Incidência de dengue, zika e febre amarela diminuiu no Pará em 2023

Incidência de dengue, zika e febre amarela diminuiu no Pará em 2023

17/01/2024 Off Por Mozart Lira

O balanço do monitoramento de casos de arboviroses no Pará feito pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) indica que as ocorrências confirmadas de dengue em 2023 diminuíram 9% em relação ao ano anterior. O documento indica também que as ocorrências de zika caíram 65% no mesmo período e que nenhum caso de febre amarela foi confirmado no ano passado.

As arboviroses são doenças virais que são transmitidas principalmente por mosquitos, como o Aedes aegypti. A Sespa alerta que eliminar o mosquito da dengue é fundamental, assim como informações sobre a doença – como ela é adquirida e a forma de transmissão – para conter novos casos. Mesmo com ações que devem ser feitas pelas prefeituras em inúmeras frentes, a participação da população é essencial para a eliminação dos criadouros do mosquito, já que a maioria está localizada em terrenos e residências.

“É necessário eliminar todos os possíveis criadouros de mosquito dentro e fora de casa, pois o Aedes aegypti é um mosquito muito perigoso que pode transmitir doenças graves” alerta a coordenadora de Arboviroses da Sespa, Aline Carneiro, ao mencionar o período chuvoso em ascensão no Pará, considerado cenário ideal para o aumento significativo nas notificações de casos de dengue.

Em 2023, foram 4.485 casos confirmados de dengue em todo o Pará. Os cinco municípios com mais casos de dengue confirmados no ano passado foram Belém (417), Parauapebas (415), Altamira (341), Afuá (210) e Vitória do Xingú (191). Em relação às outras arboviroses, o Pará registrou os seguintes números no ano passado: zika vírus (14), febre mayaro (25) e febre chikungunya (194).

Em relação à febre de zika vírus, o Pará registrou 14 casos confirmados em 2023.

Ações da Sespa – De acordo com Aline Carneiro, a Sespa, por meio do Departamento de Controle de Endemias e da Coordenação Estadual de Arboviroses, continua trabalhando em conjunto com os municípios oferecendo assessoria técnica, capacitação de profissionais e repasse de insumos quando necessário.

Entre as principais ações realizadas em 2023, estiveram a contínua execução do Plano de Contingência Estadual de Dengue, Chikungunya e Zika vírus; implantação de 81 salas de situação das arboviroses, sendo 76 municipais e cinco regionais e a supervisão e monitoramento do controle vetorial, assistência e vigilância epidemiológica das arboviroses em Paragominas, Breves, Cametá, Tailândia, Cachoeira do Piriá, São Miguel do Guamá e Bragança.

Em dezembro de 2023, aconteceu a Semana do Dia D das arboviroses, ocorrida no Parque do Utinga e Praça da República, em Belém, que consistiu ainda em um trabalho educativo e divulgação supervisionada pela Sespa em rádios de 32 municípios.

“Ressalto ainda que as ações diretas de combate ao mosquito são responsabilidade das gestões municipais”, explica Aline Carneiro.

 

Sinais e sintomas

As manifestações clínicas da dengue, chikungunya e zika são muito parecidas, por isso é importante prestar atenção: os principais sintomas da dengue são febre alta e de início imediato sempre presente, dores moderadas nas articulações, manchas vermelhas na pele e coceira leve.

A chikungunya se manifesta com febre alta de início imediato, dores intensas nas articulações, manchas vermelhas nas primeiras 48 horas, coceira leve e vermelhidão nos olhos. Já a zika apresenta febre baixa, dores leves nas articulações, manchas vermelhas nas primeiras 24 horas, coceira de leve à intensa e vermelhidão nos olhos.

No Sistema Único de Saúde (SUS), a Unidade Básica de Saúde é a porta de entrada de pacientes com esses sintomas. Ou seja: qualquer pessoa que sinta febre alta (acima de 38 graus), dor no corpo e articulações, dor atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite e/ou dor de cabeça deve procurar uma UBS mais próxima.

“É importante que as pessoas com sintomas procurem atendimento, pois esses dados são fundamentais para descrição do cenário epidemiológico e na condução de decisões no fortalecimento das estratégias de vigilância das Arboviroses”, observa Aline Carneiro, ao ressaltar ainda que as Secretarias Municipais de Saúde precisam notificar à Coordenação Estadual de Arboviroses até 24 horas os casos graves e óbitos por dengue, chikungunya e zika.

 

Medidas preventivas

Quanto à população, ela orienta que não se automedique frente ao aparecimento de sintomas, que procure a unidade de saúde mais próxima para atendimento médico e mantenha os seguintes cuidados no seu domicílio:

  • Manter a caixa d’água, tonéis e barris de água bem fechados;
  • Colocar o lixo em sacos plásticos e manter a lixeira fechada;
  • Não deixar água acumulada sobre a laje;
  • Manter garrafas com boca virada para baixo;
  • Acondicionar pneus em locais cobertos;
  • Proteger ralos sem tampa com telas finas;
  • Manter as fossas vedadas;
  • Encher pratinhos de vasos de plantas com areia até a borda e lavá-los uma vez por semana;
  • Eliminar tudo que possa servir de criadouro para o mosquito como casca de ovo, tampinha de refrigerante entre outros.

 

*Para solicitar orientações e denunciar a existência de possíveis criadouros de mosquitos, a população deve procurar a Secretaria Municipal de Saúde do seu município.

 

Texto: Mozart Lira (Sespa)

Fotos: acervo Agência Pará.