Sespa orienta municípios para prevenção à gravidez na adolescência

Sespa orienta municípios para prevenção à gravidez na adolescência

03/02/2023 Off Por Mozart Lira

Até novembro de 2022, a proporção de gravidez na adolescência no Pará foi de 20,38%. Ou seja, de um total de 81.197 nascidos vivos no Pará no ano passado, 20.575 foram de adolescentes na faixa de 10 a 19 anos.

A Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência é dedicada anualmente a disseminar informações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam para a redução da incidência da gravidez entre meninas de 10 e 19 anos. No Pará, as ações da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) deste ano atuarão com o tema “Prevenção da Gravidez na Adolescência – agir agora: cada adolescente, uma realidade”.

No decorrer de fevereiro, rodas de conversa com adolescentes em atendimento nas Usinas da Paz serão realizadas no seguinte cronograma: 6/02 (às 9 horas, na Usina da Paz da Terra Firme); 07/02 (às 9 horas, na Usina da Paz do Jurunas); 08/02 (às 14 horas, na Usina da Paz do Guamá); 09/02 (às 9 horas, na Usina da Paz de Marituba); 13/02 (às 9 horas, na Usina da Paz do Icuí); 14/02 (às 9 horas, na Usina da Paz da Cabanagem) e 16/02 (às 9 horas, na Usina da Paz do Bengui).

Ainda na agenda do mês ocorrerá oficina de prevenção da gravidez na adolescência, nos dias 06 e 07, para profissionais dos Hospital Regional Abelardo Santos. Haverá, também, duas webconferências: no dia 09, voltada para profissionais municipais de saúde, educação, assistência social e controle social, via plataforma Zoom, e no dia 15, quando será gravado um programa dedicado ao assunto via canal aberto 7.2 do Sistema Educacional Interativo – SEI, da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), para ser disponibilizado posteriormente.

A coordenadora estadual de Saúde do Adolescente e Jovem da Sespa, Vera Canto, disse que o objetivo dessas iniciativas é promover a troca de ideias entre os participantes acerca do cuidado com a saúde do adolescente, visando a prevenção da gravidez precoce. “São desafios que se apresentam ao profissional ao atender o adolescente na atualidade”, destacou.

São nos serviços da Atenção Primária à Saúde (APS), com as Unidades Básicas de Saúde, geridas por prefeituras municipais, que são oferecidas à população adolescente e jovem as principais ações educativas acerca da sexualidade responsável, promoção à saúde, prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e da gravidez precoce.

Segundo as recomendações do Ministério da Saúde, nove métodos contraceptivos que ajudam no planejamento familiar são ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), de forma gratuita, a essa população. São eles: anticoncepcional injetável mensal; anticoncepcional injetável trimestral; minipílula; pílula combinada; diafragma; pílula anticoncepcional de emergência (ou pílula do dia seguinte); Dispositivo Intrauterino (DIU); preservativo feminino e preservativo masculino.

Nesse fluxo, cabe à Sespa orientar os municípios a conduzir as políticas voltadas para esse segmento do público por meio de capacitações e treinamentos sobre normas recomendadas pelo governo federal.

Vera também ressalta que, ao engravidar, a adolescente precisa procurar a Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua residência para fazer o pré-natal. Também é importante levar consigo o parceiro. Lá os dois serão acolhidos e receberão as orientações necessárias para o acompanhamento da gravidez.

Os adolescentes, pessoas com idades entre 10 e 19 anos, representam entre 20% e 30% da população mundial. De acordo com informações do Ministério da Saúde, a taxa de gestação na adolescência no Brasil é alta, com 400 mil casos/ano.

“Até novembro de 2022, a proporção de gravidez na adolescência no Pará foi de 20,38%. Ou seja, de um total de 81.197 nascidos vivos no Pará no ano passado, 20.575 foram de adolescentes na faixa de 10 a 19 anos. A gravidez de adolescente no Estado vem declinando nos últimos quatro anos, pois em 2019 tivemos 31.285 bebês nascidos de mães adolescentes”, informa Vera Canto.

“A melhor forma de prevenir a gravidez na adolescência é com educação, alertando tanto as meninas quantos os meninos sobre os impactos de uma gestação precoce em seu desenvolvimento”, destaca Vera Canto. “A abordagem é sobre adolescentes que desenvolvem problemas de saúde devido à gestação, deixam a escola e não têm oportunidade de emprego. São várias as consequências sociais e econômicas que eternizam um ciclo de pobreza e baixa escolaridade”, completa.