CIIR realiza avaliação de desenvolvimento infantil de indígenas na região do Tapajós

CIIR realiza avaliação de desenvolvimento infantil de indígenas na região do Tapajós

23/11/2021 Off Por Roberta Vilanova

Crianças recebem atendimento por equipe multiprofissional composta por fisioterapeutas, terapeuta ocupacional, nutricionista e fonoaudiólogos

O Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR) é responsável pelo acompanhamento do crescimento de indígenas de 0 a 5 anos, feito por meio de avaliação geral de desenvolvimento, durante a Expedição ‘Saúde por todo Pará em territórios indígenas’ em aldeias do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Rio Tapajós.

No último domingo (21), três aldeias do município de Altamira foram atendidas: Kubenkokre, Pytareko e Pykany. A Expedição é coordenada pela Secretaria de Saúde Pública do Pará (Sespa).

“O CIIR estar dentro das aldeias é extremamente importante, pela própria complexidade de dimensões do estado, distância e dificuldade de acesso aos atendimentos de uma atenção especializada e mais estruturada. Se os serviços não vierem até aqui, dificilmente os indígenas conseguiriam esse cuidado”, ressalta Paola Reyes, diretora executiva do Centro.

A equipe do CIIR que participa da ação é multiprofissional, composta por fisioterapeutas, terapeuta ocupacional, nutricionista e fonoaudiólogos.

“Uma equipe como essa nunca veio na aldeia, essa é a primeira vez. Muito boa a chegada dos profissionais, é importante porque saúde é pra cuidar. Estou feliz”, comemora o cacique da aldeia Pytareko, Mrypri Re, da etnia Kaiapó.

Avaliação – A fonoaudióloga do CIIR, Daiane Correa, explica que durante a avaliação, são feitos testes da orelhinha, para verificar se há perda auditiva. Caso haja, o indígena pode ser encaminhado para fazer exames específicos e receber aparelhos auditivos.

“Também fazemos o teste da liguinha que é muito importante. Quando a criança tem o freio da língua encurtado, por exemplo, pode atrapalhar a amamentação. Temos que ter atenção porque a cultura dessa etnia é amamentar a criança até 5 anos, então, se não conseguirem uma amamentação correta, podem crescer desnutridos”, ressalta a fonoaudióloga.

Orientações sobre aleitamento materno de indígenas no período da lactação e gestantes também são fornecidas por Daniele Nascimento, nutricionista do CIIR.

“Queremos verificar se há intercorrências nas crianças, fazemos avaliação antropométrica, verificamos o peso, o cumprimento, se há alguma patologia, baixo peso, peso elevado, damos as nossas orientações nutricionais, sempre respeitando a culturalidade e o que eles têm para servir para as crianças, com foco na alimentação natural para evitar doenças crônicas não transmissíveis, provocadas também por alimentos ultraprocessados, como diabetes e hipertensão, por exemplo”, afirma.

Cacique da aldeia Pytareko comemora ação inédita naquela localidade

Segundo a diretora do CIIR, as principais demandas encontradas nas aldeias são diminuição da acuidade auditiva, alterações neurológicas, necessidade de avaliação especializada, desnutrição e problemas gastrointestinais. Outras demandas identificadas pela equipe, que façam parte das atribuições do CIIR, serão encaminhadas.

O cacique da aldeia Pykany, Kubenkanhok, agradeceu pela iniciativa. Cerca de 35 profissionais de saúde visitam o território indígena. “Importante que a equipe venha fazer consulta para o meu povo. Saúde é fundamental. Agradeço ao Governo”, diz.

Texto: Giovanna Abreu/Secom

Fotos: Marcelo Seabra/Ag. Pará