Governo oferta atendimentos de saúde para indígenas da região do Tapajós

Governo oferta atendimentos de saúde para indígenas da região do Tapajós

21/11/2021 Off Por Roberta Vilanova

Criança indígena passam por exame auditivo feito por profissionais do CIIR

A aldeia Kubenkokre, localizada no município de Altamira, que faz parte do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Rio Tapajós, é a primeira a receber a Expedição “Saúde por todo o Pará em territórios indígenas” na região.

“Essa é a primeira vez que uma equipe com tantos profissionais vem de Belém pra atender o nosso povo e melhorar a nossa comunidade. A estrada é muito longe para conseguirmos acesso aos serviços, por isso, estamos todos muito contentes com a chegada da equipe e início dos atendimentos dentro da nossa aldeia”, ressalta o cacique da aldeia, Bep Protti Mekragnotire, da etnia Kaiapó.

Segundo a coordenadora da Expedição da Secretaria de Saúde Pública (Sespa), Putira Sacuena, serão realizadas triagens; atendimentos médicos; exames laboratoriais; testes rápidos de ISTs, além de exames de malária e tuberculose; testes da orelhinha e da linguinha; avaliação de desenvolvimento infantil; serviços de regulação; exames de IGG, IGM e antígenos para Covid-19 – verificando a situação de pacientes pós-Covid – em aldeias da área de Mekragnotire.

Ismália Macário, enfermeira do DSEI Rio Tapajós, explica que as áreas das aldeias são de difícil acesso, o que torna a vinda do Estado ainda mais importante. “O Governo fica mais próximo da saúde indígena, o que traz inúmeros benefícios e melhorias. De forma integrada, realizamos um atendimento de qualidade, com melhor assistência, mais especialidades e maior quantitativo de indígenas atendidos, sem que o paciente tenha que sair da aldeia para conseguir ter acesso aos serviços”, conta.

Além da equipe multiprofissional da Sespa, a Expedição conta com a participação da Universidade Federal do Pará (UFPA) e do Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR).

Etapas – Mais de 3 mil indígenas foram atendidos nas duas primeiras etapas da Expedição, que envolveu os DSEIs Kaiapó e Altamira. De acordo com a coordenadora da ação, a expectativa para a terceira etapa é de atender cerca de 1.000 indígenas nos próximos dias.

A indígena e biomédica Putira Sacuena é a coordenadora da Expedição

Dia do Biomédico – Emocionada por comemorar o Dia do Biomédico, celebrado no último sábado (20), atuando dentro da aldeia Kubenkokre, a coordenadora da Expedição, Putira Sacuena, indígena e biomédica, relatou a representatividade deste momento.

“Minha meta enquanto indígena profissional de saúde é conseguir dar um retorno para outros indígenas, por meio do meu trabalho. Alcançar este objetivo, através desta Expedição do Governo do Estado, é um privilégio pra mim”, pontua Putira Sacuena.

O trabalho destes profissionais vai além dos laboratórios. O biomédico Neandro Lima, que integra a equipe da UFPA na Expedição, participa da sua 5a ação dentro de territórios indígenas.

“Me sinto privilegiado por estar nesta data atuando em campo e grato pela oportunidade de compartilhar um pouco do que eu sei, por meio de assistência humanizada aos indígenas, com foco na dinâmica de dois principais vírus, o SARS Cov-2, causador da Covid-19, e o HTLV, que é um vírus sexualmente transmissível”, informa o biomédico.

A biomédica Karoliny Torres, que também compõe a equipe da Universidade, afirma que a realização de exames laboratoriais dentro da própria aldeia visa a promoção de ações de saúde, de medidas preventivas e de controle.

“Com a entrega rápida dos resultados dos exames, os médicos podem tomar as devidas condutas e iniciar os tratamentos necessários o quanto antes. É fundamental trazer assistência para dentro dessas comunidades que precisam de atenção”, destaca a biomédica.

Texto: Giovanna Abreu/Secom
Fotos: Marcelo Seabra/Ag. Pará