Santa Casa elabora protocolo para atender crianças com autismo submetidas a cirurgias na unidade

A proposta foi apresentada à coordenadora estadual de Políticas para o Autismo, Nayara Barbalho

Representantes da direção da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMP) e da equipe de cirurgia pediátrica do hospital estiveram reunidos na manhã desta terça, 08, com a Coordenação Estadual de Políticas Públicas para o Autismo, da Secretaria de Estado da Saúde do Pará (Sespa), para apresentar a proposta de Protocolo de Atendimento Perioperatório para Crianças com Autismo, que começa a ser elaborado na Santa Casa.

De acordo com a anestesista Ângela Susume, médica que integra a equipe de cirurgia pediátrica da Santa Casa, a iniciativa surgiu a partir do desafio profissional da equipe para o atendimento às crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no processo cirúrgico

“Na cirurgia, a gente está lidando com o momento mais vulnerável dos pacientes, especialmente dessas crianças que têm muita dificuldade de adaptação, comunicação e interação. Então nós sentimos necessidade de acolhermos essas crianças e suas famílias da maneira mais adequada e individualizada possível, para prestar a melhor assistência possível nessa situação”, afirma a anestesista.

Nayara Barbalho com diretores da Santa Casa

Para a coordenadora estadual de Políticas Públicas para o Autismo, Nayara Barbalho, a iniciativa da Santa Casa vai contribuir com as ações estaduais voltadas para a qualificação do atendimento às pessoas com TEA e deve servir como modelo para outras instituições de saúde.

“A Coordenação Estadual pretende construir junto com os profissionais da Santa Casa uma atenção melhor para as pessoas com autismo que estão em todos os lugares, mas que aqui na Santa Casa, que é referência materno-infantil para todo o Estado, vai possibilitar esse cuidado  desde o pré-natal até o atendimento cirúrgico, que foi o que nos trouxe até aqui hoje”, afirma a coordenadora.

A elaboração do Protocolo de Atendimento Perioperatório para Crianças com Autismo está sendo considerada pela direção da Santa Casa como o primeiro passo para a elaboração de um programa mais abrangente na instituição.

“A Santa Casa é um hospital de excelência e, dentro do nosso ciclo de melhorias, nós identificamos a necessidade de se implantar um programa voltado para o atendimento a pacientes com autismo. Como o nosso hospital é uma linha de referência materno-infantil, vamos priorizar o público pediátrico, começando pelo atendimento de anestesia da cirurgia pediátrica, que identificou a necessidade e elaborou o protocolo que agora vamos alinhar em conformidade com as políticas de saúde da Sespa”, ressalta o presidente da Santa Casa, Bruno Carmona.

O protocolo inicial será direcionado aos pacientes cirúrgicos da FSCMP com idade de 1 a 16 anos.

Texto: Etiene Andrade/FSCMP

Fotos: Rafaela Soeiro/FSCMP