Governo mantém atendimento para doenças ortopédicas na infância

Governo mantém atendimento para doenças ortopédicas na infância

11/05/2022 Off Por Mozart Lira

Lançado em setembro de 2020 pelo governo do Pará com o objetivo de atender demandas eletivas por cirurgias de alta complexidade em crianças portadoras de deformidades ortopédicas, sejam as congênitas ou as adquiridas, o programa “Doenças Ortopédicas da Infância” já chega ao número de 496 cirurgias realizadas.

Desenvolvido pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) como parte do projeto “Fila Zero”, o programa devolveu à sociedade, após 15 anos, atendimento com especialistas para o atendimento ortopédico pediátrico em alta complexidade no Sistema Único de Saúde (SUS).

Maitê Moreira Pereira, hoje com 04 anos de idade, diagnosticada há pouco mais de dois anos com correção de luxação do quadril após sua mãe, Viviane Moreira Frota, desconfiar do seu modo de andar

O programa atende cerca de 30 anomalias em pacientes com idade de 0 a 18 anos, sobretudo as que mais acometem crianças desde o nascimento até a maturidade esquelética, como as do pé torto congênito e as doenças neuromusculares, luxação congênita do quadril, sequelas de doenças neurológicas, sequelas de infecção óssea e articular e as sequelas de fraturas. Todas demandam fisioterapia e também intervenções.

Os critérios do programa não atendem casos de urgência e emergência, mas patologias e deformidades em caráter eletivo. As consultas podem ser marcadas através do WhatsApp (91) 98564-6266 ou ainda ou ainda pela regulação estadual, por meio do encaminhamento dos pacientes para a consulta especializada com ortopedista pediátrico.

A criança, seja da capital ou do interior, que apresentar algum tipo de deformidade passará inicialmente pelo atendimento ambulatorial no Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em que será avaliada pela equipe de especialistas.

O tratamento pode acontecer por dois métodos: o conservador, que não tem indicação de cirurgia e no qual o paciente é tratado com órteses, gessos e fisioterapia, e o cirúrgico, então apropriado às crianças que não mostraram resultados na correção da deformidade com os recursos já utilizados ou que o diagnóstico e tratamento foram iniciados tardiamente.

No caso de indicativo para cirurgia, o paciente também realiza os procedimentos pré e pós-operatórios no CIIR. As cirurgias são realizadas no Hospital Regional Abelardo Santos (HRAS), no distrito de Icoaraci, em Belém. “Até então estávamos realizando cerca de 30 cirurgias ao mês e já fomos autorizados a fazer até 50 mensalmente”, explica o médico ortopedista e coordenador do serviço pelo HRAS, Renato Arraes.

Uma das pacientes de Renato Arraes foi a Maitê Moreira Pereira, hoje com 04 anos de idade, diagnosticada há pouco mais de dois anos com correção de luxação do quadril após sua mãe, Viviane Moreira Frota, desconfiar do seu modo de andar, mesmo com os dois primeiros diagnósticos médicos não apontarem qualquer anormalidade.

Maitê passou por cirurgia corretiva do Hospital Abelardo Santo, dentro do programa “Doenças Ortopédicas na Infância”

Moradora de Mojuí dos Campos, na região metropolitana de Santarém, Viviane não descansou até obter a terceira opinião médica, que recomendou a correção imediata do problema em Belém, justamente na época do lançamento do programa, em 2020.

Viviane e Maitê obtiveram recursos por meio do Tratamento Fora de Domicílio (TFD) e partiram para a capital paraense, onde Maitê passou por todos as fases do atendimento no CIIR e foi operada pela equipe coordenada por Renato Arraes no Hospital Abelardo Santos. “Tivemos um atendimento excelente e foi uma cirurgia de sucesso, mesmo com ela permanecendo, durante sete semanas, com um gesso que ia da cintura até a ponta dos pés. Superamos, tudo evoluiu muito bem e ela já está com 04 anos e cada dia melhor, sem sequelas”, relata Viviane.

“Para todos os envolvidos no projeto é gratificante saber dos resultados positivos, sobretudo para as crianças, que na correção dessas deformidades reconquistam a autoestima, a confiança no caminhar e a qualidade de vida. E vamos prosseguir atendendo as demandas das famílias que tiveram crianças necessitando por esse tipo de procedimento”, garante o secretário de Saúde do Estado, Rômulo Rodovalho.