Poli Metropolitana conta com suporte para investigar Doença de Chagas

Poli Metropolitana conta com suporte para investigar Doença de Chagas

14/04/2022 Off Por Roberta Vilanova

Policlínica conta com suporte para detecção da doença e recursos médicos para tratamento gratuito

Indisposição, pouco apetite e febre alta. Os sintomas, que podem se assemelhar a um quadro de virose, escondem também a doença de Chagas. A infecção pode ocorrer pela transmissão vetorial, oral e transfusional. Atualmente, existem grandes preocupações pela transmissão oral, principalmente, na região Norte, uma das áreas mais afetadas pela doença transmitida pelo barbeiro. No Pará, a Policlínica Metropolitana, em Belém, conta com recursos médicos e testes clínicos para investigar a doença até fechar um diagnóstico preciso.

A médica Lorena Martins, coordenadora de infectologia da unidade, explica que a população paraense com suspeita da enfermidade, pode contar com a Poli Metropolitana para a investigação da doença.

“Os pacientes que apresentam sinais, sintomas sugestivos da doença e epidemiologia podem ser encaminhados para investigação na Poli que temos condições de fazer o diagnóstico, através de coleta de sangue com especificação para pesquisa de hematozoários em sangue periférico ou ainda pela sorologia específica para doença”, detalhou a médica.

A Doença de Chagas pode levar à morte quando não é tratada. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta que menos de 10% das pessoas infectadas são diagnosticadas a tempo e apenas 1% recebe o tratamento adequado.

“Os sinais e sintomas são variados dependendo da fase a que o paciente está acometido (aguda ou crônica), podendo apresentar febre, mal-estar, inchaço localizado no local da picada do barbeiro; inchaço ao redor dos olhos; dor no corpo; dor de cabeça; cansaço e prostração; náusea e vômito, vermelhidão pelo corpo, entre outros sintomas”, alertou a infectologista.

Apesar de o Brasil ter recebido da Organização Mundial da Saúde (OMS) a certificação de interrupção da doença pelo principal vetor, em maio de 2006, ainda sim, há registros de casos provocados pelo mal. A estimativa é que cerca de 80% da transmissão se dá por via oral. A doença causada pelo protozoário parasita Trypanosoma cruzi, que é transmitido pelo inseto (triatoma) conhecido como barbeiro, que mantém hábitos noturnos, e vive nas frestas das casas de pau-a-pique, ninhos de pássaros, tocas de animais, casca de troncos de árvores e embaixo de pedras.

“A doença pode ser evitada impedindo que o inseto ‘barbeiro’ forme colônias dentro das residências. Em áreas onde os insetos possam entrar nas casas voando pelas aberturas ou frestas, pode-se usar mosquiteiros ou telas”, orientou Lorena Martins. A especialista também observa quanto às medidas de proteção individual. “É importante o uso de repelentes, roupas de mangas longas, principalmente, durante a realização de atividades noturnas (caçadas, pesca ou pernoite) em áreas de mata”, observou.

A doença pode ainda estar relacionada ao consumo do açaí em alguns lugares, e para evitar a exposição ao inseto, basta manter os cuidados necessários para o consumo.

“Outra medida preventiva é consumir alimentos de origem vegetal preferentemente pasteurizados, uma vez que já se conhece a transmissão oral da doença pelo consumo do açaí e caldo de cana”, ressaltou a infectologista Lorena Martins.

As pesquisas e os dados epidemiológicos demonstram que o produto processado termicamente, seja pasteurizado ou esterilizado acima de no mínimo 80°C por 10 segundos, torna-se seguro, enquanto o produto in natura ou apenas resfriado ou congelado poderá não ser.

A médica infectologista lembra que após a enfermidade ser comprovada, há tratamento feito com recursos farmacológicos. “O tratamento é realizado com medicação específica, chamado benzonidazol. O qual é prescrito pelo médico e liberado pela Vigilância Sanitária após recebimento de receita e ficha de notificação da doença”, frisou.

A população paraense pode contar com a Poli Metropolitana para a investigação da doença

 Serviço – Além da Doença de Chagas, a Poli conta com outros serviços na infectologia voltados às doenças causadas por vírus, bactérias, fungos e parasitas, como “tuberculoses, neurotoxoplasmose – também chamada por toxoplasmose cerebral, linfonodos cervicais, enfermidades no trato gastrointestinal.

“Por mês, temos a capacidade de atender até 300 pacientes na infectologia. Possuímos uma série de exames para otimizar o tempo para o diagnóstico de doenças infecciosas e parasitárias que podem ser causadas por microrganismos. Desta forma, a Poli rastreia essas enfermidades de forma rápida e assertiva, e encaminha o paciente para os postos de saúde ou centros especializados onde farão o tratamento”, pontua Liliam Gomes, diretora executiva na Policlínica Metropolitana.

Agendamento – Os serviços de especialidades na Poli são referenciados pela Unidades de Atenção Básica em saúde, inseridas no Sistema Nacional de Regulação (SisReg) ou por meio de interconsultas. “A Poli Metropolitana é uma central de diagnóstico com atendimento de mais de 20 especialidades, entre elas, a infectologia, onde mantém infraestrutura para o rastreio de diversas doenças, como a de Chagas”, enfatizou o secretário de saúde do Pará, Romulo Rodovalho.

O atendimento na Poli Metropolitana é com hora marcada, devendo o paciente comparecer apenas com 40 minutos de antecedência para cadastro e procedimentos necessários, conforme instruído no comprovante de agendamento emitido pelo sistema de regulação da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sespa). No dia e horário agendado, o paciente deverá comparecer à Policlínica com o comprovante de agendamento; documento de identificação com foto; comprovante de residência com CEP e Cartão Nacional SUS.

Os especialistas reforçam que dentre as medidas que ajudam a prevenir o contato com o “barbeiro” estão: melhorar a habitação, através de reboco e tamponamento de rachaduras e frestas; usar telas em portas e janelas; impedir a permanência de animais como cão, gato, macaco e outros no interior da casa; evitar montes de lenhas, telhas ou outros entulhos no interior e arredores da casa; construir galinheiro, paiol, tulha, chiqueiro, depósitos, afastados das casas e mantê-los limpos; retirar ninhos de pássaros dos beirais das casas; fazer limpeza periódica nas casas e em seus arredores; difundir junto aos amigos, parentes, vizinhos, os conhecimentos básicos sobre a doença, transmissor e sobre as medidas preventivas; encaminhar os insetos suspeitos de serem “barbeiros” para o serviço de saúde mais próximo.

Texto: Roberta Paraense/Policlínica Metropolitana

Fotos: Divulgação