Agosto Dourado: a importância da amamentação nos primeiros meses de vida

Agosto Dourado: a importância da amamentação nos primeiros meses de vida

24/08/2021 Off Por Roberta Vilanova

Palestra sobre a “hora de ouro” (a primeira hora após o parto) e aleitamento materno orientou usuárias e colaboradoras no HRSP

No mês da campanha “Agosto Dourado”, que incentiva e promove a conscientização sobre os benefícios do aleitamento materno para mães e bebês, o Hospital Regional do Sudeste do Pará (HRSP), em Marabá, realizou nesta terça-feira (24) uma palestra voltada aos pacientes e colaboradores sobre amamentação.

Promovida pelas comissões de Aleitamento Materno e Humanização, a iniciativa teve como objetivo sensibilizar sobre a importância da rede de apoio para que as mães amamentem e também sobre os prejuízos do desmame precoce. A ação também, ainda, as práticas que favorecem a qualidade de vida dos bebês e mulheres neste momento da vida.

De acordo com Fernanda Miranda, enfermeira e integrante da Comissão de Aleitamento, o estímulo à amamentação começa nos primeiros momentos da vida do bebê. Ela explica que a “hora de ouro” corresponde à primeira hora após o parto. “É um momento valioso para o primeiro contato, à saúde e o bem-estar da mãe e da criança, é o momento mais adequado para o primeiro toque, o aconchego, o contato pele a pele e o incentivo para amamentação”, explica.

O Regional do Sudeste do Pará é uma unidade do Governo do Pará, referência para mais de um milhão de pessoas de 22 municípios da região, e conta com nove leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal e quatro leitos clínicos obstétricos.

A assistência à saúde do bebê com o leite – Segundo a enfermeira, todo bebê nascido no HRSP, e que esteja bem de saúde, faz a primeira mamada na “hora de ouro” na unidade, o que contribui para a redução do tempo de internação e desenvolvimento neuromotor da criança.

“Quando o bebê não necessita de cuidados pediátricos imediatos após o parto, ele deve ser colocado diretamente na altura do abdômen ou do peito da mulher, apenas com as costas e a cabeça cobertas, esse ato cria um vínculo muito forte entre mãe e filho”, destaca.

Para Tayna de Sousa Silva, mãe de Cecilia Vitória, que nasceu prematura e está internada no HRSP, as orientações ajudaram a esclarecer algumas dúvidas sobre a amamentação.

“A palestra foi muito importante e trouxe diversas orientações, como a posição correta para amamentar, os tipos de ‘pegas’ no peito que o bebê pode ser colocado para mamar, e como a hora de ouro contribui para o crescimento saudável do bebê”, disse.

Durante a palestra, Michele Trindade, enfermeira e consultora de amamentação que foi convidada para participar da ação, aponta que o Ministério da Saúde recomenda, sempre que possível, que o bebê receba leite materno na primeira hora de vida, medida que também traz vários benefícios.

“Para o recém-nascido, ser amamentado na primeira hora de vida significa receber o colostro, o primeiro leite materno, ele é conhecido entre os pediatras como a primeira ‘vacina’ do bebê, já que é rico em anticorpos e nutrientes”, ressalta.

Conheça 10 benefícios da ‘hora de ouro’
1) Aumenta o vínculo afetivo entre mãe e filho;
2) Estimula o início precoce da amamentação e melhora as chances de sucesso no aleitamento;
3) Ajuda a controlar a pressão arterial que, se estiver alta, pode evoluir para complicações graves como a eclâmpsia, síndrome de Hellp e problemas cardiovasculares;
4) Auxilia no emagrecimento pós-parto;
5) Diminui os índices de depressão pós-parto;
6) Favorece a colonização do bebê por bactérias boas da mãe, que ajudam na proteção da criança;
7) Reduz as chances de hipoglicemia (glicose baixa) e de hipotermia (queda brusca de temperatura corporal, especialmente nos bebês);
8) Diminui os riscos de hemorragia pós-parto para a mãe;
9) Melhora a imunidade dos bebês, diminuindo o risco de alergias futuras;
10) Regula os batimentos cardíacos do bebê, ajudando a diminuir o choro e o estresse.

*Em 2020, durante a pandemia, o Regional do Sudeste do Pará realizou mais de 800 atendimentos obstétricos e neonatais, dentre os quais 51 partos de alto risco. A unidade presta atendimento 100% gratuito pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

Texto de Ederson Oliveira/HRSP

Foto: Divulgação