Treinamento da Sespa confere atualizações para tratamentos para AME Tipo II e Esclerose Múltipla

Treinamento da Sespa confere atualizações para tratamentos para AME Tipo II e Esclerose Múltipla

20/06/2022 Off Por Mozart Lira

Fotos de José Pantoja (Ascom/Sespa)

A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), por meio do Departamento de Assistência Farmacêutica (Deaf), realizou treinamento para profissionais de saúde com o objetivo de atualizar os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para a atrofia muscular espinhal (AME) 5q, com base nas recentes recomendações do Ministério da Saúde para o uso do medicamento Nusinersena.

A AME é uma doença rara, degenerativa, passada de pais para filhos e que interfere na capacidade do corpo de produzir uma proteína essencial para a sobrevivência dos neurônios motores, responsáveis pelos gestos voluntários vitais simples do corpo, como respirar, engolir e se mover.

A doença varia do tipo 0 (antes do nascimento) ao IV (segunda ou terceira década de vida), dependendo do grau de comprometimento dos músculos e da idade em que surgem os primeiros sintomas.

A atualização do documento, que visa garantir o melhor cuidado à saúde, estabelece que serão elegíveis ao tratamento, com o nusinersena, pacientes com AME tipo II com início dos sintomas entre 6 e 18 meses de vida, que tenham 12 anos de idade no início do tratamento ou mais de 12 anos de idade no início do tratamento com capacidade de sentar-se sem apoio e a função de membros superiores preservadas.

Tatiana Gurjão, diretora do Departamento Estadual de Assistência Farmacêutica da Sespa

“A atualização do PCDT é uma vitória importante para quem convive com uma doença neurodegenerativa e não pode deixar de se tratar. Dessa forma, um perfil mais amplo de pacientes com AME tipo II será beneficiado com o tratamento pela rede de saúde pública” explica Tatiana Gurjão, diretora do Departamento Estadual de Assistência Farmacêutica da Sespa. “Os profissionais aqui puderam se atualizar quanto à nova caracterização da doença e no deferimento das solicitações médicas”, complementou.

Entre as orientações contidas nos PCDT, está a que faz menção ao novo Código Internacional de Doenças (CID-10) criado para atender aos pacientes com AME 5q tipo II.

A neurologista pediatra Vanessa Van Der Linden, uma das ministrantes do treinamento

“A AME é uma doença genética que interfere na capacidade do corpo de produzir uma proteína considerada essencial para a sobrevivência dos neurônios motores. Sem ela, os neurônios morrem e as pessoas vão perdendo controle e força musculares, ficando incapacitados de se moverem, engolirem ou mesmo respirarem”, explicou a neurologista pediatra Vanessa Van Der Linden, uma das ministrantes do treinamento, junto com Daniel Scherrer, consultor da Biogen Produtos Farmacêuticos.

Ocorrido no auditório da Escola Técnica do SUS, em Belém, o treinamento incluiu ainda orientações sobre as atualizações dos PCDT para esclerose múltipla, devido à incorporação no Sistema Único de Saúde (SUS) do medicamento alentuzumabe.

Com a inclusão do fármaco no protocolo desta doença, foram necessárias recomendações em relação a tratamento, critérios de inclusão, critérios de exclusão, monitoramento, critérios de interrupção e Termo de Esclarecimento e Responsabilidade relacionados à doença.

A esclerose múltipla compromete o sistema nervoso central e atinge principalmente adultos jovens, entre 18 e 55 anos, com pico aos 30 anos, sendo mais comum entre as mulheres. A doença é autoimune, caracterizada pela desmielinização da bainha de mielina, espécie de envoltório das células nervosas por onde passam os impulsos elétricos que controlam as funções do organismo. Esse dano gera interferências nessa transmissão e diversas consequências para os pacientes, como alterações na visão, no equilíbrio e na capacidade muscular.