Hospital Oncológico infantil lança projeto voltado à saúde mental dos profissionais

Hospital Oncológico infantil lança projeto voltado à saúde mental dos profissionais

22/12/2022 Off Por Roberta Vilanova

Hospital investe na saúde mental dos profissionais que cuidam de pacientes oncológicos

O Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo (Hoiol), por meio do Núcleo de Gestão de Pessoas (NGP), criou o Projeto “Portas Abertas” para oferecer suporte e acolhimento à saúde mental dos funcionários da unidade de saúde. Esse canal de atendimento especializado oferece escuta e apoio emocional, a fim de estimular os profissionais a encontrar soluções lógicas para os dilemas do cotidiano, melhorando a qualidade de vida.

“Neste segundo semestre ocorreu o aumento da procura por atendimento psicológico devido a questões pessoais e ao nosso perfil assistencial: crianças e adolescentes em enfrentamento do câncer. Isso acaba sensibilizando os nossos colaboradores, principalmente aqueles da atenção direta, os quais lidam todos os dias com intercorrências complexas próprias da oncologia. A partir de então, percebemos a necessidade de acolhê-los, cuidar de quem se dedica ao cuidado dos nossos pacientes”, informou Tânia Silva, supervisora do NGP.

Uma pesquisa realizada pela B2P, consultoria especializada no acompanhamento e gestão de funcionários de licença por razões médicas, da companhia de seguros It’sSeg Company, apontou que os transtornos mentais e comportamentais estão entre as maiores causas de afastamento do trabalho no Brasil. O levantamento analisou 364 mil funcionários em 15 empresas, considerando as licenças em 2020 e 2021.

A psicóloga do NGP, Adriana Beltrão, explicou que as doenças psíquicas mais comuns são ansiedade, depressão e distúrbios de comportamento, contudo nem sempre são percebidas ou tratadas de forma adequada. Segunda ela, ainda há estigmas e opiniões equivocadas sobre esse tipo de tratamento terapêutico, por isso alguns não se sentem à vontade para abordar o assunto. Segundo ela, todos deveriam receber esse suporte, mesmo na ausência de transtornos mentais.

Ser social – “Quando o colaborador nos procura, ele vem com uma carga emocional muito grande proveniente dos setores interpessoais laborais e familiares, e com o receio de que alguém descubra que necessita de terapia. Ele é um ser social, portanto está inserido em vários ambientes que podem gerar esse comprometimento da saúde mental. Às vezes, as pessoas falam que psicoterapia é bobagem ou coisa de gente ‘perturbada’, mas a terapia ajuda o indivíduo a se autoconhecer ou a superar problemas que parecem insolúveis à primeira vista”, esclareceu.

Os profissionais são acolhidos, e após a triagem e identificação da causa do mal-estar emocional são orientados e encaminhados aos serviços disponíveis no SUS (Sistema Único de Saúde) ou rede privada, caso haja necessidade. O atendimento é agendado no local ou por e-mail.

“Existem inúmeras questões que levam as pessoas a procurarem um olhar profissional. Muitas delas precisam de ajuda para algo pontual que aconteceu ou não sabem descrever o que estão sentindo, por isso a necessidade de ajuda especializada”, reiterou a psicóloga.

Texto: Leila Cruz/Hoiol

Foto: Divulgação