Abelardo Santos promove combate a abuso e à exploração sexual infantil

Abelardo Santos promove combate a abuso e à exploração sexual infantil

24/05/2022 Off Por Roberta Vilanova

A atividade do Grupo de Trabalho de Humanização (GTH) mobilizou público no Pronto Socorro Infantil e na clínica pediátrica

No mês destinado ao enfrentamento do abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, em Belém, o Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), no distrito de Icoaraci, está com uma programação para conscientizar e sensibilizar os usuários da unidade. A iniciativa do Governo do Estado do Pará, promovida nesta segunda-feira (23), visa a alertar sobre a necessidade de combater esse tipo de crime e estimular o registro de denúncias de violências sofridas pelo público infanto-juvenil.

Semáforo do Toque – Para ilustrar esse tipo de situação de forma lúdica, a unidade apostou na coreografia da música ‘Não pode tocar não’. Os palhaços Paçoca, Picolé e a boneca Pipoca alertaram as crianças e adolescentes, situações de autoproteção. A ideia foi retratar o assunto com leveza, mas sem esquecer da importância do tema.  O alerta também serviu para que os menores de idade aprendam a respeitar os limites do próprio corpo e do corpo do outro.

A atividade desenvolvida pelo Grupo de Trabalho de Humanização (GTH) foi feita no Pronto Socorro Infantil e na clínica pediátrica do HRAS. Além dos colaboradores da unidade, a inciativa contou com a participação de membros do Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas) de Icoaraci.  A coordenadora do Creas, Socorro Brasil, explicou sobre as formas de abuso e reforçou sobre a importância de denunciar nos canais.

“Estamos nesta campanha durante o mês de maio em unidade de saúde, centro cultura e escolas. A ideia é informar sobre do Creas, assim como sensibilizar sobre esse tipo de ato cruel. A violência sexual não é apenas carnal e nem estupro de vulnerável, ela vai mais além. Ela ocorre com atos libidinosos, às vezes, de modo sutil, levando crianças para assistir filmes pornográficos, expor as crianças diante de adultos nus ou em práticas de atos sexuais. É violência também o adulto colocar o corpo de crianças amostra para obter lucros”, detalhou Socorro Brasil.

Usuários – A autônoma Daniele Santos, que estava aguardando o atendimento da sua filha caçula no pronto-atendimento, considera esse tipo de iniciativa muito importante em instituições. “Eu tenho três filhos e já passei por esse tipo de situação na minha família. A unidade está de parabéns, é um assunto necessário a ser abordado”, observou.

Para a babá Andreza Morais, que acompanha a internação da filha há 21 dias no HRAS, a iniciativa abriu os seus olhos e que foi um momento de grande aprendizado. “Aprendi que temos que ficar atentos a qualquer sinal de mudança das nossas crianças e principalmente não confiar nossos filhos a qualquer pessoa para olhar ou cuidar deles. Muitas vezes confiamos em pessoas que não devemos confiar”, disse.

O objetivo é alertar sobre a necessidade de combater esse tipo de crime e estimular o registro de denúncias de violências sofridas pelo público infanto-juvenil.

ECA – O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) garante que é dever da família, da sociedade e do Estado garantir a proteção social às crianças e adolescentes, protegendo-os de qualquer situação de risco e ameaça à vida.

“Nesse sentido, a educação sexual é um importante instrumento no combate à violência sexual, pois previne a ocorrência desse tipo de crime. Ensinar as pessoas desde a infância que ninguém pode tocar no seu corpo sem o consentimento auxilia na identificação e impedimento do risco. Portanto, os pais, as escolas, os hospitais e demais redes de proteção podem fortalecer e auxiliar no processo de educação sexual”, enfatizou a assistente social do HRAS, Bruna Monteiro.

A profissional também acrescenta que os serviços socioassistenciais do Cras e Creas são essenciais para a disseminação dessas informações nas comunidades. “Fortalecer as redes de proteção voltadas às crianças e adolescentes para o combate à violência sexual é um dever social de todos”, garantiu Bruna.

Perfil – O Hospital Abelardo Santos é a maior unidade pública do Governo do Estado. A instituição é administrada pelo Instituto Mais Saúde, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). Em seu perfil de atendimento, a unidade mantém um Pronto-Socorro Infantil, uma ala de internação pediátrica, Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica e neonatal. “Crianças e adolescentes constituem o público vulnerável que mais sofre com violações de direitos humanos no Brasil. Nosso objetivo é elucidar de dúvidas dos usuários com ações planejadas em conjunto com os órgãos públicos, visando a ampliação da rede de proteção para as famílias”, enfatizou o gestor.

Maio Laranja – 18 de maio é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A data foi escolhida em memória do “Caso Araceli”, um crime que chocou o Brasil. Araceli Crespo era uma menina de apenas 8 anos de idade, que foi violentamente assassinada em Vitória, no Espírito Santo, em 18 de maio de 1973. O crime, apesar de hediondo, segue impune.

SERVIÇO: Para denunciar abuso ou exploração sexual, basta ligar para o número 181. É possível enviar fotos, vídeos, localização ou áudios para o WhatsApp para o número (91) 98115-9181. A denúncia será totalmente anônima.

Texto: Roberta Paraense/HRAS
Fotos: Divulgação