Fonoaudiologia do Abelardo Santos realiza mais de 4 mil procedimentos

Fonoaudiologia do Abelardo Santos realiza mais de 4 mil procedimentos

14/08/2021 Off Por Roberta Vilanova

Serviço é destinado aos pacientes das UTIs adulto e pediátrica, UTI Neo e das enfermarias

Na fonoaudiologia existem diversas áreas de atuação, uma delas é no ambiente hospitalar. Nela, o profissional está inserido em diversos setores de um hospital, como por exemplo, nas Unidades de Terapia Intensivas (UTIs) neonatais, pediátricas e adultas, atuando com o paciente ainda no leito, de forma precoce, preventiva, intensiva, tanto pré, como pós-cirúrgica. Este serviço, no Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), no distrito de Icoaraci, em Belém, tem feito a diferença na vida dos pacientes grandes e pequenos que precisam de acompanhamento fonoaudiólogo durante o período de permanência na unidade.

Para se ter uma ideia da necessidade do serviço durante o tratamento na instituição, apenas no mês passado, foram realizados mais de 4 mil procedimentos fonoaudiológicos no Abelardo Santos. Em julho, a equipe de fono das UTIs alcançou 1.333 procedimentos, sendo 357 na UTI adulto, 584 na Neo e 392 na pediátrica. Já nas enfermarias foram 2.677, totalizando a marca de 4.010 procedimentos em apenas um mês.

“A fonoaudiologia atua com todos os pacientes de forma interdisciplinar. O objetivo é promover a proteção e a recuperação da saúde, além de prevenir e diminuir as sequelas e complicações a partir da comunicação e da alimentação dos nossos pacientes. A marca de mais de 4 mil procedimentos em apenas um mês, mostra a relevância do serviço e mais, o impacto que ele causa na recuperação das pessoas após o tratamento na unidade”, explicou Marcos Silveira, diretor executivo do Abelardo Santos.

Atendimentos  – O serviço conta com cinco profissionais, que atuam nas avaliações de pacientes internados beira-leito, nas UTIs, a ainda, a nível ambulatorial, oferecendo, apenas, para as crianças nascidas no HRAS, o Teste da Orelhinha e da Linguinha.

Para o secretário de Estado de Saúde, Rômulo Rodovalho, o serviço totalmente gratuito ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), tem auxiliado sobremaneira na recuperação dos pacientes internos da unidade. “Centenas de pessoas estão respondendo de forma mais rápida o tratamento de saúde com a ajuda de serviços como a fonoaudiologia. O Abelardo Santos tem investido em um atendimento focado no trabalho da equipe multiprofissional, onde, além de médicos, enfermeiros e técnicos, há a atenção dos fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas, nutricionistas, uma gama de profissionais que se empenham na recuperação mais rápida e prolongada do paciente”, destacou o titular da pasta.

Reabilitação – A fonoaudióloga Luana Seguin faz atendimentos a pacientes adultos, que apresentam em sua maioria disfagias – alteração no ato de deglutir – e trabalha na melhoria da comunicação oral de pacientes que geralmente sofreram Acidente Vascular Cerebral (AVC), fala da importância do serviço. “Nosso trabalho envolve adaptar a via oral dos nossos pacientes, para que eles tenham uma recuperação mais rápida e com uma alimentação segura, sem engasgos por exemplo,” observou.

Anne Souza, 44 anos, está acompanhado o seu pai que sofreu um AVC Isquêmico, o seu Marivaldo Santos, 75. Anne, que também é técnica de enfermagem considera o atendimento no HRAS satisfatório. “Não tenho do que reclamar. Ele já saiu da UTI e agora está na enfermaria, aqui estão fazendo de tudo para a recuperação do meu pai,” enfatizou Anne

Pediatria – A fonoaudióloga Eula Silva presta cuidados na UTI Neonatal, avaliando as funções e os reflexos orais dos recém-nascidos. Caso seja identificado alguma alteração no bebê, a profissional inicia a intervenção para diminuir qualquer tipo de atraso no desenvolvimento da criança, através da estimulação. “Os casos de disfagia (desordem na deglutição) e afonia, quando não há a emissão de som, sendo que a segunda pode ser causada por lesão na prega vocal, ocasionada pelo processo de extubação, são os atendimentos mais frequentes no setor”, frisou Eula.

Por este motivo, a observação nas funções de sucção, deglutição e a coordenação dessas duas funções com a respiração, são realizadas diariamente nos bebês do HRAS, tudo para que eles obtenham uma via de alimentação oral segura. “É muito bom trabalhar com o recém-nascido, geralmente depois que começamos os estímulos a evolução deles é muito rápida”, reforçou a fono.

Ambulatório – A dona de casa Keila Santos, 26 anos, conta como o serviço da fono tem ajudado bastante na evolução do seu filho João Pedro, de 16 dias. “Ele chegou aqui amarelinho, em um estado bem crítico e agora ele parece outra criança” disse Keila. E os atendimentos aos pequeninos não se restringem a UTI. Todos os nascidos no HRAS, são direcionados para o serviço ambulatorial de fonoaudiologia para realizarem o Teste da Orelhinha e da Linguinha. Cerca de 45 crianças passam por semana no ambulatório.

A fonoaudióloga Márcia Saul explicou que no HRAS são realizadas duas avaliações no ambulatório, uma nos primeiros dias de vida do bebê e a segunda com seis meses. No sexto mês, ele retorna para realizar uma nova avaliação comportamental auditiva.

Essas avaliações são essências para a vida da criança. No da linguinha, podem ser detectadas se existe alguma alteração no freio lingual, na movimentação da língua e ter esse diagnóstico precocemente ajuda a prevenir problemas na amamentação, mastigação, deglutição e desenvolvimento da fala. Já na orelhinha é detectado problema na audição. “Quando detectamos no início é mais fácil de intervir e proporcionar melhor qualidade de vida, por meio de procedimentos específicos indicados para cada situação,” reforçou Márcia.

Texto: Roberta Paraense/HRAS