Estado garante a primeira sede própria da Central Estadual de Transplantes do Pará

Estado garante a primeira sede própria da Central Estadual de Transplantes do Pará

11/06/2022 Off Por Roberta Vilanova

O prédio foi cedido pela Fundação Santa Casa e reconstruído pela Sespa

Com 24 anos de funcionamento, somente este ano a Central Estadual de Transplantes do Pará (CET-PA), órgão responsável por organizar, coordenar e regular as atividades de doação e transplantes na rede estadual de saúde, terá sede própria. O prédio, reconstruído e adaptado, foi cedido pela Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará.

A parceria da Fundação com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) permitiu um investimento de R$ 463.960,94 na melhoria das instalações, e consequentemente nos serviços oferecidos.

A biomédica Ierecê Miranda, especialista em Doação, Captação e Transplante de órgãos pela Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein, há quatro anos está à frente da Coordenação Estadual de Transplantes do Pará. Segundo ela, a conquista de uma nova sede para a Central de Transplantes do Pará, juntamente com a reestruturação organizacional implementada aos processos de doação e transplantes nos últimos três anos, representa um avanço para o programa de transplantes no Estado.

“São cinco hospitais autorizados para transplantar rim; 13 instituições de saúde que realizam transplante de córnea, e recentemente foi autorizado o transplante hepático no Estado. A Central acompanha esses hospitais e coordena a captação de órgãos, sendo estes processos complexos, com múltiplas etapas. Para isso, é preciso ter uma estrutura adequada com melhor acomodação para os servidores, além de dispor de sala para a guarda de órgãos, sala para treinamento e reuniões. A nova sede traz autonomia e visibilidade institucional à Central de Transplantes, e oferece o espaço necessário para abrigar as atividades e os novos projetos”, informa a coordenadora.

A Central de Transplantes vai melhorar a qualidade de um serviço essencial para salvar vidas

Controle e fiscalização – A Central Estadual de Transplantes é a unidade executiva do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) no Pará, e está vinculada à Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), exercendo o controle e a fiscalização sobre as atividades determinadas no regulamento técnico do SNT, e promovendo a doação e o transplante de órgãos no Pará segundo as normas brasileiras.

Atualmente, a CET conta com uma equipe de 18 profissionais, entre médicos, biomédicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, agentes administrativos e motoristas, que garantem o funcionamento da Central nas 24 horas. A equipe atua na recepção das notificações de óbitos de todos os hospitais do Estado, no suporte aos hospitais para diagnóstico de morte encefálica, na validação do potencial doador de órgãos e tecidos, no auxílio ao acolhimento e conversa com as famílias a respeito da doação de órgãos, e na organização e coordenação da retirada desses órgãos. Também finaliza o transporte e a entrega dos órgãos e tecidos captados às equipes transplantadoras autorizadas.

O presidente da Fundação Santa Casa, Bruno Carmona, ressalta a importância da parceria com a Sespa, que viabiliza a sede própria da CET e favorece a logística do hospital, que já realiza o transplante de rim, e recentemente foi autorizado pelo Ministério da Saúde a realizar o transplante de fígado.

A nova sede favorece a logística da Santa Casa que já realiza o transplante de rim

Reforço à doação – “Abrigar a CET nas dependências do hospital é uma ação institucional conjunta e muito acertada entre Sespa e Santa Casa. Esta ação é fundamental para o fortalecimento da CET e dos hospitais públicos transplantadores, que são referência na Região Norte do País, pois reforça a campanha para doação e captação de órgãos, bem como a realização de transplantes no nosso Estado”, enfatiza o gestor.

A coordenadora Ierecê Miranda também reforça a importância de a sociedade compreender e se sensibilizar para a necessidade da doação de órgãos. “A doação-transplante é uma das mais complexas operações de saúde. É um trabalho que não apenas salva, mas multiplica vidas, e traz esperança a muitas famílias”, frisa a biomédica.

“No Brasil, é a família que autoriza a doação dos órgãos do parente falecido. Seja um doador, fale com sua família sobre isto. A vida precisa continuar!”, diz Ierecê Miranda.

Texto: Etiene Andrade/Santa Casa