CIIR inicia a temporada 2024 da Feira Inclusiva de ‘Empreendedores’

CIIR inicia a temporada 2024 da Feira Inclusiva de ‘Empreendedores’

06/02/2024 Off Por Roberta Vilanova

Feira conta com a partivcipação de cerca de 30 microempreendedores

O Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém, iniciou, nesta terça-feira (6), a primeira edição da “Feira de Empreendedores CIIR 2024”, evento que oportuniza o empreendedorismo inclusivo e gera um complemento de renda familiar aos reabilitandos e seus acompanhantes. Com cerca de 30 microempreendedores inscritos nesta edição, o evento segue até esta quarta (7), no Bloco C, das 9h às 17h.

O comércio é realizado mensalmente na primeira terça e quarta-feira com a venda e apresentação de produtos alimentícios, de vestuário, peças de artesanato, decoração, acessórios inclusivos e papelaria. “A Feira surgiu a partir da constatação de que algumas mães faziam vendas esporádicas nos ambientes do CIIR, justamente quando estavam à espera de atendimento aos filhos. Elas ofereciam seus produtos nas recepções da unidade”, explica Denise Moraes, coordenadora do Arte e Cultura, setor que organiza o evento.

Diante disso, o Centro de Reabilitação decidiu promover o espaço empreendedor, levando em consideração que a maioria das famílias tem a necessidade de aumentar a renda, pois muitas não trabalham de carteira assinada e recebem apenas o auxílio financeiro do Governo por precisarem acompanhar seus entes de forma integral.

Todos os anos, Walbenice participa da Feira de emprendedores do CIIR

Entre as mães que largaram o emprego formal e seguiram a carreira empreendedora com templo flexível e dedicado ao acompanhamento dos filhos, está Walbenice Pamplona, de 43 anos, que destaca que a Feira é uma “vitrine” para expandir o seu empreendimento e que já lhe proporcionou diversas oportunidades de clientelas.

“Após curso profissionalizante e, atualmente, graduanda em Pedagogia, comecei a fazer material

pedagógico adaptado para as crianças com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA), porque eu fazia para os meus filhos também; eles têm o diagnóstico. Mas, não tinha para quem vender; e nem local. Contudo, a feira veio atribuir mais oportunidade para expandirmos o nosso empreendimento e não trabalhar só em casa”, pontua.

Kelry Pimentel compra materiais pedagogicos direcionados ao TEA

Kelry Pimentel, de 29 anos, estava em atendimento com o filho Rafaphael Ribeiro, de seis anos, e prestigiou os produtos do stand “Irmãos TEA” adquirindo produtos pedagógicos e inclusivos ao menino que tem diagnóstico de TEA.

“Achei interessante os materiais produzidos pela Walbenice e os comprei. Achei acessível de preço, também. Percebi que os materiais irão complementar o desenvolvimento do Rafaphael junto às terapias. Comprei caderno de alfabetização para ele conhecer as letras, as atividades domésticas… Tudo voltado para atender ao TEA”.

Os produtos inclusivos ofertados por Walbenice enfatizam por exemplo a rotina de banho, de escovação dos dentes e pareamento, que são os mesmos quebra-cabeças que vendem em grandes redes de lojas, “mas pedagogicamente, os adaptei ao TEA. Ainda, os mais vendidos são os pareamentos e os pontilhados para trabalhar a concentração e coordenação motora fina, ou seja, para que a criança segure objetos como o lápis no momento da escrita. O quebra-cabeça trabalha para a criança aprender qual é o lado direito e esquerdo, além de cima e baixo; muitos autistas não reconhecem”, esclarece.

Sem taxa – Segundo Denise Moraes, todo dinheiro arrecadado com a comercialização dos produtos fica com o próprio empreendedor.  “O CIIR não cobra taxa de participação no evento. É uma oportunidade única que os acompanhantes, principalmente, as mães, aproveitam em meio às terapias e consultas médicas dos filhos para apresentar seus produtos e serviços à comunidade do Centro de Reabilitação e ampliar a sua rede de vendas”.

O Comércio Inclusivo é formado por meio de uma lista de inscrição elaborada com antecedência à data de cada edição para que toda a comunidade assistida possa ter a oportunidade de comercializar seus produtos. “Os participantes inscritos ocupam estandes de vendas em um dia, e apenas por um turno, pois as vagas são rotativas para dar oportunidade a todos os inscritos para aquela edição”, completa Denise Moraes.

A expectativa para este ano é ofertar mais oportunidades de vendas e aumentar a rede de comercialização de todos os microempreendedores assistidos pelo CIIR. “Pretendemos superar os números alcançados de 2023”, planeja Denise Moraes.

Na última temporada, a Feira contabilizou 320 microempreendedores inscritos em 10 edições realizadas. De acordo com a organização do evento, foi registrado um público visitante/consumidor superior a 18 mil pessoas durante os atendimentos em saúde, pois em média, diariamente, o CIIR recebe cerca de 900 usuários para atendimento que vêm acompanhados e a programação fica com livre acesso a quem estiver dentro da instituição.

Estrutura – O CIIR é referência no Pará na assistência de média e alta complexidade às Pessoas com Deficiência (PcDs) visual, física, auditiva e intelectual. Os usuários podem ter acesso aos serviços do Centro por meio de encaminhamento das unidades de Saúde, acolhidos pela Central de Regulação de cada município, que por sua vez encaminha à Regulação Estadual. O pedido será analisado conforme o perfil do usuário pelo Sistema de Regulação Estadual (SER).

Serviço: O CIIR é um órgão do Governo do Pará, administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O Centro funciona na Rodovia Arthur Bernardes, n° 1000, em Belém. Mais informações: (91) 4042-2157/58/59.

Texto: Pallmer Barros/CIIR

Fotos: Divulgação