Terapia Ocupacional do Abelardo Santos mantém linha de cuidados aos recém- nascidos

A finalidade Terapia Ocupacional no complexo neonatal é prevenir e ou minimizar atrasos no desenvolvimento global

A atenção à saúde do recém-nascido consiste em ações que devem se iniciar desde a vida intrauterina, com foco na saúde da gestante, sem descontinuidade após o nascimento até os primeiros 28 dias. Desta forma, o Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), no distrito de Icoaraci, em Belém, mantém linhas de cuidados dentro do serviço de Terapia Ocupacional, com os procedimentos que visam a promoção da saúde e a prevenção de doenças, aos pequenos internados no complexo neonatal da unidade.

Os atendimentos da terapia ocupacional fazem parte da humanização da equipe multiprofissional, que realiza intervenções nos diferentes níveis de atenção, tendo como alvo o binômio mãe-bebê. “Atualmente, a unidade, conta com cinco principais projetos voltados à assistência dos recém-nascidos, além disso, tem promoção de palestras, rodas de conversas e acompanhamentos que fortalecem a formação do vínculo entre mãe e filho”, destacou o diretor Técnico, o médico Paulo Henrique Ataíde.

Especialidade – “O objetivo geral da T.O no complexo neonatal é prevenir e/ou minimizar atrasos no desenvolvimento global, além de favorecer o crescimento saudável dos bebês”, explicou Luanda Campos, terapeuta ocupacional do complexo neonatal. Ela explica que os projetos são com o objetivo de promover as adaptações necessárias dos bebês no ambiente.

“A terapia ocupacional tem como responsabilidade os cuidados relacionados ao desenvolvimento do recém-nascido, a humanização do ambiente e orientações tanto à equipe quanto aos pais, inserindo e estimulando a participação dessa família nos cuidados e rotina do bebê, respeitando as possibilidades de cada um”, disse Luanda.

Ao todo, são cinco projetos desenvolvidos pela especialidade, entre eles, a redinha neonatal

Projetos – Os principais Projetos são a ofuroterapia, redeterapia, órteses em neoprene, órteses de descompressão e os grupos de apoio às mães. A redeterapia neonatal, por exemplo, é uma das estratégias humanizadas mais recentes usadas na instituição. Com a técnica, os bebês são colocados em uma rede de tecido de algodão dentro da incubadora, na posição fetal, semelhante à do útero, contribuindo para a recuperação. O projeto já vem sendo adotado em outras unidades da Rede Estadual de Saúde do Pará.

A cabeleireira Lucelia Pinto Calado, de 40 anos, moradora de Icoaraci, teve seu bebê com 32 semanas. Atualmente, com 21 dias de vida, o prematuro está internado na unidade para ganho de peso e passou pelo projeto redinha. “Não foi uma gravidez planejada. Ainda sinto muita dor na cirurgia, e a vontade de estar perto dele. Não sei como agradecer os cuidados e as iniciativas que vocês estão tendo com meu bebê”, agradeceu, emocionada.

“Redeterapia permite ao RN vivenciar estímulos vestibulares, amadurecimento dos reflexos primitivos, auxiliando na integração sensorial e reações de equilíbrio e proteção promovendo melhoria na organização do bebê. Ela proporciona ao recém-nascido a estimulação vestibular, sensoriais e motoras, facilitando a integração de input sensorial ocasionando respostas mais adaptativas. Além de possibilitar adequação postural, relaxamento, autorregulação, sono e o brincar, e assim contribuir para melhoria no seu desempenho ocupacional”, explicou Luanda.

Já a ofuroterapia, que é um método de banho humanizado para bebês com baixo peso, contribui para a melhora na organização dos sistemas comportamentais, motores e fisiológicos, através do relaxamento decorrente da imersão do corpo em água morna, evitando assim o gasto energético.

Atualmente, o HRAS confecciona as órteses neonatais para evitar e/ou tratar deformidades progressivas, como o encurtamento, rigidez e a disfunção nos membros dos recém-nascidos.Além do grupo de mães que se reúnem semanalmente para conversas e atividades terapêuticas durante a internação do bebê.

A terapeuta ocupacional, Danielle Ferreira, acrescenta que outra vantagem é o custo-benefício para a produção. “A órtese em neoprene é muito barata, quando falando do uso em neonatal, por ela ser ajustável, proporciona maior segurança durante o uso, além de manter o calor corporal.  As possibilidades de criação são as mais variadas possíveis”, reforçou.

Serviço:  O HRAS é um Hospital Público, referência do Governo do Estado em alta complexidade, pediatria e assistência à saúde da mulher.  A instituição é administrada pelo Instituto Mais Saúde em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). “Estamos a cada dia avançando na assistência. Entendemos que além dos cuidados médicos, temos de nos cercar de linhas de cuidados alternativos em benefício dos pacientes. Contamos com complexo neonatal completo e dentro dos UCI, aplicamos o método dos cuidados intermediários Canguru, constituindo uma linha de cuidados progressivos”, frisou Jean Cleber, diretor geral do Abelardo Santos.

Texto: Roberta Paraense/HRAS

Foto: Divulgação