Poli Lago de Tucuruí investe no acolhimento a pais de crianças com Transtorno do Espectro Autista

Poli Lago de Tucuruí investe no acolhimento a pais de crianças com Transtorno do Espectro Autista

15/02/2023 Off Por Roberta Vilanova

São oferecidos atendimentos individualizados com psicóloga e grupos terapêuticos para os responsáveis

A informação a respeito do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e o suporte emocional, com uma rede de apoio bem estabelecida são uma importante estratégia de enfrentamento da condição, por isso, a Policlínica Lago de Tucuruí, no sudeste do estado, tem investido no acolhimento dos pais das crianças e adolescentes que são atendidas na unidade, através do Núcleo de Atenção ao Transtorno do Espectro do Autismo (NATEA).

A mãe de Thayller, de 5 anos, Lidiane Pereira, relata a atuação da unidade nos os desafios do tratamento. “Eu só tenho coisas boas para falar a respeito do Natea, dos profissionais envolvidos no atendimento diário. Estou muito satisfeita em ver o meu filho fazer parte deste programa. Sou muito grata a tudo”, ressaltou.

Acolhimento – O Natea conta com uma equipe multiprofissional para acolher as demandas dos pais relacionadas às questões emocionais ou aos questionamentos sobre as especificações do TEA. Dessa forma, o Núcleo oferece duas possibilidades de atendimento psicoterapêutico: uma por meio do atendimento individualizado com a psicóloga da Poli, que ocorre por meio de encaminhamento da equipe multiprofissional se for necessário. E a outra, através de grupos terapêuticos para os pais, que está em processo de implementação.

“Consideramos que as informações a respeito do transtorno auxiliam na compreensão sobre mitos e medos que podem surgir. É importante também que os pais se sintam amparados e a equipe busque evidenciar de forma objetiva, acolhedora e na desconstrução de tabus a respeito do TEA por meio do treinamento parental. Associado a isso, o serviço se direciona para a implementação de grupos terapêuticos para a consolidação de suporte emocional”, observou Roberta Pompeu, psicóloga e supervisora técnica da Poli Lago de Tucuruí.

Orientações – Ainda de acordo com a especialista, os impactos na família são variáveis, por considerar que não há uma ciência exata que defina as reações. “Em um sentido geral, é comum que os pais primeiramente entrem em um estado de negação e após o suporte necessário, vão aceitando e compreendendo sobre a realidade do diagnóstico. A comprovação do diagnóstico tende a mudar a dinâmica familiar para que todos os membros da família possam se adaptar sobre características da criança que são próprias em decorrência do TEA”, ressaltou Roberta.

Outro fator a ser levado em consideração é o ambiente familiar. É essencial que estejam presentes nele diretrizes inclusivas para as adaptações e reordenamentos necessários, e com isso, a criança tenha suas necessidades atendidas e consequentemente, maior qualidade de vida.

Diante das ansiedades e angústias da criança autista, vale ressaltar que os pais devem estar orientados a promover o suporte emocional e auxiliar em um padrão de comportamento que estimule a consciência emocional desta criança, ponto que muitas vezes pode ser um desafio por conta das características diagnósticas. No treinamento parental, orienta-se algumas atividades terapêuticas que estimulam a consciência emocional e estratégias de autorregulação.

“Não é recomendável que o pai ou a mãe cedam a todos os pedidos da criança. O ideal é que saibam reforçar os comportamentos-alvo e extinguir os considerados comportamentos-problema, por meio de estratégias das ciências comportamentais. É importante que os pais saibam negociar com as crianças por meio de orientações simplificadas que facilitem o entendimento sobre o que podem e não podem fazer”, explicou a psicóloga.

Perfil – Mensalmente, 50 atendimentos são disponibilizados pela Poli Lago de Tucuruí, por meio do NATEA. Além desse atendimento especializado, a Poli mantém infraestrutura para realizar até 9 mil atendimentos por mês, em 36 especialidades médicas e não médicas.

“Esse acolhimento e treinamento disponibilizado para a família de cada paciente, tem como foco a continuidade do tratamento em casa. Trabalhamos para dar autonomia e uma melhor qualidade de vida a essas pessoas”, frisou a diretora executiva da Poli Lago de Tucuruí, Louhanna Silva.

Serviço – A Policlínica Lago de Tucuruí é uma unidade totalmente pública, com todos os atendimentos sem nenhum custo aos usuários. Está localizada na Avenida Raimundo Veridiano Cardoso, nº 1008, no bairro Santa Mônica. A Poli é administrada pelo Instituto de Saúde e Social da Amazônia (ISSAA), em parceria com a Sespa.

Texto: Secom

Fotos: Divulgação