Centro Integrado atua para garantir qualidade de vida a pessoas com deficiência auditiva

Centro Integrado atua para garantir qualidade de vida a pessoas com deficiência auditiva

10/11/2021 Off Por Roberta Vilanova

Exames com profissionais especializados são oferecidos aos usuários do Centro Integrado

Nesta quarta-feira – 10 de Novembro – é comemorado o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez, data importante para conscientizar sobre uma das principais e mais comuns deficiências em adultos e crianças. Moradores de todo o Pará podem contar com a assistência do Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), sediado em Belém, que além de realizar diagnóstico de perda auditiva e acompanhamento, é responsável pela confecção e entrega de aparelhos auditivos.

O Centro Integrado é um órgão do Governo do Pará, administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). Os usuários têm acesso aos serviços por meio de encaminhamento das unidades de saúde, acolhido pela Central de Regulação de cada município, que encaminha a solicitação à Regulação Estadual.

Segundo dados da Sespa, de janeiro a outubro de 2021 foram realizados mais de 3 mil atendimentos em otorrinolaringologia, que envolve doenças ligadas ao nariz, seios da face, garganta e ouvidos. No mesmo período, foram entregues 111 aparelhos auditivos.

Médica Mônica Aben-Athar

Avaliação – A otorrinolaringologista Mônica Aben-Athar, que atua no Ciir, explica que, a partir do encaminhamento feito pela Atenção Básica, o paciente de qualquer idade é recebido no Centro para uma avaliação multiprofissional. Pelo exame físico são verificadas alterações infecciosas e possíveis malformações. Se a perda auditiva é confirmada, a pessoa é encaminhada para reabilitação e tratamento adequado no próprio Centro.

“No geral, as causas da surdez são evitáveis, porque são várias as possibilidades: infecciosas, traumáticas, neonatais. Inclusive um pré-natal adequado consegue evitar alguns quadros. Infecções de otite de repetição na infância não tratadas adequadamente evoluem para uma perfuração timpânica. Quando falamos de causas genéticas ou de malformação, às vezes não há reversão. Em outros casos, se temos secreção de orelha média, por exemplo, pode ser uma infecção que causa perda de audição transitória, e pode haver reversão após o tratamento. Mas a maioria acaba se tornando crônica”, alerta a médica.

Exames específicos são essenciais ao diagnóstico do grau de deficiência

Nesse cenário, os aparelhos de amplificação sonora individual (Aasi) ajudam na maioria dos casos, devolvendo muito da qualidade de vida a quem precisa conviver com a surdez. Quando os quadros são considerados severos ou profundos, há ainda dois tipos de reabilitação cirúrgica: a prótese osteoancorada e o implante coclear. Se há possibilidade do uso de um Aasi, tudo é feito no próprio Ciir: diagnóstico, encaminhamento, molde e adaptação para uso.

Saúde pública – “A melhora é substancial. Perda de audição é um problema de saúde pública, porque causa problema na comunicação, problemas emocionais, de autoestima. A partir do momento, especialmente quando falamos de idosos, que o problema é sentido, há uma tendência de isolamento, depressão, ansiedade. Quando a gente intervém no início, começa a melhorar muito a vida do paciente. É possível evitar mais transtornos para ele”, garante a especialista.

 

Marli, moradora do interior do Estado, é usuária do CIIR

A lavadeira Marli (que não sabe informar o sobrenome por ser órfã) nasceu surda, e teve dificuldades ao longo da vida por conta da deficiência. Usuária do Ciir há algum tempo, hoje ela estava no local para renovar a carteira que lhe garante passe livre intermunicipal, já que mora no interior do Estado.

Com a ajuda do intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras), Rogério Dias, que atua no Centro – inclusive como professor de Libras para funcionários e colaboradores -, Marli avaliou o atendimento: “Aqui é muito bom. Já venho há bastante tempo, e o Rogério sempre me acompanha. Sempre me ajuda com a documentação, atendimento. É por isso que estou aqui hoje”.

Texto: Carol Menezes/Secom
Fotos: Bruno Cecim/Ag.Pará