Capacitação marca o Dia D para Erradicação da Esquistossomose no Estado do Pará

Capacitação marca o Dia D para Erradicação da Esquistossomose no Estado do Pará

29/11/2022 Off Por Mozart Lira

A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) realizou, nesta terça-feira, 29, no auditório do Laboratório Central do Estado (Lacen), programação alusiva ao Dia D para Erradicação da Esquistossomose no Estado do Pará. Também conhecida como xistose, doença do caramujo ou barriga d’água, a esquistossomose é transmitida pelo verme da família Schistosoma, a infecção acontece a partir do contato com água contaminada, especialmente em locais em que há grande quantidade de caramujos.

O treinamento foi organizado pelo Departamento de Controle de Endemias, por meio da Coordenação Estadual de Controle de Esquistossomose, Filariose, Geo-helmintos e Tracoma em conjunto com o Laboratório de Parasitoses Intestinais e Esquistossomose (LAPIE)/ Secção de Parasitologia do Instituto Evandro Chagas. O evento contou com a participação dos coordenadores de endemias dos 13 Centros Regionais de Saúde da Sespa, além de coordenadores da Atenção Básica e da Estratégia de Saúde da Família (ESF) de Belém.

A coordenadora estadual de Controle de Esquistossomose, Filariose, Geo-helmintos e Tracoma, Antonilde Sá

O objetivo foi fortalecer as ações de vigilância e controle dos vetores transmissores da esquistossomose.  “Esse treinamento reforça a aliança entre o Estado e os municípios para ofertar técnicos mais qualificados na rede pública de saúde e fortalecer as ações de educação em saúde e mobilização social para o enfrentamento das endemias e doenças emergentes que atingem a população paraense”, destaca a coordenadora estadual de Controle de Esquistossomose, Filariose, Geo-helmintos e Tracoma, Antonilde Sá.

A esquistossomose, também conhecida como “barriga d’água”, é transmitida, principalmente, pelo caramujo Biomphalaria glabrata, que habita áreas alagadas. A doença também está associada a precárias condições de saneamento. O caramujo se infecta com larvas chamadas miracídios, que surgem a partir de ovos do Schistossoma mansoni eliminados nas fezes de pessoas contaminadas.

No interior do caramujo, o parasita se transforma em cercárias, que são expelidas diretamente nos córregos, e penetram na pele humana por qualquer parte do corpo, principalmente nos horários mais quentes do dia e com alta incidência luminosa. Quando a cercária penetra no corpo se transforma no verme adulto, o Schistossoma mansoni, causando a esquistossomose.

Os sintomas da doença são febre, dor de cabeça, suores, fraqueza, falta de apetite e diarreia. Na fase crônica, a diarréia se torna mais constante, alternando-se com prisão de ventre, prurido anal e emagrecimento. Nessa fase, surgem complicações como aumento do fígado, baço, hemorragia digestiva e hipertensão pulmonar e portal.

O tratamento é feito com dose única do medicamento Praziquantel, fornecido pela Atenção Básica, por meio do Programa de Controle da Esquistossomose (PCE). A principal forma de prevenção da esquistossomose é o destino adequado dos dejetos humanos contaminados em fossas e ações de saneamento dos esgotos.

No Pará, a doença tem uma circulação focal em Belém e na região bragantina, no Nordeste, que compreende os municípios do 4º Centro Regional de Saúde. Dos 66 novos casos autóctones registrados esse ano, 55 ocorreram na capital, outros 10 em Bragança e 01 em Primavera.