Sespa realiza seminário alusivo ao Dia Mundial da Tuberculose

Sespa realiza seminário alusivo ao Dia Mundial da Tuberculose

24/03/2023 Off Por Mozart Lira

O secretário adjunto de Gestão de Políticas Públicas de Saúde, Sipriano Ferraz

Lembrado em 24 de março, o Dia Mundial da Tuberculose foi o assunto principal de um seminário realizado nesta sexta-feira pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) em seu auditório, em Belém. Com o tema “Eliminar a Tuberculose como problema de saúde pública”, a atividade reuniu especialistas na doença e representantes da Sociedade Civil.

A consultora técnica do Ministério da Saúde, Patrícia Sanine

O seminário se soma às ações de prevenção da doença, que acontecerão na manhã deste domingo, 26, no mercado do Ver-o-Peso, em Belém. O objetivo em comum é conscientizar a população sobre a doença, que é possível de ser prevenida, tratada e curada com medicamentos distribuídos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Na programação do encontro, a consultora técnica do Ministério da Saúde, Patrícia Sanine, destacou, em sua fala, o Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose elaborado pelo Ministério da Saúde. O documento descreve os objetivos nacionais para enfrentar a epidemia de TB, sendo considerado um dos primeiros passos para estruturar uma agenda multissetorial.

Fotos: José Pantoja (Ascom/Sespa)

Pactuado na Comissão Intergestores Tripartite e discutido em audiências públicas no Congresso Nacional, o Plano visa uma redução de 90% na incidência da TB e de 95% nas mortes pela doença até 2035, em comparação com dados de 2015.

“O plano está desenvolvendo ações conjuntas com secretarias e departamentos visando a qualificação do cuidado às pessoas em situação de vulnerabilidade e/ou sob maior risco de adoecimento por TB – dentre elas, as pessoas vivendo com HIV/aids e as comunidades indígenas”, destacou Patrícia.

A tuberculose acomete principalmente os pulmões e afeta grupos populacionais mais vulneráveis, biologicamente ou socialmente. O principal sintoma da doença é a tosse na forma seca ou produtiva. Por isso, recomenda-se que a pessoa com tosse por três semanas ou mais procure a unidade de saúde mais próxima.

“É muito importante que o paciente diagnosticado seja acompanhado durante os seis meses de tratamento com o esquema básico, preferencialmente por tratamento diretamente observado – TDO, para êxito e cura do caso”, lembra o coordenador estadual do Programa de Controle da Tuberculose, Cleison Martins, também presente no seminário.

Parte da equipe da Coordenação do Programa de Controle da Tuberculose da Sespa

Ele destaca que o serviço está implantado nas Unidades Básicas de Saúde dos 144 municípios do Estado, com ações voltadas para o diagnóstico, acompanhamento e tratamento dos casos.

“Importante que os serviços de saúde criem estratégias e parcerias para a adesão do paciente, pois o abandono da terapia ou quando administrada de forma irregular pode desenvolver resistência, levando o tratamento a se estender por dois anos ou mais, passando a ser manejado também nas referências secundárias e terciária, conforme o caso”, explica.

Os dados da doença se mantêm estáveis no Estado. Em 2020 foram 4.572 casos confirmados, seguidos de mais 4.581 no ano seguinte. Em 2022 foram 4.796 novos casos de tuberculose no Pará, ou seja, uma média de 57,0 casos novos para cada 100.000 habitantes, com 340 óbitos devido às complicações causadas pela doença. Atualmente, 60% dos registros notificados estão concentrados nas regiões Metropolitana I, II e III.

No que se refere ao combate da doença no Pará, a Sespa capacita profissionais e presta assessoria técnica aos municípios, que por sua vez são os principais responsáveis pela execução das ações de diagnóstico e acompanhamento dos casos. A Atenção Básica tem o objetivo de implementar as ações do Protocolo de Controle da Tuberculose, oferecendo o tratamento nas unidades de saúde, incluindo a estratégia do Programa Saúde da Família (PSF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS).

A Sespa, por meio do Programa de Controle da Tuberculose, juntamente com o Ministério da Saúde, trabalha constantemente através dos monitoramentos dos programas municipais, disponibilizando medicamentos e insumos para o diagnóstico e tratamento da doença, incentivando a busca ativa de novos casos, a investigação dos contatos dos casos novos de tuberculose, o diagnóstico e tratamento da doença tempo oportuno, ofertando oficinas voltadas para manejo e controle da doença, visando assim quebrar a cadeia de transmissão da reduzir o número de adoecimento e óbitos por uma doença que é prevenível e curável.

Entre as medidas de prevenção da tuberculose é importante a vacinação de todas as crianças de 0 a 4 anos com a BCG, pois essa estratégia evita as formas graves da doença. “É um compromisso fundamental nosso de orientar as pessoas a preservarem suas vidas com doenças que tem prevenção, tratamento e cura, como a tuberculose”, destacou o secretário adjunto de Gestão de Políticas Públicas de Saúde, Sipriano Ferraz, ao concluir a programação do seminário.

Participaram do seminário, entre outros, Adriana Tapajós, diretora de Vigilância em Saúde da Sespa; Regina Feio, superintendente do Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB) e Hélio Franco, médico do quadro da Sespa e técnico da Coordenação Estadual de Saúde da Criança, além de integrantes da sociedade civil organizada, profissionais de saúde, educação, representantes do Comitê Estadual de Tuberculose e HIV.

Próxima ação

No domingo, 26, a partir das 8 horas no mercado do Ver-o-Peso, em Belém, haverá ação em parceria com a Prefeitura Municipal, em que a Sespa, inserida nas atividades do TerPaz, levará triagem, aconselhamento dos casos sintomáticos de tuberculose, ações educativas e testes para HIV e hepatites virais.