Período chuvoso aumenta atendimento de crianças no Abelardo

Período chuvoso aumenta atendimento de crianças no Abelardo

08/04/2022 Off Por Roberta Vilanova

“O meu filho está bastante gripado. Ele reclama de dor de cabeça, na garganta e no corpo. Teve febre durante a madrugada e resolvi procurar o médico, já que os remédios, que dei em casa, não fizeram efeito”, disse a mãe de Thiago, de 8 anos, Andrea Lopes. Moradora do bairro do Tapanã, em Belém, ela recorreu ao Pronto Socorro do Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), nesta quinta-feira (7), no distrito de Icoaraci, após o filho apresentar sintomas gripais por três dias seguidos.

A dona de casa, Andrea Lopes, está entre as dezenas de responsáveis que levam as crianças à unidade, diariamente, com queixas de doenças virais, neste período. É que, as intensas chuvas, seguidas do calor provocado pelas altas temperaturas, provocam maior procura por atendimento médico na unidade, o dobro no último mês.

Ao longo de fevereiro, a urgência e emergência pediátrica do Regional Abelardo Santos registrou 2.132 atendimentos de crianças até 13 anos incompletos. Esse número saltou para 4.391 em março, totalizando um aumento de 106% na demanda.

Queixas – Entre as principais queixas apresentadas nos ambulatórios pediátricos do HRAS, estão doenças respiratórias, dermatológicas e gástricas, com sintomas de febre, dor no corpo, diarreia e vômitos, recorrentes neste período de calor excessivo seguido por fortes chuvas.

A autônoma Rosa Lima, de 35 anos, tem dois filhos, de 5 e 11 anos. Moradora de Icoaraci, ela diz que na sua casa, a chamada “virose”, atingiu as crianças e os adultos. “Primeiro eu tive febre e muita dor na garganta. Logo depois meu filho de 5 anos. Mas, ele logo melhorou. E quem piorou foi o mais velho, com tosse, febre, nariz escorrendo e moleza no corpo. Procurei logo o hospital, que está cheio de criança com sintomas parecidos”, comentou a usuária.

Quem também não hesitou em procurar atendimento médico, foi o motorista de aplicativo Ricardo Meira, de 39 anos. Pai da menina Gabriela, de 6 anos, ele foi à unidade, após a criança passar a noite com vômito, febre e dor no corpo. “A mãe dela entrou para o atendimento. Já foi consultada e agora está sendo medicada. É um alívio para gente que ficou a madrugada com ela passando mal”, contou Ricardo. A criança já é paciente do HRAS desde o ano passado. “Moramos no Tenoné, e lá, todos nós sabemos do bom atendimento do Abelardo Santos. Já estivemos aqui por diversas vezes, e saímos satisfeitos, mesmo tendo de esperar um pouco algumas vezes”, completou.

Referência – Para atender o aumento da demanda, a unidade traçou um plano de ação e melhoria. “Contamos com a abertura de mais uma sala de classificação de risco 24h e o aumento do número de médicos atendendo simultaneamente. Com tudo, atendemos casos de média e alta complexidade com o mais alto nível de qualidade no atendimento, às crianças, e consequentemente, às famílias. Atendemos os mais diversos tipos de patologias, entre elas, o maior número de atendimento no mês de março foi de viroses e síndromes gripais. Nesse mês de março, o total de atendimentos chegou a 4.391, representando um aumento de 106% em comparação ao mês anterior”, frisou a enfermeira Shamira Resque, coordenadora do setor.

Alerta – A médica pediátrica Vivian Cunha, alerta sobre os cuidados com as crianças. “Dentre as principais doenças classificadas temos: síndromes virais como síndrome gripal, gastroenterite virais e bacterianas, pneumonia comunitária e crises de asma. Alertamos a população em geral a ter cuidados, como: evitar lugares aglomerados, manter locais sempre arejados e limpos, não compartilhar objetos com pessoas doentes e cobrir o rosto sempre que for tossir ou espirrar, o ideal em crianças maiores de 2 anos fazer o uso de máscaras, para evitar se contaminar ou contaminar outras pessoas”, explicou.

A pediatra ainda acrescenta: “é preciso manter boas práticas de higienização, lavar as mãos com frequência e evitar tocar o rosto quando estiver na rua pode fazer a diferença entre se afetar ou não pelos patógenos. Pois a maioria dos vírus e bactérias são adquiridas através do contato com fluidos contaminados, seja secreção respiratória ou de maneira fecal- oral”, detalhou Vivian Cunha.

Estrutura – O pronto socorro pediátrico do Abelardo Santos mantém salas vermelha, amarela e azul, para atender a complexidade da urgência de cada caso. “Atendemos crianças de 12 anos, 11 meses e 29 dias, 24 horas por dia e sete dias por semana.  Em média, passamos de 75 atendimentos diários, para 140, no Pronto Socorro infantil.  Mantemos uma infraestrutura completa para o atendimento às crianças que vão desde os ambulatoriais às cirurgias. Reforçamos aos pais e responsáveis que os atendimentos são feitos conforme a classificação de risco, preconizadas internacionalmente pelos órgãos de saúde, que preveem o tempo de espera mínimo, conforme a gravidade da patologia”, destacou Marcos Silveira, diretor executivo do Abelardo Santos.

Texto: Roberta Paraense/HRAS

Foto: Divulgação