do entorno, como Bengui e Mangueirão, e dos distritos de Icoaraci e Outeiro, que podem contar com o atendimento 24 horas, em regime portas-abertas (sem a necessidade de encaminhamento da Atenção Básica).

A unidade de saúde é gerenciada pelo Instituto ACQUA, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).

Texto e fotos: Joelza Silva/PSRM