
Rede pública de saúde do Pará vive novo momento
05/08/2025Neste 5 de agosto, Dia Nacional da Saúde, o Pará tem motivos concretos para comemorar. A data, que homenageia o médico e sanitarista Oswaldo Cruz, é uma oportunidade para refletir sobre a importância do acesso à saúde pública de qualidade.
No Estado, esse acesso vem sendo ampliado por meio de uma transformação promovida pelo Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), desde 2019. Mais de 40 novas estruturas, entre hospitais, policlínicas, unidades básicas de saúde e núcleos especializados, foram entregues em diferentes regiões, descentralizando e qualificando o atendimento em média e alta complexidade.
“A saúde pública no Pará vive um novo momento. Estamos descentralizando, ampliando e interiorizando o acesso com responsabilidade e compromisso com as pessoas. A determinação do governador Helder Barbalho é clara: cuidar das pessoas de forma regionalizada, moderna e humanizada”, afirmou a secretária de Estado de Saúde, Ivete Vaz.
Entregas em 2025 reforçam atendimento especializado e regionalizado
Duas importantes entregas marcaram o primeiro semestre de 2025 e reforçam a regionalização da saúde no Pará. Em março, foi inaugurado o Hospital da Mulher do Pará (HMPA), em Belém, que se tornou referência no atendimento à saúde feminina, com acolhimento humanizado e infraestrutura moderna, oferecendo consultas, exames e cirurgias de média e alta complexidade. Também é referência estadual no atendimento a mulheres vítimas de violência sexual e doméstica. De março a agosto, a unidade já realizou 19.734 consultas ambulatoriais, 102.043 exames laboratoriais e de imagem, 2.464 cirurgias e 2.071 altas hospitalares.
Uma das pacientes do HMPA, Rosa Silva, moradora da comunidade de Igarapé Grande, da ilha de João Pilatos, em Ananindeua, tem ficado satisfeita com o tratamento feito no hospital desde quando foi submetida a uma cirurgia de vesícula. “Agora estou tratando algumas complicações causadas pela diabetes e estou recebendo um ótimo atendimento aqui”, disse.
Outra paciente do HMPA, Sandra Aleixo, é pescadora em Maracanã e passou por cirurgia no dia 31 de julho, após tratamentos no município de origem e em Castanhal. “Aqui o tratamento foi bem abreviado e a cirurgia me livrou de problemas bem piores. O hospital é muito bem equipado e me sinto muito aliviada por estar bem”, disse ela.
Marabá – Já em abril, a Policlínica Carajás Miguel Chamon foi entregue em Marabá, durante o aniversário de 112 anos da cidade, para atender não apenas o município, mas outros 17 da região Sudeste.
A unidade conta com mais de 30 especialidades médicas, exames de alta complexidade e procedimentos cirúrgicos de baixa complexidade. Entre abril e julho foram realizadas cerca de 6 mil consultas ambulatoriais em 25 especialidades, 24 mil exames laboratoriais e de imagem, totalizando mais de 30 mil atendimentos gerais, incluindo atendimentos multiprofissionais e entrega de aparelhos auditivos. A estrutura também abriga o Natea – Núcleo de Atendimento ao Transtorno do Espectro Autista, com mais de 11 mil atendimentos especializados.
Para moradores da região, como a lavradora Ana Paula, que veio de Rondon do Pará em busca de atendimento especializado, a nova estrutura representa cuidado e acolhimento: “Eu vim hoje pela primeira vez aqui na Policlínica. O atendimento é maravilhoso, graças a Deus. O espaço é maravilhoso também. Que Deus abençoe e continue essa equipe trabalhando maravilhosamente”, disse Ana Paula, 28 anos, após ser atendida em consulta com urologista.
Hospitais municipais levam saúde ao interior do Estado
O Governo do Estado, em parceria com os municípios, também tem garantido avanços significativos na saúde municipalizada. Entre 2019 e 2025, já foram entregues 18 hospitais públicos municipais, com mais de R$ 45 milhões em investimentos.
Entre os municípios contemplados estão Breu Branco, Anajás, Castelo dos Sonhos, Ourém, Jacundá, Bannach, Tucumã, Eldorado dos Carajás, Santana do Araguaia, São Domingos do Capim, Soure, Sapucaia, Cumaru do Norte, Vigia, Aveiro, Monte Alegre, Itupiranga e Curralinho.
“Essas estruturas são fundamentais para garantir que o atendimento de saúde chegue aos municípios mais distantes, com qualidade, com estrutura e com resolutividade. O nosso compromisso é seguir avançando com essa rede que valoriza o cidadão onde ele está”, reforçou Ivete Vaz.
Santarém se prepara para sua primeira Policlínica Regional
Maior cidade do oeste paraense, Santarém, está prestes a inaugurar a tão aguardada Policlínica Regional do Baixo Amazonas. Com 90% das obras concluídas, a unidade terá 2 mil m² de área construída, 36 especialidades médicas, exames de imagem (tomografia, ressonância magnética, raio-X), atendimento multiprofissional, consultórios, laboratórios e o Natea.
Para a população, a expectativa é de alívio diante das dificuldades atuais com filas e deslocamentos para outras cidades. A autônoma Ana Maria, que cuida do marido e depende do SUS, espera que a nova unidade reduza as distâncias e os custos. “Eu não vejo a hora da inauguração aqui em Santarém. A cidade está precisando disso faz tempo. Tem gente que precisa viajar pra Belém pra fazer exame, isso é muito caro pra quem não tem condições”, relatou.
Já o vendedor Cleberson Ferreira, morador da Prainha, acredita que a policlínica vai democratizar o acesso. “A gente está esperando ansiosamente. Vai melhorar a vida da gente, da sociedade. Muita gente aqui não tem como pagar um médico particular. Com essa policlínica, vai ser mais fácil ter atendimento.”
A costureira Sebastiana Fonseca compartilha da mesma esperança. “Tenho dois exames desde o início do ano que ainda não consegui fazer. A gente marca, mas demora, ou tem que ir pra outra cidade. Essa policlínica vai ajudar muita gente, vai ser bom pra todo mundo”, destacou.
Para a professora aposentada Lucinda Bentes, de 75 anos, a chegada de uma estrutura pública com qualidade comparável à rede privada é um avanço. “As expectativas com a chegada de uma policlínica aqui em Santarém são das melhores possíveis, tendo em vista que as que têm aqui são de redes particulares. É muito bom pra gente ter essa opção na rede pública.”
O professor universitário Anderson Lima reforça o impacto regional da nova unidade. “A Policlínica vai atender não só Santarém, mas toda a região oeste do Pará. Hoje temos filas longas e exames difíceis de agendar. Com essa nova estrutura, tudo isso pode melhorar. E sendo ao lado do hospital regional, vai facilitar ainda mais para quem já está em atendimento.”
A nova Policlínica de Santarém integra o plano estadual de expansão da rede pública de saúde, com previsão de entrega ainda em 2025, consolidando a descentralização da atenção especializada e ampliando o acesso à saúde digna para todos os paraenses.
Texto: Giullianne Dias – Ascom Sespa