Abelardo Santos lança oficina de artesanato para as mães com a reutilização de materiais

Em maio, a segunda maior maternidade do Governo do Pará promoverá atividades, cursos e oficinas em homenagem ao mês das mães

O Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), em Icoaraci, distrito de Belém, considerado a segunda maior maternidade do Governo do Pará, está com uma programação especial neste mês. Em homenagem ao Dia das Mães, comemorado no próximo domingo (08), a unidade vai lançar cursos, oficinas e projetos direcionados às mães de bebês que nasceram ou que estão em tratamento no HRAS e, também, para as gestantes da comunidade em torno do hospital, estendendo a distribuição de brindes às colaboradoras que são mães.

Para iniciar a programação, na última quinta-feira (05), foi lançada a primeira Oficina Criativa para as mães de prematuros internados nas Unidades de Terapia e Cuidados Intensivos (UTI e UCI). Além de promover o empreendedorismo, estimular a criatividade e proporcionar para as mulheres uma atividade durante a permanência no hospital, a iniciativa também vai adotar medidas de sustentabilidade, já que os resíduos resultantes dos serviços de saúde que seriam descartados, passam a ser utilizados nas oficinas de artesanato. Com a iniciativa, as mantas SMS do centro cirúrgico, serão transformadas em outros produtos.

“Nas oficinas vamos estimular o empreendedorismo, a criatividade, e mais ainda: a sustentabilidade. Originalmente, esse material é usado para proteger e manter o processo de esterilização das caixas de instrumentos cirúrgicos, mas agora, vão ser transformados em bolsas, sacos, ninhos de recém-nascidos e, futuramente, em bolsas de saída de maternidade”, adiantou Suellen Santos, analista de Humanização do HRAS.

Ação –A ideia da reutilização do material nasceu em reuniões dos integrantes do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde (PGRSS), que trabalha com o diagnóstico, manejo e ações voltadas ao uso deste material.

“Essas mantas são utilizadas, unicamente, para embalar materiais cirúrgicos, ou seja, não possuem qualquer contato com sangue ou outro material infectante. Por esse motivo, elas podem ser higienizadas e reutilizadas. São aproximadamente 200 metros desse material por mês que não serão mais descartados, além disso, a iniciativa vai reduzir o impacto ambiental e ajudar o planeta”, detalha a coordenadora administrativo financeira do HRAS, Patrícia Quaresma.

Material – A enfermeira do Centro de Material e Esterilização (CME), Paula Cardeal, explica sobre o tipo de material.

“A manta se trata de uma embalagem de uso único para esterilização. Possui cinco camadas 100% polipropileno. Ela é Indicada para empacotamento de artigos médico-hospitalares em geral, como instrumentais, materiais em inox, roupas cirúrgicas, que são esterilizados em autoclave a vapor saturado, gás de óxido de etileno, gás formaldeído e peróxido de hidrogênio. É resistente à ruptura, além da capacidade de filtração, o que promove uma excelente barreira bacteriana, protegendo o conteúdo contra possíveis contaminações provenientes do meio ambiente e do manuseio”, detalhou.

Oficina – A oficina contou, ainda, com aulas de fuxico, crochê e pintura. Durante o aprendizado, as mães recebem o direcionamento de artesãs voluntárias que dedicam uma parte do seu tempo para transmitir conhecimentos e incentivar o aumento da renda familiar.

“Me sinto muito bem em transmitir um pouco do que eu sei. Iniciativas assim não têm preço, principalmente, quando vejo elas aprendendo e depois transformando o aprendizado em fonte renda”, comentou a artesã Darlene Pereira, de 46 anos.

Juliana Lima, de 30 anos, está com o seu bebê na Unidade Canguru há mais de um mês. Ele foi ao HRAS encaminhado no município de Tailândia. O pequeno José Felipe nasceu com uma doença rara chamada de má formação na Veia de Galeno e, por esse motivo, precisou de cuidados intensivos.

“Para ele realizar o procedimento cirúrgico, tem de estar com quatro meses ou adquirir quatro quilos. Enquanto isso, vamos ficar no hospital. Ele está com 2 meses e 3,208kg e luta para ganhar o restante do peso. Como fico bastante preocupada, essa oficina me ajuda a distrair um pouco a mente”, comentou.

Antônia Mendonça, 28 anos, que também é artesã, está com a filha, 12 anos, internada na UTI pediátrica, devido uma crise de dermatomiosite. Ao tomar a medicação, sofreu convulsão e precisou ficar na unidade. ” Minha filha está intubada e fico pensando bastante nela. Toda hora. Pelo menos aqui, na oficina, me distraio um pouco e foco, por um tempo, na arte”, disse.

Programação – Ainda neste mês, o HRAS vai lançar um curso para gestantes atendidas na Atenção Básica de Icoaraci. A proposta é organizar um grupo de acolhimento social e psicológico para as puérperas com filhos nas UTIS e UCIs, além de presentear com brindes as colaboradoras e estimular a valorização profissional destas mulheres.

Para Marcos Silveira, diretor executivo do Abelardo Santos, a programação do Dia das Mães na unidade, engloba frentes importantes: a valorização da figura materna, a reciclagem de resíduos e a humanização.

“Nosso objetivo é a valorização da mãe, além de fortalecer ações de sustentabilidade no HRAS”, ponderou Silveira.

O gestor ainda destaca as demais atividades ao longo de maio. “Neste ano, o HRAS trouxe uma proposta diferenciada para a programação das mães. O objetivo é gerar um empoderamento materno, financeiro e criativo com ações sustentáveis para o planeta, além estar ao lado da mulher nestes momentos tão especial: o nascimento do seu filho e o puerpério”, ressaltou Marcos Silveira.

O HRAS é um Hospital Público, referência do Governo do Estado em alta complexidade. A instituição é administrada pelo Instituto Mais Saúde em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).

Texto: Roberta Paraense/HRAS

Foto: Divulgação