Pacientes do Oncológico Infantil celebram o Dia do Riso com brincadeiras à beira-leito

Pacientes do Oncológico Infantil celebram o Dia do Riso com brincadeiras à beira-leito

18/01/2023 Off Por Roberta Vilanova

Colaboradores e voluntários levaram a arte da palhaçaria e mágicas às enfermarias

Considerada uma das principais formas de comunicação do bebê, o riso pode surgir com estímulos às terminações nervosas provocadas por cócegas, por exemplo. Ainda na infância, interações com bonecos, fantoches e animações também garantem boas risadas e bem-estar físico e mental. E foi pensando nos benefícios trazidos com a “risoterapia” para os pacientes que o Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo (Hoiol), por meio do setor de Humanização e de voluntários, levaram a arte da palhaçaria aos internados na instituição.

A programação alusiva ao Dia do Riso, celebrado mundialmente nesta quarta-feira (18), contou com a presença de voluntários do Projeto Sorria, da Unimed Belém, que tem por objetivo unir grupos de voluntários a fim de levar animação, conforto e esperança a diversos hospitais.

A risada reduz o nível de estresse, melhora a circulação sanguínea, a autoestima e a qualidade do sono, além de fortalecer o sistema imunológico e amenizar dores. Os artistas Lelé da Cuca (Iva Watanabe), Ninoca (Marina Duarte) e Rapadura (Adalberto Ramos) conhecem bem esses benefícios. Eles são doutores da alegria há mais de três anos e por meio de mímicas, truques de mágica e muitas palhaçadas espontâneas, encantaram os pacientes do Hoiol.

“Nossa função é interagir com os pacientes, para que possam se distrair por algum momento. Para fazer parte do projeto basta ter vontade de ajudar, brincar e ter um parafuso solto”, brincou a pedagoga Iva. “E a principal recompensa é o sorriso das crianças e dos pais também”, completou o personagem Dr. Rapadura, que está na sua primeira visita ao Oncológico Infantil.

A chegada da trupe surpreendeu a dona de casa Audilene Moreira, de 35 anos, que acompanha a filha Isabela, 6 anos, internada no Hoiol há 13 dias. “Uma visita dessa transforma demais o nosso humor. Eu fiquei super emocionada quando vi todo mundo, porque muitas crianças estão passando por um momento tão difícil com a doença. Mas é maravilhoso para nós, pais, sermos surpreendidos com o sorriso delas ao ver os palhaços. Eu não tenho nem como explicar o que estou sentindo, só tenho a agradecer por trazerem alegria para as nossas crianças”, disse a marabaense.

A risada reduz o nível de estresse, fortalece o sistema imunológico e amenizar dores

O simples ato de sorrir libera substâncias como a dopamina, endorfina e a serotonina, que trazem alívio e alegria, sensações importantes para o tratamento de quem enfrenta uma neoplasia maligna.

“O ambiente hospitalar em si já traz alguns estressores, como a rotina. Mas essas atividades recreativas representam para essas crianças um momento especial de descontração, que afasta o estresse e muda a atenção. Eles vivenciam a alegria, o sorriso. Ainda a pouco observamos uma criança que, em um primeiro momento, não queria sorrir mas que, após algumas brincadeiras, começou a rir e a interagir, tornando-se mais receptiva. O riso faz isso conosco, ele nos transforma”, explicou a psicóloga do Hoiol, Socorro Cardoso.

A mudança nas feições de alguns pacientes também foi observada pela auxiliar de Humanização do Hoiol, Bianca Dominguez. “Convivemos com os pacientes diariamente e acompanhamos os momentos mais divertidos e os nem tão legais. Quando conseguimos trazer para eles uma visita animada como a de hoje, realmente notamos a diferença no sorriso, no olhar e na receptividade. Então, proporcionar para as nossas crianças um momento de diversão para que possam tirar o foco dos medicamentos, do tratamento, e se alegrarem mais, não tem preço. Nada paga o sorriso das crianças e dos pais, que acabam se divertindo junto também”, ressaltou Bianca.

Texto e fotos: Ellyson Ramos/Hoiol