Hospital Octávio Lobo recebe menção honrosa do Prêmio Amigo do Meio Ambiente 2023

Hospital Octávio Lobo recebe menção honrosa do Prêmio Amigo do Meio Ambiente 2023

28/11/2023 Off Por Roberta Vilanova

Unidade desenvolve práticas para prevenir e reduzir os riscos socioambientais e promover sustentabilidade na área de saúde

O Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo (Hoiol) recebeu menções honrosas do Prêmio “Amigo do Meio Ambiente 2023” da Secretaria de Saúde do estado de São Paulo, durante a 16ª edição do Seminário Hospitais Saudáveis (SHS) realizado, neste mês, na capital paulista. Com o tema “Ação climática para transformação do setor saúde: redesenhando a saúde do amanhã”, a programação premiou e reconheceu organizações que desenvolvem iniciativas de proteção ao meio ambiente e de sustentabilidade no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

Desde o mês de abril deste ano, o Hospital Octávio Lobo integra o Projeto Hospitais Saudáveis (PHS), uma organização não governamental dedicada a promover o conhecimento e mobilizar pessoas e instituições em prol da sustentabilidade do setor saúde e da saúde pública e ambiental. Mas a diretora-geral, Sara Castro, enfatiza que “um dos valores institucionais do hospital é a sustentabilidade, portanto a preocupação com essas questões se iniciou em setembro do ano passado com a criação da Comissão de Sustentabilidade”. Esse reconhecimento evidencia “o comprometimento da nossa equipe com uma das pautas em evidência na atualidade: a sustentabilidade no setor de saúde”, disse a gestora.

Atualmente, 20 profissionais de diversas áreas desenvolvem ações educativas de uma forma lúdica na instituição. A presidente da Comissão de Sustentabilidade do Hoiol, Natacha Cardoso, destaca que a ideia é direcionar o olhar do colaborador para a preservação do meio ambiente, saúde ocupacional e saúde da sociedade como um todo. “O PHS nos permite trabalhar a educação continuada por meio de participação em seminários e outras ações de capacitação. Mensalmente, recebemos uma programação e disseminamos as informações sobre os aspectos econômicos, sociais e ambientais da nossa Política Institucional de Sustentabilidade”, esclareceu.

“Hoje, temos três projetos: Aprendizagem Criativa, desenvolvido junto aos usuários e acompanhantes; Sustentabilidade na classe hospitalar, com os nossos alunos e Blitz Sustentável direcionado aos nossos colaboradores para trabalhar o consumo consciente com o intuito de evitar o desperdício durante a atuação dentro da instituição (segregação e descarte correto de resíduos e o uso consciente da água, da energia e dos descartáveis”, informou.

O Prêmio Amigo do Meio Ambiente 2023 foi concedido pela Secretaria de Saúde do estado de São Paulo

Projetos – O Hospital público estadual, gerenciado pelo Instituto Diretrizes, sob contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), teve dois trabalhos selecionados na categoria menção honrosa. Um deles é o “Amazônia: sustentabilidade e vulnerabilidade socioambiental”, desenvolvido por meio da reciclagem de resíduos sólidos, sob supervisão da professora referência da classe hospitalar, Ana Elvira. Além da aprendizagem, o projeto proporciona a reflexão crítica sobre ações sustentáveis que possibilitem a preservação dos espaços geográficos.

O projeto surgiu para ser trabalhado durante o ano eletivo com todos os estudantes da classe. Durante o primeiro semestre deste ano, foram coletadas as tampinhas de antibióticos utilizados pelos pacientes com a ajuda da equipe de enfermagem. Então, criou-se uma oficina para transformar esses materiais em bijuterias. A atividade permitiu utilizar o recurso sólido para desenvolver a criatividade dos alunos e responsáveis, e possibilitar uma renda extra renda para os mesmos. Eles utilizaram ainda as tampinhas coloridas para enfeitar os chapéus de fitas dos brincantes do Arrastão do Pavulagem e assim promover um arrastão sustentável pelas ruas de Belém.

“Percebemos que a maioria dos nossos alunos não são de Belém, mas de outros municípios e até de outros estados. Então pensamos num trabalho que falasse da Amazônia como um todo e, principalmente, que os colocassem como protagonistas. Assim eles puderam trazer a cultura deles e compartilhar com os demais.  O projeto foi pensado nessa perspectiva para que nossos alunos compartilhassem a vivência deles, alguns são ribeirinhos. Demos continuidade ao projeto de 2002, cujo tema era ‘Amazônia: povos da floresta e dos rios’, ou seja, temas que precisam ser trabalhados segundo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC)”, informou a docente.

Outro destaque foi para o projeto “Estímulo à Aprendizagem e ao Desenvolvimento Infantojuvenil através da Construção de Brinquedos e Jogos Educativos a partir de Materiais Recicláveis, Formando Agentes Transformadores do Ambiente em que Vivem”. Coordenado pela pedagoga Joyce Freitas, que é membro da equipe de humanização do hospital, o programa contribui com a instrução de crianças e adolescentes por meio da construção de brinquedos e jogos com o uso de materiais recicláveis.

A base das construções são materiais recicláveis descartados pelo próprio hospital, que não tenham sido contaminados. A estratégia de sustentabilidade usada foi a reciclagem de resíduos do grupo D.  Os brinquedos e jogos educativos são construídos a partir de materiais como rolos de papel, pastas suspensas em desuso, rolo de filme PVC, pastas plásticas, filtros de café, papel, latas de leite, garrafas de álcool vazias, tampinhas de medicamentos, papelão, caixinhas de remédio, lençóis em desuso e rolos de fita durex.

“A educação ambiental não deve ser tratada como algo de difícil entendimento para as crianças. Mas, ao contrário disso, a conscientização sobre preservação do meio ambiente é de suma importância nesta faixa etária, para que tenhamos adultos conscientes no futuro. A confecção é realizada em nosso ateliê, despertando a curiosidade, a autoconfiança, o desenvolvimento da linguagem, concentração e atenção. A segregação e o manejo é feito conforme o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos do hospital para separar e higienizar os materiais que podem ser reutilizados em nossas atividades”, disse a pedagoga.

Texto: Leila Cruz/HOIOL

Fotos: Ascom/HOIOL